Em audiência pública realizada ontem (19) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, criticou as certificadoras e a indústria e isentou os produtores pela crise com a União Européia (UE) devido à certificação do rebanho. E anunciou a reformulação do sistema de rastreabilidade do rebanho bovino em até 60 dias.
Em audiência pública conturbada, realizada ontem (19), na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, criticou as certificadoras e a indústria e isentou os produtores pela crise com a União Européia (UE) devido à certificação do rebanho. E anunciou a reformulação do sistema de rastreabilidade do rebanho bovino em até 60 dias.
Segundo ele, no processo de implantação do sistema atual, as empresas responsáveis pela certificação dos rebanhos cometeram erros “gravíssimos”. Os frigoríficos cometeram “erros graves” e os pecuaristas não cometeram “erros graves nem gravíssimos”, porque não tiveram o incentivo necessário para aderir ao sistema. “Muita gente errou, todos os atores erraram”, generalizou.
De acordo com reportagem de Fabíola Salvador, do jornal O Estado de S.Paulo, Stephanes não quis adiantar que medidas serão adotadas, mas garantiu que elas permitirão ao país “tirar uma espada da cabeça”.
Na terça-feira, o governo suspendeu a inclusão de novas propriedades na base nacional de dados do Sisbov. As inclusões só serão permitidas depois de auditado o trabalho das 47 certificadoras credenciadas.
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Nosso ílustre ministro, aponta erros e culpados mas não olha para própria casa, pois incentivo tem que partir do própio MAPA e governo federal, não só das certificadoras. É muito facil achar culpados e classificar erros, cuidado, quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado do outro.
É bricadeira este ministro, ele ja pasou por outros ministerios em outros governos (camaleao) e nao consta que tenha resolvido os graves problemas dos ministerios pelo qual passou, que o diga os aposentados, agora se juga competente para apontar quem errou e quem acertou, é no minimo brincadeira, começo a achar que o caiado tem razao, ele defende interreses inconfesaveis, ele deveria ouvir mais e falar menos bobagens como esta, o sisbov esta no caminho certo, so falta o governo ser firme inclusive com as certificadoras e frigificos e tambem produtores, ai teremos credibilidade no sistema. “Ministro” pare de falar bobagen. competência.
Deve-se alertar aos produtores claramente que ainda continua a restrição, muito importante, que a partir de janeiro de 2009 somente animais provenientes de propriedades certificadas podem ingressar em propriedades ERAS.
Com a falta generalizada de bezerros, gostaria de saber como este problema será resolvido a nivel de mercado.
Aguardo sugestões.
Geraldo Perri Morais—ABRAPEC
Pois é!
Cada vez o governo divulga que um NOVO SISBOV será a redenção da pecuária nacional. Agora sim, corrigimos os defeitos do antigo sistema e é para valer divulgam.
O pecuarista tem que acreditar, botar a mão no bolso comprar brincos, reunir todo o gado na mangueira, horas e horas de burocracia, mais infraestrutura para acompanhar a inovação, empregados temporários para todo o serviço, e lamentávelmente a cada nova tentativa, nova frustração.
Nosso gado está rastreado, a propriedade é ERAS, mas no Mato Grosso do Sul isto não agrega nada, não podemos nem nos habilitar a entrar nas listas de fazendas exportadoras.
Como é difícil depender de governos incompetentes!
Mais uma vez nos deparamos com uma medida trágica do Ministério, na pessoa do Sr. Ministro Stephanes.
Suspender o cadastramento de novas propriedades ERA`s significará em mais uma forte restrição por partes dos produtores, quando o SISBOV parece entrar no caminho certo são tomadas medidas como essas que colocam tudo em jogo novamente.
Talvez um ano de trabalho feito (2007) pode ser jogado tudo por água abaixo, e quem vai pagar isso mais uma vez serão os produtores.
Todos nós sabemos que o problema não é só de nós “Certificadoras” mas de todo o elo da cadeia, desde o precário sistema de controle de nossos Órgãos Estaduais (ULAV´s), até a ponta (frigorífico), que ao meu ver são os maiores vilões de todo o processo.
Nos deram uma força tarefa de auditarmos todas as propriedades por nós Certificadas, sob um novo modelo de auditoria, “padrão Europeu”, para que assim, as propriedades que se encontrarem conforme, possam então entrar na desejada lista da UE.
Agora fica uma pergunta, que garantia teremos, ou, que certeza teremos, que se cumprirmos todos os requisitos do novo modelo de auditoria em ERA´s as fazendas realmente entrarão na lista de propriedade aprovadas para UE?
Obs.: em janeiro a promessa foi a mesma
As certificadoras estao na mira do MAPA.
As 2800 fazendas foram todas certificadas. A lista caiu para 300 e depois para 106, supostamente a nata. Hoje soube pelo Jornal Gazeta Mercantil, em
http://www.abnp.com.br/portal/noticias.asp?id=1970
que de 106 caiu para 87. E olha que os inspetores estiveram em apenas 27 propriedades…
Mais uma vez, o governo LULA, diz que não sabe de nada!!! que a CULPA, novamente não é deles e de quem é a culpa?…
Ao invés de se apontar os culpados do erro (se é que ouve algum erro), o melhor é encontrar a solução… Cada um de nós fazemos parte de uma corrente, onde se um dos elos desta corrente não sustenta seu objetivo, deve ser no mínimo reforçado (pra não dizer substituído)… Produtores, certificadoras, frigoríficos, ULAVs, Ministério da agricultura – Enquanto estivermos trabalhando em lados opostos, nunca atingiremos a satisfação desejada pelos nossos compradores, visto que inicialmente é uma exigência de um mercado europeu (menina dos olhos) cobiçado pelo mundo… mas não podemos nos esquecer que a questão da certificação e garantia de segurança alimentar é uma tendencia mundial (Principalmente Brasileira, pois primeiro, devemos alimentar nossos filhos)…
Elos
Produtores – deverão primeiro, aceitar ou não o processo… se aceito, levar a certificação com mais seriedade;
Certificadoras – atuar de forma correta, orientando e esclarecendo o processo, chega de brincadeiras;
Frigoríficos – cobrar dos anteriores o correto andamento do processo sendo parceiros, garantindo assim um repasse viável à cadéia;
Ulavs- devem ser orientadas e usar bom senso e não agindo de maneira extremista, coibindo o produtor e certificadoras, para assim também poderem orientar;
Ministério – decidir qual o correto check list a ser seguido, para que o processo não se torne mais uma vez, impraticável… agindo com seriedade e firmeza e divulgar as decisões para a população;
UE – exigir certificação do processo, garantir a compra e auditar o processo desde o Ministério da agricultura até à propriedade.
Não existe certo ou errado, somente existe os oportunistas, os lobistas, os aproveitadores e os donos da razão!!!!
Enquanto isso, aqueles que querem levar o processo na seriedade são punidos e excluídos!!!!!
Esse é o Brasil de sempre!!!
Obrigado!!!!
Já venho falando a muito tempo que esse SISBOV é piada… um sistema falido, inaplicável para a realidade brasileira e que muda de direção a cada IN, ou seja, a cada mês.
É mais do que oportuno o momento de dar um basta nisso, os produtores já tem a resposta para o temor de que todos quebrariam se a UE não comprasse nossa carne, ninguém quebrou, pelo contrário a arroba não pára de subir, o mundo inteiro quer a carne brasileira, melhor se pelo nisso nosso governo fosse mais competente e promovesse melhor nosso produto, mas nem isso.
Agora é só estabelecer um processo de certificação de cada fazenda, vistoriado por um técnico cadastrado, de preferência os das Agências de Defesa de cada estado, pois eles já tem as fichas das fazendas, a taxa cobrada reverteria para a própria Agência (e não às certificadoras que nem se dão o trabalho de orientar seus produtores) que teria melhor estrutura para melhor desempenhar seus trabalhos de defesa sanitária animal. Um processo simples e prático que todos poderiam executar. A não ser simplicidade e praticidade em nada mudaria, pois de qualquer forma brinco nunca garantiu origem de boi nenhum; a fazenda é vistoriada por um técnico da mesma forma, e melhor, um técnico que conhece a fazenda (Agência de Defesa) não esses das certificadoras que muitas vezes estão em seus escritórios nos grandes centros e certificando fazendas lá nos confins onde não sabem nem chegar até lá!
Os europeus aceitariam isso? Quem garante que eles aceitarão o novo novo novo (17 vezes) novíssimo SISBOV? Digo mais, eles só não aceitaram o SISBOV, não por sua complexidade, pelas certificadoras independentes, por isso ou por aquilo… eles não aceitaram pela falta de clareza e honestidade no processo, que aliás vem desde o MAPA passando pelas certificadoras (maior parte dos problemas) e por fim na falta de instrução e impossibilidade de implantação dos produtores.
Eu respondo. Podem não aceitar imediatamente, já estão desconfiados, mas quando eles perceberem que um sistema mais simples pode ser melhor implantado e quando subir mais ainda a carne deles, eles vêm e compram a nossa. Pode crer.
A partir de 2009, quando apenas bezerros de fazendas rastreadas eras, poderão adentrar em fazendas eras, ou seja de eras para eras, temos um detalhe complicador ainda, a maioria dos criadores que não acabaram com as matrizes nos anos anteriores, é porque fazem ciclo completo e não vaõ vender seus animais, ai sim vamos ter o aumento substancial no preço da arroba rastreada e na reposição. E espero que o governo veja que a boiada brasileira é de qualidade e que os frigorificos hoje em dia só compram animais bem acabados e sabem de onde vem cada lote. em fim o sisbov não cabe com a realidade brasileira.
Prezados leitores:
Neste momento não devemos entrar no mérito do foi culpa de quem. Devemos é considerar que necessárias correções deverão ocorrer para que se estabeleça o conceito de certificação do processo de produção.
Então o que deve prevalecer é como será conduzida esta proposição. Quem participa? Quem representa? Como evitar o conflito de interesses?
Inúmeras sugestões sobre o tema foram apresentadas em matérias comentadas neste portal. Então vamos aproveitar para participar. O prazo estabelecido (60 dias) não é suficiente. O Tema é muito complexo e exige análise profunda.
A discussão deverá ser pensada tendo como meta a inclusão de um grande universo de produtores e, para isto, necessitamos de mais de um padrão de qualidade. Poderiamos ter nível básico, médio e avançado como forma de permitir a evolução gradual de ajuste aos normativos.
Que o nosso produto é bom nínguém tem dúvida. Demonstrar é que ficou difícil.
Sejamos proativos ou teremos novos decretos autoritários e pouco construtivos.
Obrigado pela oportunidade.
O tempo vai passando e a pizza vai assando….
Como todos os episódios relevantes aos interesses políticos e econômicos do Brasil muito se fala e nada se esclarece ou resolve.
Tenho algumas dúvidas que não consigo ver esclarecidas.
Gostaria de saber quem realmente é o “pai da criança”(SISBOV/ERAS)?
A meu ver é a ABIEC, a CNA, alguns figurantes irrelevantes e a conivência do MAPA. Prepararam a “batata” e quando a mesma estava assada, jogaram na mão do ministério da agricultura.
Onde estão os pais da “criança”? Porque não se pronunciam?
Acharam que estavam montando um time de futebol. O campo, a bola e as regras eram deles. Se esqueceram que para jogar precisariam dos jogadores. Deu zebra.
Quais critérios foram usados para selecionar as propriedades aprovadas para fornecer carne para a UE?
Acredito que foi sorteio. Pecuarista amigo que foi selecionado para ser inspecionado, não foi e continua na lista de aprovados. Vendeu boi a R$82,00. Não entendeu nada.
Propriedade nossa no MT, inspecionada e aprovada antes da lista, agora tem que tirar os brincos para vender seus bois.
Alguém pode me ajudar a entender?
Só mesmo com muita paciência e falta de opções para nos mantermos na atividade.
Abraço solidário a todos que se econtram como eu. Indignada!
A pergunta que não quer calar é:
Será que 60 dias serão suficientes para resolver o problema das Certificações e do Rastreamento?
A questão do Rastreamento precisa ser melhor compreendida por todos, especialmente por nós produtores, sobre quem recaem os prejuízos maiores dos embargos. Para facilitar a compreensão sobre o “problema” atual do Rastreamento precisamos voltar às raízes dessa questão:
Segurança Alimentar;
Acordos com a OMC;
Estratégias globais de elevada aceitação sobre segurança alimentar, que prevê o acompanhamento do alimento desde a fazenda até a mesa do consumidor.
A base da discussão sobre o Rastreamento e a criação do SISBOV, está apoiada nas normas adotadas pela Autoridade Alimentar européia e exposta na Diretiva 178:
Regulamento (CE) nº178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de Janeiro de 2002, que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Européia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos gêneros alimentícios.
Resumindo, a Diretiva 178:
• Cria normas para garantir a segurança alimentar humana e/ou animal.
• Estabelece a forma de controle da origem dos alimentos (rastreamento).
• Cria sistema de controle de gestão de riscos.
• Estabelece critérios para facilitar a mediação de impasses ou entraves desnecessários criados pelo sistema de controle.
• Estabelece a necessidade do sistema de controle se apoiar em bases científicas e técnicas.
• Considera a clareza científica e a comunicação por parte das Autoridades sobre os riscos alimentares identificados, como fundamental para o estabelecimento de uma relação de confiança entre a “Autoridade Alimentar” e o consumidor.
• Estende o “Sistema” aos contratos estabelecidos entre os Estados Membros da OMC que podem se reservar o direito de aceitar e/ou negociar essas regras.
Para garantir a procedência da carne destinada à exportação, e, “tentar” cumprir as obrigações contratuais assumidas com os países compradores (UE), o MAPA adotou um sistema complexo de rastreamento similar ao usado pelos países membros da UE, o SISBOV – que precisamos reconhecer, não considerou nossas características geográficas e culturais, foi mal operacionalizado, mal informatizado, pouco articulado e acabou configurando-se de baixíssima confiabilidade (vide o que aconteceu com as Certificadoras credenciadas pelo Governo, que agindo em prejuízo para os produtores que implantaram corretamente o sistema de rastreamento nas propriedades, certificaram bois dentro dos frigoríficos).
Não houve, antes da aceitação pura simples das regras contratuais européias, a necessária consulta “prévia e ampla” sobre:
Segurança e Legislação alimentar brasileira;
Estrutura fiscalizadora do Estado;
Disponibilidade científica e técnica para condução do processo de implantação do sistema;
Tempo e recursos necessários para a adequação do produtor;
Sugestões por parte do setor produtivo sobre a operacionalização do sistema Sisbov da fazenda até os bancos de dados do MAPA – provavelmente se tivesse sido proposta uma ação verdadeiramente conjunta para o Rastreamento e/ou Certificações, que permitisse o sistema ser implantado de baixo para cima, teríamos encontrado meios mais didáticos e econômicos. Com toda certeza, obteríamos maior comprometimento por parte do setor produtivo.
O MAPA ao tentar implantar o sistema SISBOV, de cima pra baixo e pouco embasado técnica e cientificamente,
não conseguiu articular corretamente: Pecuaristas x Certificadoras x Frigoríficos x UE.
Agora precisamos retomar a discussão sobre o Rastreamento de maneira participativa, governo/setor produtivo/certificador-técnicos. E, buscar maior embasamento científico para resolver de vez a questão de segurança alimentar.
O que precisamos evitar é que a falta de credibilidade de nosso Sistema de Rastreamento, sirva aos interesses comerciais protecionistas de nossos concorrentes.