O Ministério da Previdência irá apertar o cerco contra os fraudadores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e irá aperfeiçoar as ações de atendimento, com o objetivo de reduzir as filas. Uma força-tarefa da Previdência, em que participaram policiais da Polícia Federal, prendeu ontem 11 pessoas acusadas de sonegar impostos e contribuições previdenciárias em oito estados do país.
Entre os mandados de prisão que já foram cumpridos está o do auditor fiscal do INSS, Luís Antônio Faria de Camargo, que foi chefe da divisão de arrecadação da gerência-executiva centro do INSS de São Paulo, entre maio e novembro deste ano.
Os demais presos na operação Perseu são empresários, sócios e funcionários do Frigorífico Margen, segundo maior grupo frigorífico do país. São eles: Mauro Suaiden, Ney Agilson Padilha, Geraldo Antonio Prearo, Milton Prearo, Maurício Suaiden Júnior, José Adilson Melan, Jelicoe Pedro Ferreira, Cláudio Meira Campos Arruda, Luiz Carlos Furlan e Fábio Luiz Dutra Silva.
A investigação, iniciada há oito meses, descobriu que sócios do Frigorífico Margen eram “laranjas” e que não possuíam nenhuma condição financeira de serem os proprietários da empresa. No ano passado, a empresa teve faturamento de R$ 2,3 bilhões e exportou, aproximadamente, US$ 100 milhões.
A Previdência Social informou que o Grupo Margen se constituía numa organização criminosa com o objetivo de sonegar tributos federais, estaduais e municipais.
A estimativa é que o grupo deva ao INSS e à Receita Federal cerca de R$ 150 milhões, referentes às contribuições recolhidas de produtores rurais.
As investigações feitas pela força-tarefa descobriram irregularidades na emissão de CNDs (Certidões Negativas de Débito), apropriação indébita de contribuições previdenciárias, formação de quadrilha, corrupção, sonegação fiscal, tráfico de influência e fornecimento de informações sigilosas.
Os mandados de busca e apreensão e de prisão ocorrem nos Estados do Acre, de Goiás, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, de Rondônia, de São Paulo, do Tocantins e do Paraná.
Além das forças-tarefas –que já identificaram mais de 19 mil benefícios concedidos de forma ilegal entre 2003 e 2004–, o ministério também trabalha na modernização dos sistema de informações que servirá para racionalizar a concessão de benefícios e reduzir as filas.
Fonte: Folha Online, adaptado por Equipe BeefPoint