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Suspeita de fraude em laudo sobre aftosa no PR

O governo federal desconfia que o Paraná fraudou a coleta de amostras e enviou ao laboratório oficial de Belém sangue de bezerros que sequer tinham idade para ser vacinados, gerando demora do Ministério da Agricultura em esclarecer as suspeitas de aftosa no gado do estado.

Um dirigente do ministério que acompanha o episódio desde o anúncio das suspeitas, em 21 de outubro, afirmou ao jornal Valor Econômico que os testes sorológicos realizados em quatro municípios (Maringá, Grandes Rios, Loanda e Amaporã) revelaram que os resultados negativos para a doença não poderiam ser tão “limpos” quanto os obtidos pelo laboratório.

Segundo o dirigente, tudo indica que o sangue do gado do Paraná não veio de animais vacinados ou que reproduziram o vírus da aftosa. Caso as proteínas do vírus ou da vacina não aparecerem ele afirma que “ficará provada a fraude”. Se confirmada, a fraude pode derrubar todo o sistema de defesa agropecuária do país, já que o Paraná tem um nível satisfatório de confiança.

O ministério nega, oficialmente, a suspeita de fraude, mas quer mudar as regras internas para obrigar que a coleta de material, em casos de emergência, seja acompanhada por fiscais federais nos Estados. Atualmente os Estados executam as ações e o ministério audita o trabalho, além de avalizar o sistema em organismos internacionais. Autoridades paranaenses foram procuradas pelo Valor para comentar a suspeita do ministério, mas não retornaram as ligações.

As divergências entre o ministério e o governo do Paraná voltaram à tona por causa de uma acusação feita ontem (dia 17) pelo secretário da Agricultura em exercício do Estado, Newton Pohl Ribas. Ele afirmou ter recebido uma proposta do ministério para reconhecer a existência de focos de aftosa no Estado.

Para ver nota publicada pelo Mapa negando suspeita de fraude, Clique aqui.

Fonte: Valor (por Mauro Zanatta e Marli Lima De Brasília e Curitiba), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. José Manuel de Mesquita disse:

    Interessante a manchete do artigo em referencia, bem como todo o primeiro parágrafo do mesmo o qual reproduzo abaixo:

    “O governo federal desconfia que o Paraná fraudou a coleta de amostras e enviou ao laboratório oficial de Belém sangue de bezerros que sequer tinham idade para ser vacinados, gerando demora do Ministério da Agricultura em esclarecer as suspeitas de aftosa no gado do estado.”

    Quando órgãos da defesa sanitária tornam públicas acusações como a mostrada acima, passamos a não crer na seriedade com que o poder público exerce seu papel. Ficamos cada vez mais sem um ponto de referência confiável que nos oriente de forma seguras com ações baseadas em critérios técnicos.

    Me sinto um idiota, terminei de vacinar o rebanho de nossa propriedade (inclusive animais de zero a 90 dias), e sempre me pergunto porque vacinar animais com menos de 90 dias, se é voz corrente que até esta idade o bezerros (as) não possuem o sistema imune desenvolvido.

    Ademais, aplicar uma dose de 5ml para um animal de 25 a 100kg, e a mesma dose para um animal de 800kg não me parece lógico.

    Finalmente nos chega ao conhecimento através de órgãos oficiais de que realmente existe um parâmetro de idade nos bezerros em que é inútil vacina-los…

    Perguntas:
    1 – Por que nos obrigam a vacinar animais de 0 a 90 dias?
    2 – Por que nos obrigam a gastar e estressar animais sem necessidade?

    Espero respostas do órgão do governo federal que levantou a suspeita no artigo comentado.

  2. Mário Rafael Rossetti disse:

    Era só o que faltava para a pecuária. Uma simples suspeita dessas, mesmo sem a confirmação da fraude, coloca em cheque todas as ações sanitárias do país frente ao mercado internacional.

    Será que realmente somos capazes de combater e erradicar a febre aftosa? Ou vamos ficar enrolando o mercado internacional por um longo tempo ainda?

    Acredito que, mesmo sem a confirmação desse caso de fraude, já podemos nos sentir como perdedores de mercado. Nossa vigilância dá provas de que é realmente falha, de que não há recursos necessários, de que os fiscais sanitários estaduais e federais não têm autonomia alguma em relação as suas ações, pois o “canetaço” sempre é dos chefes das agências sanitárias estaduais e de seus secretários de agricultura.

    Perdemos todos, sejamos nós produtores, técnicos, fiscais, indústria ou qualquer outro elo dessa cadeia vencedora que realmente acredita no que faz e investe em programas de melhoramentos genéticos, sanitário, nutricional e prima por qualidade. Essa fraude, se confirmada, trará mais prejuízo ao país do que a confirmação do foco no MS, pois a negatividade dessas ações escusas suplantará todas as ações efetivas de controle e erradicação da febre aftosa nesse país.

    E simplesmente uma vergonha, mesmo que seja somente uma suspeita.