O Frigorífico Fribai, de Amambaí (MS), deixou uma dívida estimada em R$ 5 milhões e hoje os credores enfrentam problemas para conseguir renegociar os débitos, denunciou o presidente do Sindicato Rural local, Gilberto Dalpasqual.
Essa indústria foi vendida em agosto para o Frigorífico Margen, que não assumiu, porém, o passivo da antecessora. O gerente da unidade, André Muza, explicou que “desde 1o de agosto o frigorífico passou a ter novos sócios e a partir desta data todos os pagamentos estão rigorosamente em dia”. Os bens do Fribai estão indisponíveis pela Justiça.
No entanto, segundo Dalpasqual, “os pecuaristas estão sendo praticamente caloteados, já que o frigorífico sistematicamente os tem enrolado nas questões de pagamento que, na maioria das vezes, chegam a até 180 dias”. Aqueles que venderam o gado gordo em maio e junho receberam um cheque para 30 dias, devolvidos duas vezes por falta de fundos.
Os credores procuraram o Fribai, que emitiu outro cheque no mesmo valor, sem juros, para mais 30 dias, que também foi devolvido. Os pecuaristas retornaram ao frigorífico, segundo o presidente do Sindicato Rural, que propôs um acordo de pagamento em três vezes sem qualquer correção.
“Antevendo um prejuízo cada vez maior e sem alternativa melhor, os pecuaristas aceitaram o acordo. E, mais uma vez, foram ludibriados, pois ao começar o vencimento das parcelas, o Fribai sustou os cheques”, explicou Dalpasqual.
No final das negociações, o Fribai impôs como única opção ao pecuarista, a de receber uma vaca magra que vale de R$ 400 a R$ 500 no mercado, pelo valor de R$ 1 mil ou uma vaca parida por R$ 1.300, ou então o pagamento dentro de 18 meses, com a dívida corrigida pela poupança.
Muza confirmou, em entrevista à imprensa, que a direção do frigorífico tem feito propostas de um contrato para vencimento em um ano baseado em arrobas ou pelo valor de R$ 1 mil por cada vaca.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Cícero Faria), adaptado por Equipe BeefPoint