O trabalho de cientistas da Universidade do Estado do Novo México (NMSU) com sequestro de carbono está chamando a atenção – não somente no Novo México, mas também, na Áustria e na Austrália. Seu trabalho sugere uma potencial solução para lidar com problemas relacionados ao dióxido de carbono que parecem estar causando o aquecimento global.
O trabalho de cientistas da Universidade do Estado do Novo México (NMSU) com sequestro de carbono está chamando a atenção – não somente no Novo México, mas também, na Áustria e na Austrália. Seu trabalho sugere uma potencial solução para lidar com problemas relacionados ao dióxido de carbono que parecem estar causando o aquecimento global.
David C. Johnson, pesquisador e biólogo molecular da NMSU do WERC, consórcio para educação ambiental e desenvolvimento de tecnologia da Faculdade de Engenharia, faz pesquisas para o Instituto de Pesquisas de Agricultura Sustentável da NMSU. As pesquisas de Johnson sobre captura de carbono e armazenamento em solos agrícolas recentemente foram destacadas em um livro chamado “The Soil Will Save Us”, de Kristin Ohlson (“O solo nos salvará”, em uma tradução livre).
“Temos muitas questões sobre clima e agricultura”, disse Johnson. “O que essa pesquisa buscou foi como capturar melhor esse CO2 e colocá-lo de volta no solo, enquanto também melhoramos nossos sistemas agrícolas. Acontece que nossos produtores rurais são ‘a chave’ para redução bem sucedida de gases de efeito estufa dentro de um sistema agrícola sustentável”.
O trabalho começou em 2004, quando Johnson tinha um projeto com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), tentando resolver o problema do que fazer com o esterco de vacas leiteiras. O USDA queria um produto que fosse vendido e também fosse bom para a agricultura, de forma que Johnson desenvolveu um processo de compostagem que basicamente reduziu a salinidade do esterco, mas também criou um composto que rendeu uma salinidade reduzida que era boa para o solo, mas, mais importante, continha uma estrutura de comunidade microbiana diversificada.
“A maioria da compostagem é feita em leiras, sendo revolvida todo dia ou a cada dois dias, o que prejudica o crescimento dos fungos. O processo que desenvolvemos era sem revolvimento, de forma que você não prejudicava a comunidade de fungos, permitindo que esses prosperassem. O que notamos enquanto colocamos as plantas para crescer nesse composto foi o que focamos sobre como mudar o solo e como mudar a população microbiana do solo de uma comunidade bacteriana para uma dominada por fungos”.
O que torna esse composto feito por Johnson tão único? “Não é tanto sobre como fazer a compostagem, mas sim, sobre a mudança no crescimento das plantas que observamos quando mudamos a estrutura da comunidade microbiana do solo, mudando-a de dominada por bactérias para fungos. É isso que estamos agora tentando fazer na agricultura – tentando mudar a estrutura da comunidade microbiana nos solos”.
Isso não é feito através da aplicação do composto (adubo), já que isso não é prático para grandes áreas agrícolas. Ao invés disso, o Instituto de Pesquisa de Agricultura Sustentável está tentando implementar essa mudança fazendo seu cultivo no solo.
“Os solos com maior teor de carbono e maiores populações de fungos nos permitem dobrar a produção no solo com a mesma quantidade de água. Uma vez que você melhora seus solos a um ponto que eles têm um maior teor de carbono e uma melhor estrutura microbiana do solo, então, se você pode cultivar duas vezes a quantidade de alimentos em metade da quantidade de terra, você pode reduzir a quantidade de terra de sua fazenda e, ao fazer isso, você pode cortar seu uso de água. A agricultura atualmente usa cerca de 80% de nossos recursos de água doce”.
“Estou tentando trazer de volta todos os participantes e deixá-los fazer o que fazem melhor para capturar carbono e melhorar a fertilidade do solo. Isso terá um impacto na agricultura de tal forma que será possível produzir melhor as plantas, com menos insumos, menos água e reduzindo a poluição que vemos de todos os fertilizantes que aplicamos aos solos. Isso mudará a forma como abordamos a agricultura. E meu produto residual por reduzir as concentrações de CO2 atmosférico é alimento. Você pode superar isso?”.
Fonte: inkis.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.