Exportação de boi em pé: três associações de indústrias exportadoras de carne enlatada e in natura enviaram pleito formal a Fernando Pimentel (MDIC) em 31 de janeiro requerendo ao Ministério do Desenvolvimento, por meio da Camex, introdução imediata de imposto de 30% sobre a venda de gado vivo para o exterior.
Exportação de boi em pé: três associações de indústrias exportadoras de carne enlatada e in natura enviaram pleito formal a Fernando Pimentel (MDIC) em 31 de janeiro requerendo ao Ministério do Desenvolvimento, por meio da Camex, introdução imediata de imposto de 30% sobre a venda de gado vivo para o exterior.
O objetivo é reduzir a exportação de produto primário e aumentar a de produtos industrializados.
Fonte: jornal O Estado de SP (Sonia Racy), adaptada pela Equipe BeefPoint.
Update em 29-02-2012 – comentários pelo twitter
@CiroFSiqueira: Industria trama mais um golpe no produtor rural
@GMINSSEN: Frigorificos x Pecuaristas
@Fabiodias99: Correção: Frigos x BRASIL!
@fabianortr: Proposta d taxação da export. d boi vivo ñ é unanimidade entre frigos; mesmo alguns q ñ exportam ñ veem sentindo. Minerva, óbvio, é contra.
@Fabiodias99: Imposto para exportar boi? Pecuaristas ja carregam nas costas o unico imposto de exportacao do BR (couro). Industria n aguenta competicao.
Vale a pena ler de novo Editorial BeefPoint de 2008: Exportação de gado em pé: causa ou sintoma?
Envie seus comentários. Queremos debater esse tema em alto nível aqui no BeefPoint.
6 Comments
É um absurdo!!!!!!!!!!
Onde esta a globalização?
Onde esta o livre comercio?
Os Frigorificos querem reserva de mercado.
Pagam o que querem e quando querem.
Pois é… basta pagarem o que pagam os importadores, que sobrará boi no mercado…
É muita cara de pau, querem garantir matéria prima a preços baixos e sempre a custa do produtor. Se a moda pega, a industria mecânica, os supermercados, as fábricas de óleo, ração, os moinhos, as torrefadoras de café deveriam também pedir que se aplicasse o imposto de exportação de 30%em todos os produtos primários existentes por aqui (minérios inclusive), assim nós em vez de exportarmos matéria prima, exportaríamos somente produtos manufaturados…
Atenção senadora Kátia Abreu, a pressão é grande, com certeza por trás destes exportadores encontra-se o de sempre, aquele que já tentou brecar a exportação de animais vivos há algum tempo.
Como pecuarista sou contra qualquer taxação. Espero que a CNA, todas as associações de produtores e outras entidades representativas protestem contra esta idéia. Apesar de não estar em região exportadora de animais vivos sei bem que o “enxugamento” da oferta de bois disponíveis para os frigoríficos ajuda a manter os preços da arroba.
Abaixo segue algumas premissas referente ao assunto em pauta:
1- No ano de 2011 a exportação de gado vivo em cabeças foi em torno de
37,46 % menor e em valores 30,45 % menor comparado com 2010, exportamos 241
mil cabeças a menos no Brasil;
2- No mesmo ano de 2011 a exportação de carne desde o estado do Pará
foi 33,43% maior em valores e 6,53% em Kg;
3- Não existe a hipótese de o mercado comprar mais carne em troca do
boi vivo, isso é um nicho existente e independente da carne;
4- A previsão de exportação para esse ano deverá ser ainda pior que o
ano de 2011, pois o câmbio esta tirando nossa competitividade;
5- Devido a força de algumas indústrias frigoríficas, no centro oeste
e sul o valor da arroba caiu muito e ficou a media do ano menor ou igual ao
Pará, coisa que historicamente não era observado;
6- Questionar esta atividade, deve-se antes questionar as da Valle,
Cargill, as usinas exportadoras de açúcar e vários outros exportadores de
produtos básicos como: soja , minério de ferro, açúcar mascavo (VHP), milho,
algodão, café em grão sem torar, petróleo bruto e vários outros constantes
na nossa pauta de exportação;
7- A exportação de bois tem uma altíssima concentração no estado do
Para, onde antes da atividade os pecuaristas estavam em estado quase
falimentar, o desanimo e a falta de perspectivas rodavam todos , onde os
valores do boi chegarão a ser 30% a 40% menor que em MG e SP , hoje o quadro
e outro e os preços praticados são os mesmos ou quase aos de MG , qualquer
taxação nisto seria reverter o preço do boi aos níveis anteriores e ao
quadro trágico antes da exportação do BEP (Boi Em Pé);
8- As unidades ociosas em todo o país representam um descasamento entre
o crescimento dos rebanhos e a louca corrida na construção de frigoríficos e
mega frigorifico pelo Brasil afora;
9- Esta taxação só atente ao apetite voraz das grandes companhias
frigorificas em monopolizar o segmento a custa do sacrifício dos
pecuaristas;
10- Os clientes querem o BEP por suas razoes próprias , pagam por isto
e temos concorrentes fortes como : Austrália, França, Colômbia, Uruguai,
Irlanda e outros;
11- O mesmo TAC que os frigoríficos do Pará assinaram e o respeitamos 100%.
Temos que ter cuidado para que essa moda de taxação de exportação não pegue e resolvam também taxar a soja, algodão, milho, animais para reprodução, etc….., vejam bem o que está ocorrendo na Argentina!
O presidente Carlos Xavier da FAEPA, juntamente com a FARSUL e FAEG estarão amanhã no CNA, em Brasília defendendo os produtores rurais, contra mais este ataque da indústria frigorífica.
Temos no Estado do Pará um rebanho bem superior as condições físicas de abate da indústria frigorífica local e históricamente o boi do Pará e o do Rio Grande do Sul tiveram os menores preços do país até encontrarmos a “porteira alternativa” dos navios.
Todas as justificativas do novo mercado, como motivos religiosos/culturais, ausência de cadeia do frio no país comprador, e formação/recomposição do rebanho no país comprador no caso da Venezuela, ainda são menores do que a atração pelo preço e a qualidade aqui produzida.
Quando os preços do boi gordo estão muito baixos, inviabilizando qualquer chance de reposição no pasto, a exportação de gado em pé tem sido uma das únicas alternativas para os pecuaristas da região. Quando “chega o navio”, as opções de venda aumentam, a demanda cresce, os preços sobem e imediatamente a relação entre fornecedor e frigorífico muda o tom da conversa, além do tempo (escala) de abate.
Penso que o governo deveria taxar os frigoríficos em 30% e centrar o dinheiro em um fundo para indenização de produtores rurais lesados por frigoríficos mal administrados que entram em recuperação judicial e dão calote no produtor.
Esse comportamento da indústria de frigoríficos de sempre buscar o enfrentamento com os produtores é uma dais coisas mais estúpidas que se vê no setor.
Fosse outra a postura poderíamos, juntos, pecuaristas e frigoríficos, buscar soluções que permitisse resguardar o ganho de ambos. Mas a indústria sempre vai para o enfrentamento.
É certo que exportar produtor industrializado é melhor para todo mundo, mas sufocar o primeiro elo da cadeia é burrice. Com essa indústria frigorífica irresponsável todo produtor rural deveria exportar seus bois vivos.