Suplemento protéico nas águas

Durante o verão/outono de 1997/98 realizamos na Faz.Mundo Novo-Brotas/SP, um experimento de suplementação protéica nas águas, cujos resultados positivos vinham sendo relatados pela equipe de vendas de Manafós. O trabalho foi executado pelos engenheiros agrônomos Eduardo Penteado Cardoso e Mario Pedro Seber.

Em dois pastos contíguos de 10 ha cada um, em terra arenosa fraca de cerrado parcialmente melhorada, de Brachiaria decumbens adubada com 100 kg N/ ha, foram colocados em Novembro de 97 dois lotes de novilhas Nelore-LB de 10 meses.

O lote “A” recebeu suplemento mineral completo (SMin-90) e ao lote “B” foi oferecido suplemento protéico/mineral (SPrt-Eng.). As pesagens foram mensais, trocando-se de pasto periodicamente para minimizar os efeitos ambientais.

Os dados de instalação e os resultados ao final de 227 dias, de 7 novembro a 22 junho, foram os seguintes, com médias seguidas do desvio padrão:


Uma apreciação do GMD subdivido em classes, com o número de ocorrências para cada intervalo, mostra que no lote “A” a maior freqüência está entre 450/550 g/d com 19 cabeças, enquanto que no lote “B” o maior número está entre 550/650 g/d. com 23 rezes.

Foram calculadas as correlações entre três itens e o ganho de peso:
1) idade e GMD: levemente negativa (-0,19 e -0,14)
2) peso inicial e GMD: levemente positiva (+0,20 e +0,15)
3) peso final e GMD: bastante positiva (+0,67 e +0,70)

As análises agrostológicas (planta inteira) feitas em fins de Maio indicaram para os dois pastos: proteína bruta-PB: 5,09 e 6,13%, com digestibilidade da MS “in vitro” de 37,2 e 41,3%. O estoque final de MS foi de 2.955 e 3.160 kg/ha. Um terceiro pasto, não adubado com N, apresentou PB de 3,37%.

No decorrer do período foram efetuadas 402 pesagens dos animais, 65 medições semanais do consumo de suplemento e 28 aferições de massa, verde e seca ao sol, de 14 amostras do volume contido em 0,25m2 coletadas e em variados locais sorteados ao acaso.

Conclusão

Embora a análise da “planta inteira” não revele o que os animais efetivamente ingerem através do pastoreio seletivo, escolhendo o que mais lhes apetece, os resultados sugerem que, mesmo nos meses de vegetação intensa da Brachiaria decumbens, as rezes em fase de crescimento não conseguem satisfazer suas necessidades de proteína, podendo vir a se beneficiar da suplementação de compostos nitrogenados sob a forma de uréia.

Composição 1997:
SMin- 90: P-9%, Ca-15%,+ micros (NaCl-27%).
SPrt-Eng: PB-41%, P-3,2%, Ca-5,7%,+ micros (NaCl-15%, Uréia-13%)

0 Comments

  1. Maurício Lopes Rosado disse:

    Não entendi o consumo de apenas 61g/cab/dia. Acho que fizeram um baita confundimento experimental.

    61 g x 43% PB = -+ 25 g de PB boi dia?

    Resposta do autor do artigo

    Caro Maurício,

    Que pena você não haver entendido e, assim mesmo, achar que houve um “baita confundimento”.

    A carta abaixo dirigida ao pesquisador do IZ esclarece outros pormenores.

    Você pelo menos leu o relatório.

    Por isso agradeço e pergunto se tem dados de ingestão baseados em medição semanal das sobras dos cochos, durante 6 meses, para comparação.

    Se tiver, me mande, por favor.

    Um abraço,

    Fernando Cardoso
    Eng. Agr. Sênior – Agrolida – São Paulo/SP

  2. Marcio Sena Pinto disse:

    O consumo do suplemento protéico foi muito baixo, próximo de 60 g/d, como no sal mineral, está correto?

    Em caso afirmativo, deve-se estudar a utilização de suplementos minerais mais palatáveis (p.ex. fosfato monoamonio, nas águas), e farelos também mais palatáveis nesse período.

    Saudações,

    Resposta do autor do artigo

    Caro Márcio,

    Muito obrigado por seus comentários sobre suplementos mais palatáveis.

    Pois é, as novilhas se contentaram com o que consumiram, e assim mesmo ganharam peso. Vide considerações enviadas ao pesquisador do IZ.

    Conhece outros dados baseados em pesagens (semanal da sobra dos cochos)? Gostaria de conhecer.

    Grande abraço,

    Fernando Cardoso
    Eng. Agr. Sênior – Agrolida – São Paulo/SP

  3. José Luiz Guimarães de Souza disse:

    Concordo plenamente com Dr. Fernando e quero cumprimentá-lo pelo trabalho realizado, principalmente pelos resultados obtidos.

    Trabalho com misturas minerais desde 1983 e minha filosofia de trabalho é “oferecer no cocho, tudo o que o animal tem direito”.

    Nós apenas vamos controlar o consumo médio diário. Se for necessário, interferimos, corrigindo ou melhorando as falhas que porventura aconteçam.

    Acredito que os resultados são sempre bons, quando trabalhamos com misturas completas e com adequados níveis de nutrientes. E, isso pode ser visto nos resultados do trabalho em pauta: os dois lotes apresentaram bons GMD (472 e 576 g/d).

    Para mim está claro, que os animais que receberam a mistura contendo 13% de uréia, com certeza tiveram melhor desenvolvimento da flora de rúmen, pastaram mais e apresentaram melhor aproveitamento do capim e… Consequentemente maior ganho de peso.

    É preciso sempre, avaliar os resultados e olharmos os pontos positivos. Neste trabalho, destaco: GMD (472 e 576 g); GP/ha (353,3 e 444,9 Kg) e Consumo diário do suplemento ( 63 e 61 g/cab).

    Sugiro ao Dr. Penteado, complementar o trabalho com as informações sobre: Custo/cab/dia, Valor do GMD e do GP/ha, podendo ser em R$ e U$.

    Parabéns ao Dr. Fernando Penteado Cardoso.

  4. Eduardo Barillari disse:

    Caro sr. Fernando Penteado,

    Trabalho nessa atividade há bastante tempo e até já trocamos algumas idéias a respeito de mineralização. Porém gostaria de questionar a respeito da suplementação de minerais fornecidos pelo produto proteico, haja visto que com a ingestão total de 61 g/cab/dia, a ingestão de minerais acabou ficando abaixo do ideal, principalmente se comparado ao produto mineral de ingestão diária de 63g.

    A curto prazo este déficit de minerais, pode não acarretar problemas metabólicos, mas vale a pena estudar uma forma de corrigir o fornecimento destes minerais num suplemento proteico de maior consumo e assim evitar deficiências minerais subclínicas.

    Atenciosamente,

    Eduardo Barillari

    Resposta do autor do artigo

    Prezado Eduardo,

    Agradeço seus comentários.

    Pois é, elas, digo as novilhas, não quiserem lamber mais do que o registrado, seja abaixo do ideal (qual é? com evidência experimental?), seja com risco de problemas metabólicos, e, ainda assim, ganharam peso!

    A carta abaixo, enviada ao pesquisador do IZ esclarece outros pormenores. Se tiver outros dados de medição (semanal, pesando as sobras nos cochos), gostaria de conhecer.

    Grande abraço,

    Fernando Cardoso
    Eng. Agr. Sênior – Agrolida – São Paulo/SP

  5. Antonio João Lourenço disse:

    Boa tarde, Dr. Fernando e Abraços ao amigo Eduardo

    Aproveitamos a oportunidade para enviar esse trabalho que realizamos no Instituto de Zootecnia sobre suplementação no cocho X banco de proteína com leucena no período das águas.

    “SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS NELORE NO PERÍODO DAS “ÁGUAS” EM PASTAGENS DE BRACHIARIA BRIZANTHA”

    ANTÔNIO J. LOURENÇO1; MARCELO Q. MANELLA2; JOÃO J. A. A. DEMARCHI1
    1Instituto de Zootecnia- Apta/SAASP- ajlourenco@izsp.br e demarchi@izsp.br
    2 Doutorando em Ciência Animal e Pastagens da ESALQ / USP – manella@esalq.usp.br

    Resumo: Em trabalho conduzido no Instituto de Zootecnia, Nova Odessa -SP, entre janeiro e junho de 2002 (147 dias de pastejo no período das “águas”), foi avaliado o desempenho de bovinos Nelore pastejando Brachiaria brizantha exclusiva (T1), B. brizantha + banco de proteína com Leucaena leucocephala (T2), B. brizantha + suplementação com nível de ingestão ajustado para 0,3% do peso vivo (T3) e 0,6% do peso vivo (T4). Os ingredientes dos suplementos foram polpa cítrica, farelo proteinoso do milho (subprodutos da agroindústria) e uréia. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições por tratamento. Foram utilizados 9 animais/parcela para os tratamentos T1 e T2, 10 animais/parcela paraT3 e 11 animais/parcela para T4, com peso vivo médio inicial de 380 kg. O ganho de peso diário, por unidade de área e dia/hectare foi, respectivamente, de: 0,417, 182 e 1,24; 0,417,184 e 1,25; 0,486, 239 e 1,63 e 0,553 kg/dia, 299 kg/ha e 2,03 kg ha/dia. Os dados mostraram que a suplementação com nível de ingestão de 0,3% e 0,6% do PV durante o período “águas” aumentaram em 16,5% e 31,3% nos ganhos diários individuais e 32,6% e 64,3% nos ganhos por área, respectivamente.

    PALAVRAS CHAVE: Brachiaria, farelo proteínoso de milho, gado de corte, polpa cítrica, leucena, suplementação a pasto, uréia.

    Supplementation of grazing nelore steers with byproducts during
    the rain season on Brachiaria brizantha pastures

    ABSTRACT: The experiment was carried at Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, SP, between January and June of 2002 (147 days), to evaluate the performance of beef cattle steers during “rain” season grazing on Brachiaria brizantha alone pastures (T1), Brachiaria brizantha pastures with Leucaena leucocephala (T2) or supplemented with 0,3%LW (T3) or 0,6%LW (T4) and 0,3%LW. The experimental desing was a randomized block, with four replications per treatment. Mean live weight daily gain and per ha and day per hectare were 0,417, 182 and 1,24; 0,417, 184 and 1,25; 0,486, 239 and 1,63 and 0,553 kg anim/day, 299 kg/ha e 2,03 kg anim/ha/day, respectively. The supplementation of grazing cattle during the rain season with level of ingestion of 0,3% and 0,6% of LW increased in 16,5% and 31,3% in the live weight gain and 32,6% and 64,3% in the live weight gain per hectare, respectively.

    KEYWORDS: beef cattle, Brachiaria, corn gluten feed, grazing supplement, byproducts, leucaena

    INTRODUÇÃO
    Nos últimos anos tem ocorrido uma constante valorização do preço da terra, principalmente no Estado de São Paulo, contribuído para inviabilizar a exploração pecuária mantidos em pastagem, devido aos índices de produtividade obtidos atualmente. Por outro lado, com o aumento do numero de agroindústria, que geram subprodutos possíveis de serem utilizados na alimentação de bovinos, favorecem uma intensificação no sistema de produção.
    FRANCO (1997) menciona que a exploração animal deve superar suas limitações, principalmente em relação ao baixo desempenho dos bovinos em pastagens tropicais, tanto na estiagem como no período das águas quando há disponibilidade de forragem.
    BALSALOBRE et al. (1999), durante o período das chuvas, relatam que o desempenho de bovinos a pasto suplementados com sal protéico com glúten de milho e uréia (704 g/animal/dia), foi estatisticamente superior em relação à mistura mineral (565 g/animal/dia), porém não houve diferenças entre estes e o so protéico com monensina sódica (636 g/animal/dia).
    O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da suplementação em dois níveis de ingestão (0,3% e 0,6% do P.V.) utilizando-se subprodutos da industrialização do milho e da laranja no desempenho de bovinos mantidos em pastagem de Brachiaria brizantha durante o período da “águas”.

    MATERIAL E MÉTODOS
    O trabalho foi realizado no Instituto de Zootecnia, localizado no município de Nova Odessa, Estado de São Paulo (lat. 2207’S; log. 4800’W e altitude de 528 metros), no período de janeiro a junho de 2002 (147 dias de pastejo). A área experimental possui 48 hectares, dividida em 48 piquetes de 1 hectare cada. O pastejo adotado foi o rotacionado dentro da unidade experimental de 3, 0 ha (3 piquetes de 1,0 ha), com período de ocupação de 21 dias e de descanso de 42 dias. Portanto, o pastejo foi contínuo na parcela e rotacionado dentro dos piquetes na parcela.
    Foram avaliados o desempenho de 156 bovinos Nelore, machos, castrados com peso vivo inicial de 380kg durante o período das “águas” em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu exclusiva (T1), B. brizantha + banco de proteína com Leucaena leucocephala (T2), B. brizantha + suplementação com nível de ingestão ajustado para 0,3% do peso vivo (T3) e 0,6% do peso vivo (T4).
    Os ingredientes do suplemento T3 e T4 foram 74,57% e 41,67% de farelo proteinoso do milho, 15,38% e 52,66% de polpa cítrica, 5,43% e 3,17% de uréia e 4,62% e 2,50% de suplemento mineral. O suplemento mineral foi fornecido à vontade nos tratamentos T1 eT2. A leucena como banco de proteína representou aproximadamente de 5% da área total do piquete.
    A pesagem individual em balança eletrônica dos animais foi feita sem jejum e em intervalos de 28 dias. Os animais foram identificados individualmente com microship fixado na orelha. Os ganhos de peso vivo diário e por área foram calculados com base nas diferenças entre peso inicial e final de cada pesagem. A pastagem foi estabelecida em 1992, e em novembro/dezembro de 2001 foi feito adubação de 400 kg/ha da formula 20-05-20, à lanço e em cobertura.
    O experimento foi em delineamento de blocos ao acaso com 4 repetições por tratamento. A analise de variância foi feita pelo procedimento GLM e comparação das médias pelo teste Tukey com nível de significância de P< 0,05% com auxílio do programa computacional SAS (2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO
    A disponibilidade média da forragem durante o período experimental não foi limitante, como pode ser constatado na Tabela 1. Houve um aumento na percentagem da matéria seca de 23,24% para 38,21%, enquanto que decresceu o valor para proteína bruta de 7,11% para 4,65%, a digestibilidade in vitro de 65,83% para 56,63% e a percentagem de material verde na forragem disponível de 84,32% para 65,41% do inicio para o final do período experimental. Segundo MINSON (1990), com níveis de PB abaixo de 7%, a atividade da população de microrganismos celuloliticos ruminais, seria limitante à digestibilidade da fração fibrosa da forragem, e isto resultaria em menor desempenho. O ganho de peso vivo de 0,417 Kg/animal/dia obtido no tratamento com pasto exclusivo de B. brizantha pode ser explicado pelo pastejo seletivo, pois as amostragens e análises bromatológicas realizadas da forragem foram da planta inteira.
    A composição química dos suplementos é apresentada na Tabela 2. O custo do suplemento para o nível de oferta de 0,3% do peso vivo foi de R$ 0,43/kg, enquanto que para o nível de oferta de 0,6% foi de R$0,39/kg.
    A taxa de lotação média nos tratamentos T1 eT2 foram de 3,0 cab/ha (9 animais/parcela), do T3 foi de 3,3 cab/ha (10 animais/parcela) e T4 foi de 3,7 cab/ha (11 animais/parcela).
    Os ganhos médios diários por animal, por hectare e os ganhos diários por hectare são apresentados na Tabela 3. O ganho diário de peso vivo do tratamento T4 (0,551 kg/animal/dia) com consumo do suplemento de 0,6% do peso vivo foi superior (P<0,05) aos tratamentos T1 (0,417 kg/animal/dia) e T2 (0,417 kg/animal/dia) no período experimental, mas semelhante estatisticamente ao T3 (0,488 kg/animal/dia) para o consumo do suplemento de 0,3% do peso vivo. Os tratamentos T1, T2 e T3 não apresentaram diferenças significativas entre si (P>0,05) para ganhos diários de peso vivo. A leucena, no tratamento T2, ocupando uma área no piquete de aproximadamente de 5% não proporcionou aumento no ganho diário de peso vivo por animal, quando comparado com o pasto de B. brizantha exclusivo. Em experimento conduzido anteriormente nessa mesma área, com os animais tendo livre acesso ao banco de proteína com leucena houve um aumento de 7,7% no ganho diário de peso vivo comparado com o pasto exclusivo adubado com 100 kg de N/ha/ano. É importante destacar que nessa oportunidade a leucena representava 20% da área do piquete (LOURENÇO et al, 2001). Com o passar do tempo, houve tendência da Brachiaria ocupar espaços entre as linhas de plantio da leucena, dominando quase por completo a área do banco de proteína.
    No ganho de peso vivo por hectare, a analise de variância mostrou que o tratamento T4 (298 kg/ha) foi superior aos demais (T3 = 238 kg/ha; T2 = 184 kg/ha; T1 = 182 kg/ha) no período experimental de 147 dias de pastejo. È importante destacar que foram utilizados 11 animais/parcela no tratamento T4, proporcionando taxa de lotação de 3,7 cab/ha, o que contribuiu para a maior produção por área.
    CONCLUSÔES
    A suplementação alimentar utilizando subprodutos da agroindústria, para o nível de consumo de 0,6% em relação ao seu peso vivo, proporcionou aos bovinos nelore mantidos em pastagem de Brachiaria brizantha durante o período das águas aumentos de 31,3% nos ganhos diários de peso vivo e e 64,3% nos ganhos por área, quando comparado com os animais não suplementado.
    REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
    EUCLÍDES, V.P.B.; EUCLÍDES FILHO, K.; FIGUEIREDO, G. R. ; OLIVEIRA, M.P. Suplementação para produção de bovinos de corte. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 34, 1997, Juiz de Fora, MG. Anais…Juiz de Fora: SBZ, 1997, 2: p.249.
    FERNANDES, V. G. Co-produtos da Industrialização do milho. In: Simpósio de Nutrição Animal, 1. Ed. Demarchi, J. J. A. A.. Espirito Sto do Pinhal, SP. 1999. p.117-130.
    FRANCO, G.L. Avaliação dos parâmetros ruminais de bovinos suplementados a pasto na estação das águas. Jaboticabal: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, 1997. 75p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária/Universidade Estadual Paulista, 1997
    LOURENÇO, A.J.; LEME, P.R.; MANELLA, M.Q. Animal performance on Brachiaria brizantha alone or supplemented with concentrate or protein bank of Leucaena leucocephala. In: XIX INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 2001. PIRACICABA, SP, 2001. Proceedings….p.699-700.
    MANELLA, M. Q.; LOURENÇO, A. J.; LEME, P. R. Bovinos nelore em pastos de Brachiaria brizantha com suplementação protéica ou com acesso a banco de proteína de Leucaena lecocephala. XXXVII Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa MG. Anais….SBZ/Gmosis, [2000] 17par. CD-ROM.Forragicultura. Avaliação com animais.
    MINSON, D.J. Forage in ruminant nutrition. Academic Press: New York, 1990.483p.
    SOUZA, A. A.. Uso de subprodutos agroindustriais para suplementação de novilhos em terminação durante o período das secas. USP. 2002, 71p. Tese (Mestrado em Agronomia)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo. 2002.
    STATISTICAL ANALYSES SYSTEM. SAS user’s guides: statistics. Cary, 2001.
    TABELA 1 : % proteína bruta e % digestibilidade in vitro, % de matéria seca no material original, % de material verde no material original e kg de matéria seca disponível antes do pastejo em cada piquete durante o período experimental

    Datasavaliações P.B(%). D.I.V.M.S. (%) M.S na M.O. (%) Mat. V.(%) M.S./hA(kg)
    15/01/02
    18/02/02
    18/03/02
    15/04/02
    13/05/02
    7,11
    5,87
    5,55
    6,33
    4,65
    65,83
    67,91
    63,45
    61,46
    56,63
    23,24
    28,51
    26,04
    27,73
    38,21
    84,32
    86,08
    87,81
    88,24
    65,41
    4414
    6112
    5881
    5609
    10623

    Tabela 2 : Composição química dos
    Suplementos nos níveis de oferta

    0,3% PV 0,6% PV
    PB 36,28 23,35
    PDR 28,95 18,55
    FIBRA 8,69 8,38
    NNP 83,27 81,13
    NDT 68,83 73,27

    TABELA 3: Ganho de peso diário e por área de bovinos nelore suplementados no período “águas”

    Tratamento GPDA KgPV/ha GPDA/ha
    T1 0,417b 182c 1,24
    T2 0,417b 184c 1,25
    T3 0,488ab 238b 1,63
    T4 0,551a 298a 2,03
    C.V (%) 15,22 23,64
    a,b,c,valores com letras minúsculas P<0,05.
    T1=B. brizantha; T2=B. brizantha e L. leucocephala ; T3= Suple com 0,3% do PV;
    T4 =Suple com 0,6% do PV.

    Resposta do autor do artigo

    Prezado Antonio,

    Venho agradecer a gentileza de me enviar seu ótimo trabalho de pesquisa sobre suplementos na águas visando o aproveitamento de sub-produtos da agro-indústria, com resultados positivos.

    Difere do que fizemos na Faz. Mundo Novo por ser mais preciso com repetições, permitindo análise estatística padrão, e por estabelecer uma ingestão pré-determinada de produto altamente palatável.

    No nosso caso, aproveitamos uma experiência de adubação de pastagem (dentro da orientação do IZ de 100 k N em Fevereiro) e diferenciamos o mineral como explicado.

    Embora fornecido ad libidum, o consumo foi baixo e não quisemos alterar o produto durante o período relatado.

    Interessante que, no pasto testemunha, sem adubo,a ingestão foi 50% maior. Na seca subseqüente demos só o proteinado e a ingestão foi 70% mais alta, inclusive no pasto testemunha não adubado.

    Em que pese o baixo consumo, houve resultado, cuidadosamente aferido e analisado pelo comportamento individual das reses que serviram de repetição.

    Na ocasião o preço dos 2 produtos era o mesmo e, então, o proteinado proporcionou um resultado líquido bem atraente. Não pudemos avaliar o efeito absoluto, pois não tivemos um lote “sem adubo recebendo sal puro”.

    Não demos opinião a respeito, nem emitimos recomendação, limitamo-nos a um relato do que aconteceu.

    Renovando meu muito obrigado e estendendo congratulações a seus companheiros.

    Cordial abraço,

    Fernando Cardoso
    Eng. Agr. Sênior – Agrolida – São Paulo/SP

  6. Helio Cabral Junior disse:

    Caro Dr. Fernando Penteado,

    O valor da ingesta de mineral proteinado que consta no quadro do artigo ( 61g/cabeça/dia ) está correto? Não seriam 610g?

    Se forem realmente 610g/novilha/dia ou não, me desculpo por antecipação diante das considerações que vou fazer, pois devido à minha inexperiência corro o sério risco de estar escrevendo uma besteira do tamanho de um bonde! Mas como não há outra maneira de descobrir se estou raciocinando de forma correta, me arrisco:

    Os dados bromatológicos mostram que a qualidade da forragem era apenas regular. Isto indica que o consumo animal/dia/MS deveria estar algo em torno de apenas 1,7% do peso vivo; com o aporte de proteína de alto valor biológico + NNP via sal proteinado, a microbiota ruminal passou a ter um ambiente “mais favorável”, aumentando a degradação da porção fibrosa do volumoso e com isso aumentando a taxa de passagem e consequentemente a ingesta de forragem, que pode ter ido para cerca de 2% do peso vivo em MS. Estes valores não são um “chutão” puro e simples, senão vejamos: uma novilha com 175 kg de PV ingerindo 2% do PV em MS dá 3,5kg/MS. Com uma média de 5,5% de PB nesta MS dá 192,5 g mais 250g de PB dos 610g de proteinado ( 41% ) é igual 442,5 g de PB, o que dá quase 11% de PB na MS ingerida ( 3,5kg forragem + 0,6kg de proteinado ).

    Calculei que o número de novilhas era de 34 por lote

    lote B início
    01novilha = 174,9 kg = 0,388 UA
    1,32 UA/ha
    10ha x 1,32 UA = 13,2 UA / 0,388 = 34,02 novilha
    5950 kg PV em 10ha

    e que o ganho final no lote B foi de 916 kg PV a mais que o lote A nos 10 ha. Como o peso final das novilhas foi de 306 kg de PV, pode-se dizer que o lote B suplementado com proteinado “rendeu” 3 novilhas a mais. Segundo a Scot consultoria o valor no mercado de SP da novilha nelore de 315 kg ( 10,5@ ) é de R$540,00. Então o lote B rendeu R$1620,00 a mais que o A.

    Porém, calculando o consumo de 0,61 kg de proteinado por cabeça/dia, dá um total de 4708kg de proteinado em 227 dias. Colocando o kg do proteinado a meros R$0,50, há um desembolso de R$2354,00 e portanto um déficite de R$734,00.

    Onde eu errei?

    Cordialmente,

    Helio Cabral Jr

    Resposta do autor do artigo

    Prezado Helio,

    Você pergunta se os dados estão corretos. Depois, dá um monte de explicações e pergunta onde estaria errado.

    Bem, o caso é que as novilhas se contentaram com pouco e, assim mesmo, ganharam peso! A carta abaixo, dirigida a pesquisador do IZ, esclarece outros pormenores que espero sejam satisfatórios. Conhece outros dados de ingestão baseados em pesagens semanais das sobras dos cochos, durante 6 meses? Gostaria de comparar.

    Ao que tudo indica, um pouco de uréia nas águas pode dar um bom lucrinho. Foi o recado que nos deram as 30 e tantas novilhas assim tratadas!

    Fernando Cardoso
    Eng. Agr. Sênior – Agrolida – São Paulo/SP

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