Enquanto prepara uma viagem para a Itália, Bélgica, França e Alemanha, prevista para o mês de outubro, com a intenção de captar investimentos para o setor do agronegócio e obras de infra-estrutura, o governador Marcelo Miranda (PSDB), recebeu a confirmação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária, de que foi reiterado o pedido à União Européia para uma nova visita de inspeção sanitária ao Tocantins, assim como Rondônia e o sul do Pará.
O pedido foi levado pela missão do Mapa que está em Bruxelas, na Bélgica, em busca da ampliação da área da exportação da carne bovina brasileira para os europeus. A primeira visita ocorreu de 5 a 19 de março passado. Por enquanto, o estado está fora da lista dos aptos a exportarem carne para a UE.
O governo estadual informou que continua fazendo esforços para integrar essa lista, até porque esse credenciamento é mais um passo para abrir portas para outros compradores igualmente exigentes, como o Japão e os Estados Unidos. O secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, explicou que só depois da volta dos técnicos brasileiros é que será possível fazer uma leitura mais precisa sobre a vinda, ou não, dessa nova missão.
Entretanto, o Tocantins está próximo de fechar negócios de vulto com o Oriente Médio. Em visita às instalações das indústrias frigoríficas Frinol e a Coopercarne Boi Forte, o diretor de abate “Halal” da Federação das Associações Muçulmanas no Brasil, Mohamed Hussein El Zoghbi, considerou a carne produzida de “ótima qualidade”.
Ele aprovou a iniciativa dos proprietários das duas indústrias de procurar o Oriente Médio desde o início de suas atividades comerciais, inclusive com disposição para fazer adaptações para atender as exigências desse mercado. O Frinol está instalado em Nova Olinda e deve iniciar o abate ainda neste mês de setembro.
El Zoghbi explicou que os produtos alimentícios destinados ao mundo islâmico devem obedecer ao processo de abate respeitando aos princípios estabelecidos pelo Alcorão. A degola tem que ser voltada para Meca e o animal deve morrer com um único golpe. O diretor avaliou que as duas indústrias frigoríficas estão aptas a exportar para os países islâmicos.
A empresária e criadora, Juliana Messemberger Parcher Seabra, responsável pela vinda de Mohamed El Zoghbi ao Tocantins, confirmou que assim que entrar em operação, o Frinol deverá receber a visita dos embaixadores do Kuwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Eles deverão conhecer de perto as instalações da unidade frigorífica. Juliana considera que a qualidade do gado, aliada à seriedade dos criadores, pode assegurar a conquista desse novo mercado.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Ivonete Motta), adaptado por Equipe BeefPoint