Foi com as carnes na agenda que o vice-presidente Michel Temer iniciou ontem sua visita a Moscou. Ele esteve no estande brasileiro na feira WorldFood, onde experimentou o churrasco que estava sendo servido e reiterou que a intenção de ambas as partes é incrementar o comércio bilateral.
O vice-presidente Michel Temer prova churrasco brasileiro em Moscou, na Rússia. Foto de Andrei Netto/Estadão.
Com a deterioração da economia russa, impactada pela queda do petróleo e pela desvalorização do rublo, os russos passaram a reclamar dos preços brasileiros, e em alguns casos conseguiram renegociar contratos com reduções de 20% a 25%. E as vendas de carne bovina do Brasil para o país, que alcançaram 306 mil toneladas em 2013, ou US$ 1,212 bilhão, e 314 mil toneladas em 2014 (US$ 1,214 bilhão), neste ano estão em baixa.
Em meio à queda dos embarques de carne bovina para a Rússia, os frigoríficos brasileiros passaram a oferecer cortes diferenciados em uma tentativa de ganhar espaço no varejo daquele país. Nesse cenário, a JBS enviou uma equipe à Rússia para oferecer cortes diferentes, conforme Renato Costa, presidente da divisão de carnes da JBS Mercosul. A Rússia costuma comprar do Brasil mais cortes dianteiros e carnes para a indústria, mas menos cortes traseiros, mais valorizados. “Precisamos ir mais no in natura. Vemos oportunidades de venda de cortes traseiros diretamente para as redes de supermercado, via importador”, afirma Costa.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.