Rastreamento realizado pela Secretaria da Agricultura nesta quinta-feira (20) constatou a suspeita de foco de aftosa em quatro propriedades localizadas nos municípios de Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios.
O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, explicou em nota técnica que as quatro propriedades receberam animais oriundos de um leilão ocorrido em Londrina no dia quatro de outubro, onde tiveram contato direto ou indireto com animais procedentes do município de Eldorado (MS).
“Todas as quatro propriedades estão com a vacinação em dia junto ao serviço oficial. Os animais entraram no Paraná no dia 24 de setembro e foram levados a uma propriedade no município de Bela Vista do Paraíso, próximo a Londrina, de onde saíram para o leilão”, diz a nota.
Segundo a nota, a suspeita está fundamentada na constatação de sintomas não-específicos e discretos. Contudo, as investigações epidemiológicas, que vinculam esses animais aos procedentes do município de Eldorado (MS) reforçam as suspeitas de se tratar de febre aftosa. Foi colhido sangue e o soro que está sendo enviado ao laboratório do Ministério da Agricultura, em Recife-PE, para o diagnóstico conclusivo. No momento, as quatro propriedades estão interditadas para toda e qualquer movimentação de animais.
O Ministério da Agricultura e os serviços de defesa sanitária animal dos demais Estados estão sendo informados e a Secretaria da Agricultura estabeleceu um comando central que estará funcionando 24 horas. Também foi acionado o Grupo Especial de Atenção às Suspeitas de Enfermidades (Gease).
Nas próximas horas, o secretário da Agricultura vai baixar atos regulamentando o trânsito interno e interestadual de animais e produtos. As propriedades totalizam 19 animais suspeitos – Maringá (1), Amaporã (3), Loanda (3) e Grandes Rios (12).
Desde que recebeu a comunicação oficial do foco de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, a Secretaria da Agricultura do Paraná, por meio do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária, adotou um conjunto de medidas preventivas, como proibição de ingresso de animais, seus produtos e subprodutos, bem como material de multiplicação animal e vegetais oriundos daquele estado.
Também fortaleceu o sistema de fiscalização e controle de trânsito nas divisas de Estado e fronteira internacional, com a inspeção de cargas e desinfecção de veículos.
Além disso, intensificou a vigilância epidemiológica com ênfase no rastreamento, interdição de propriedades e exame clínico dos animais, oriundos e/ou procedentes de Mato Grosso do Sul nos 60 dias que antecederam a notificação do foco naquele Estado.
Fonte: Agência Estadual de Notícias – Paraná, adaptado por Equipe BeefPoint
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O episódio da aftosa expõe com muita clareza as deficiências do controle de doenças infecto contagiosas em rebanhos no Brasil.
Os governos (federais e estaduais), desde à muito tempo, estão promovendo um verdadeiro sucateamento dos aparelhos de fiscalização sanitária, porém, sempre que podem, capitalizam politicamente o crescimento das exportações de carne bovina, como se fossem os pais da criança.
Muitos produtores também – fingem que vacinam, já que para provar que o gado está imunizado, é necessário apresentar apenas a nota fiscal da compra da vacina na Inspetoria Veterinária.
Neste jogo de empurra, fica o Brasil vulnerável a esta e outras enfermidades (sem falar em Brucelose, Tuberculose, Leptospirose), que dificultam o ingresso de produto brasileiro em países mais sérios, e que pagam melhor pela carne.
Sem falar dos assentamentos, que são verdadeiros “Kibutz às avessas”, já que não produzem nada, e ainda dificultam qualquer fiscalização, nem que seja sanitária.
Lamentável quadro, que só tem uma maneira de ser revertido daqui para frente: seriedade.
Mais uma vez o reflexo da má administração do agronegócio no Brasil. Estão querendo rastrear os lotes de animais que saíram para o Paraná.
Enquanto o consumidor brasileiro não for conscientizado de que tem que consumir produto bovino com origem – na cadeia produtiva da carne – que seja inócuo e tenha sanidade – seremos seres humanos de quinta categoria.
Vamos impor a rastreabilidade pública ou privada – que seja obrigatória – a todos, sem exceção. Muitos falam sobre a rastreabilidade, como noto nas cartas a esse site, muitos preferem a voluntariedade na fiscalização da cadeia produtiva da carne para aumentarem os lucros.
O Brasil é o único país do mundo onde o bovino tem dois couros. Sim, isso é verdade.
O couro brasileiro é computado para todos os efeitos, mas a carne só é computada em cinqüenta por cento pela simples razão de que os outros cinqüenta por cento não são declarados e nem se sabe como são abatidos os animais…
Esse é o Brasil do agronegócio…