Por Arnaldo Barin
É com tristeza e desânimo que vejo o desenrolar de mais um capítulo da tragédia vivida pela pecuária nacional.
Não bastassem a crise desencadeada pela aftosa, o descompasso cambial que prejudica as exportações do agronegócio e a política monetária absurda e sacrificante, somos agora tomados de assalto por novas revelações sobre a cartelização do setor frigorífico.
Não que isso seja um assunto novo, pelo contrário. Já foi amplamente discutido e noticiado, sendo inclusive motivo de ações e investigações por parte do MP.
Porém o absurdo é que desta vez as declarações estapafúrdias partiram do dono do maior frigorífico nacional, vangloriando-se, com a clara intenção de demonstrar poder, sem um pingo de vergonha ao fazer isso!
E é com esse “curriculum” todo que tal pessoa se pré-candidata ao governo do Estado de Goiás.
Sugiro que ele use isso como o lema de campanha governamental e busque apoio dos pecuaristas!
Após mais essa demonstração de desprezo e desvio de caráter, concluo que nós pecuaristas somos iguais aos bois gordos, fechados nos curraletes dos frigoríficos aguardando o abate.
Sabemos que algo de ruim irá acontecer, ficamos estressados, batemos os cascos, bufamos, sujamos, nos agitamos, mas no final morremos na faca dos açougueiros anabolizados!
Esse é o retrato da maior potência pecuária mundial. E durma com um barulho desse!
__________________________
1Arnaldo Barin é pecuarista em Jacutinga/MG
0 Comments
Bastante lúcido o ponto de vista deste colega de infortúnios…
Resumidamente podemos dizer: Dia sim, dia não os donos dos frigoríficos nos surram e nos intervalos nós apanhamos do governo…
Antes, eu me considerava um “produtor rural”, hoje, apenas “sofredor rural”
Josemar P. Silva
Rubiataba – GO