A carne bovina está aparecendo no centro da primeira página dos anúncios de jornais dos Estados Unidos nesta semana, à medida que os supermercados do país tentam levar os consumidores a comprar o produto apesar do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca”, há duas semanas.
Os supermercados de Chicago estão anunciando cortes de carne bovina a US$ 1,99 a libra (US$ 4,38 o quilo), o que denota uma economia de US$ 3,00 por libra (US$ 6,61 a cada quilo). Em Washington, os mesmos cortes estão sendo oferecidos em uma promoção de “compre um e ganhe um” e, em Nova Iorque, os supermercados estão impulsionando as vendas de carne moída e contra-filé.
“A carne bovina ainda está nos anúncios, mas eu não acho que estão a preços agressivos no varejo”, disse o analista do setor de carnes da Topco Associates, distribuidora atacadista de alimentos que serve a cerca de dois mil supermercados em todo o país, Keith Bollman. “Os anúncios de fevereiro, devido à redução nos preços, deverão ser superatrativos”.
Uma grande queda nos preços da carne bovina no atacado fez com que os supermercados comprassem grandes quantidades de carne bovina nesta semana para estocar no fim deste mês e em fevereiro, disse ele.
A queda dos preços foi causada porque os processadores tiveram de desviar cerca de 10% a mais de carne bovina para o mercado doméstico, carne que normalmente seria exportada.
“Normalmente, quando se vêem grandes volumes, como estamos vendo agora, interpretamos que os varejistas querem carne bovina, o que sugere que eles estão planejando oferecer o produto nas próximas semanas”, disse a economista agrícola do Centro de Informação de Comercialização de Animais Domésticos, de Colorado, Erica Rosa.
Apesar de os compradores estrangeiros terem proibido a carne bovina dos EUA, os consumidores do país continuam adquirindo o produto.
“Estranhamente, nossos membros varejistas nos dizem que não estão vendo grandes chances nas vendas de carne bovina neste momento”, disse a vice-presidente sênior do Instituto de Comercialização de Alimentos, Karen Brown, que representa a indústria de supermercados dos EUA.
“Não houve mudanças nas compras de carne bovina dos consumidores em nível de varejo desde a EBB”, disse o analista do setor de carnes da Topco Associates, Jordan Trout.
Os preços mais baixos da carne bovina serão boas notícias aos consumidores, que, durante os últimos poucos meses, vêm pagando preços muito altos. Antes do anúncio da EEB, os preços da carne bovina estavam os mais altos da história, devido à redução da oferta nos EUA e à forte demanda nos mercados de exportação, como Japão e Coréia.
Em outubro, os preços da carne bovina no atacado chegaram ao topo de US$ 200 por 100 libras (US$ 440,92 por 100 quilos), um valor recorde e cerca de US$ 50 a mais que o recorde anterior. Esses preços vinham baixando lentamente antes do anúncio da EEB, mas, nas duas semanas desde 23 de dezembro, caíram 15%.
O aumento desta semana nas vendas de carne bovina no atacado representou boas notícias para os produtores de bovinos dos EUA, que viram seus mercados mergulharem após o anúncio da EEB. Os preços dos bovinos na bolsa de futuros Chicago Mercantile Exchange (CME) passaram de US$ 1,99 o quilo, em 23 de dezembro, para US$ 1,62 o quilo. Desde então, os preços se estabilizaram e recentemente começaram a se recuperar um pouco.
Fonte: Reuters (por Bob Burgdorfer), adaptado por Equipe BeefPoint