Apesar do aumento da produção interna, o superávit da balança comercial da agricultura não deverá crescer esse ano. A expectativa é que em dezembro as exportações de produtos agrícolas do País superem em US$ 19 bilhões as compras externas, alcançando o mesmo resultado de 2001.
Apesar disso, essa estagnação é considerada positiva pelos técnicos do governo, pois os preços médios dos principais produtos da pauta de exportação do País (café, açúcar, soja, papel e celulose, madeira, carnes e sucos de frutas) estão em queda no mercado internacional.
Nos últimos 12 meses, a receita obtida com as exportações do agronegócio foi de US$ 23,269 bilhões, enquanto as importações no período foram 4,592 bilhões. O resultado foi um superávit de US$ 18,677 bilhões. No total da balança comercial, as vendas do agronegócio continuam detendo 41% e respondendo por 9% nas importações feitas pelo País.
Em abril, a balança comercial do agronegócio brasileiro obteve um superávit de US$ 1,409 bilhão, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As exportações foram de US$ 1,798 bilhão, com um aumento de 18,2% sobre o mês anterior, quando as vendas externas foram de US$ 1,529 bilhão.
As importações continuam em queda. Foram importados US$ 389 milhões no mês passado, o que representa uma redução de 3,2% sobre março último, quando foram importados US$ 390 milhões.
O agronegócio continuou puxando o bom desempenho das exportações do País em abril, com uma participação de 38,7% no total alcançado em vendas externas, que foi de US$ 4,641 bilhões.
Os setores de carnes, couro, pescados, suco de laranja e madeira foram os principais responsáveis pelo superávit do agronegócio em abril passado: as exportações de carnes foram de US$ 226,4 milhões, com destaque para frango in natura (US$ 92 milhões); bovina in natura (53,62 milhões) e suína in natura ( US$ 41,84 milhões).
Carne e frango
Embora as quantidades exportadas tenham aumentado em relação a abril de 2001, os preços das carnes bovina e de frango tiveram uma queda de 8,57% e 12,98%, respectivamente. A carne suína, no entanto, teve um aumento no preço de 31,54% em relação a igual mês do ano passado.
Segundo os técnicos, a queda nos preços das carnes ocorreu porque a Argentina e a União Européia, depois de superarem a crise da aftosa, voltaram a pôr seus produtos no mercado internacional.
Fonte: O Estado de São Paulo (por Gecy Belmonte), adaptado por Equipe BeefPoint