Notícia publicada no ABC Color revelando que 16 animais da fazenda paraguaia "Dos Marías", apresentaram severas lesões nas patas, colocou o Mato Grosso do Sul em estado de alerta, com a suspeita de ser foco de febre aftosa. A propriedade está localizada no departamento de San Pedro, a 15 quilômetros do departamento de Canindeyú, que faz fronteira com o Brasil.
Notícia publicada no ABC Color revelando que 16 animais da fazenda “Dos Marías”, de propriedade do engenheiro paraguaio Manuel Britez, apresentam severas lesões nas patas, um dos principais sintomas clínicos causados pela febre aftosa, colocou o Mato Grosso do Sul em estado de alerta. A propriedade está localizada no departamento de San Pedro, a 15 quilômetros do departamento de Canindeyú, que faz fronteira com o Brasil.
De acordo com reportagem de Marco Antonio Gehlen para o Correio do Estado/MS, o fiscal agropecuário da Superintendência Federal da Agricultura em MS (SFA), Orasil Romeu Bandini, solicitou reforço da vigilância sanitária na região de fronteira e implantação de mais barreiras móveis para impedir a entrada de animais paraguaios.
O jornal paraguaio informou que o médico veterinário Roberto Alvarez, da unidade do Senacsa com sede em San Estanislao, verificou as lesões, e mesmo assegurando que foi uma doença causada por bactérias, recomendou o sacrifício dos 16 animais. Foram colhidas amostras de sangue de quatro cabeças para a realização de exames laboratoriais. O coordenador do Senacsa na região, médico veterinário Isaac Daniel Estigarribia Farias, garantiu que a propriedade cumpriu estritamente com a vacinação contra a enfermidade.
“Se for mesmo uma doença nos cascos, causada por bactérias, não há motivos para se abater o lote. Basta curar os animais”, estranhou o diretor presidente da Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal (Iagro/MS) e secretário estadual de Produção e Turismo, João Cavalléro.
Ele acredita que as ações realizadas na propriedade são artimanhas dos paraguaios para desviar o foco dos problemas sanitários existentes naquele país. “Essa é uma estratégia para desviar a atenção da missão da União Européia que nestes dias esteve no Paraguai”, disse, lembrando que nas regiões do Chaco paraguaio, da Colônia Peralta e nas proximidades com a fronteira brasileira, em Japorã/MS, há problemas sérios.
Ele destacou a importância de haver maior transparência por parte dos paraguaios em caso de suspeita de focos da doença e a necessidade de investimentos brasileiros no Paraguai, como a única alternativa rumo à erradicação da doença.
Cavalléro, garantiu que a suspeita pode levar o órgão a ampliar a vigilância na fronteira e até, se necessário, solicitar apoio do Governo Federal para intervenção da Polícia Federal, como forma de conter possível contrabando de animais entre os dois países.
Perigo
Segundo informações do ABC Color, os produtores vizinhos à Colônia Maracaná, onde está localizada a propriedade com suspeita da doença, exigiram intervenção imediata do Serviço Nacional de Sanidade Animal do Paraguai (Senacsa) para identificar a causa das lesões.
Há informações que o proprietário estaria comercializando os animais doentes para os abatedouros habilitados na região.
Um funcionário do Senacsa informou que outras três propriedades localizadas na área de fronteira com o Brasil foram denunciadas por veterinários brasileiros por supostos focos de febre aftosa, mas, segundo ele, as denúncias foram “desmentidas” pelo serviço veterinário do Paraguai.
Notícia da Gazeta do Povo/PR informou que o MS deve interditar 400 quilômetros da fronteira com o Paraguai, após o governo do país vizinho ter confirmado, na última sexta-feira, o sacrifício dos 16 animais. A fazenda fica a pouco mais de 20 quilômetros da divisa com o MS.
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Se as autoridades brasileiras não tomarem providências, não sabemos onde isto vai parar. Porque, se depender das autoridades do Paraguai, o caso poderá se agravar.
Gostaria de alertar que o nosso serviço de defesa sanitária é deficitário e, por incrível que pareça, os nossos veterinários deveriam se preocupar mais com parte de sanidade animal e com a saúde pública. Pois como podem ver, basta qualquer problema com o vizinho Paraguai que simplesmente deixamos de exportar e a nossa economia fica prejudicada.
Na última visita que fiz a Campo Grande/MS pude sentir os reflexos do fez a ocorrência de aftosa no estado. Acredito que temos, como já foi dito, de fiscalizarmos as nossas fronteiras e simplesmente isolar os 400 km de fronteira com o nosso vizinho pois, por mais que isto custe aos cofres públicos, é mais barato do que o prejuízo causado pela falta de exportação e o desemprego em massa nas cidades onde se situam as plantas frigoríficas.
Na verdade as autoridades paraguaias são sérias, porém sem muitos recursos. Vistorias e cadastros com a quantidade de gado vacinados contra aftosa são feitos em todas as campanhas, sem contar que a grande maioria das fazendas são de propriedade de brasileiros, ou administradas por um. O que falta no Paraguai é o mesmo que falta no Brasil. Bom senso dos criadores!!!
Já está mais do que na hora de pararmos de uma vez por todas com essa desordem do Paraguai. No Brasil, onde houve focos de febre aftosa, abrimos o foco e aceitamos as condições do mercado internacional e as resoluções da OIE. Isso levou a pecuária do estado de Mato Grosso do Sul ao caos. Agora que estamos retomando nossas posições de preço e mercado, vamos aceitar que no Paraguai aftosa se chama pododermatite? Até quando vamos colocar a sanidade do Brasil em cheque, se não temos força para apresentar fatos de que os paraguaios estão agindo de má fé? De que adianta o Dr. João Cavallero, mestre em febre aftosa, discutir só…acho que esta na hora de parar com essa bagunça.
Cadê o Mapa? Cadê a OIE? Cadê o Ministério das Relações Exteriores? Para que tanta autoridade, se nenhuma toma providência?
Assim como Wilmar Crestani disse, as autoridades tem que tomar as devidas providências, mas não podemos colocar a culpa somente nas autoridades. Os individuos que trazem bovinos do Paraguai como contrabando além de irresponsáveis são criminosos, que precisam se conscientizar do grande problema, e podemos até dizer prejuízo, que estão trazendo para o Brasil.
O Paraguai é um foco eminente de febre aftosa. Se o governo brasileiro não tomar as providências cabíveis para evitar que o nosso rebanho seja contaminado novamente, os pecuaristas e os frigoríficos brasileiros irão amargar grandes prejuízos.