Levantamento sobre o perfil dos produtores de carne e da indústria frigorífica com maior potencial para atender ao mercado internacional revelou que o segmento no Tocantins possui nível de tecnificação satisfatório. Com investimentos em gestão, rastreabilidade e adequação de equipamentos, o Estado poderá integrar a lista dos exportadores para consumidores como a União Européia.
O estudo é parte das ações do Programa de Qualidade da Carne (Qualicarne) e foi realizado sob a coordenação da Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto), com apoio do Sebrae, Fundo de Desenvolvimento Agropecuário e Sindicato da Indústria da Carne. Durante três meses, dois consultores visitaram seis unidades frigoríficas e 60 produtores que possuem maior capacidade para exportação.
Embora a rastreabilidade seja uma exigência do mercado europeu, os criadores do Tocantins ainda não implantaram esse sistema em suas propriedades. O superintendente do Instituto Euvaldo Loidi no Tocantins, José Roberto Fernandes, observou que em boa parte das propriedades falta apenas a implantação dos chips de identificação nos animais, uma vez que no acompanhamento do rebanho são utilizados programas de informática com controle completo.
Nas entrevistas, os criadores alegaram que estão aguardando algum incentivo do governo, seja na redução de carga tributária, fomento à pesquisa ou em política sanitária, para fazer novos investimentos.
Fernandes considerou que o engajamento do poder público é fundamental para evidenciar com mais nitidez o potencial da pecuária local. “Já temos um nível de qualidade que permite a verticalização da produção. Está na hora de pararmos de vender boi em pé e exportarmos empregos”, acentuou. Os pecuaristas do Tocantins são grandes fornecedores de boi em pé para o Norte e Nordeste e mesmo para algumas regiões do Centro-Oeste, como Goiás.
Os consultores técnicos, Álida Andrade e Leonardo Guerrin, constataram que no norte do estado, onde concentram-se grandes projetos pecuários, alguns produtores estão próximos de atender às exigências do mercado europeu, já que a qualidade de seus rebanhos está acima da média brasileira.
Esses produtores podem tornar-se âncoras e ser responsáveis pela abertura do canal de exportação de carne do Estado. Fernandes acredita que, para isso, são necessários ajustes, como a melhoria na prática do manejo para aumentar a produtividade e investimentos.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Ivonete P. Motta), adaptado por Equipe BeefPoint