Ann Veneman: Estamos aqui para dar uma notícia curta. Ao meu lado estão Bill Hawks, subsecretário de Marketing e Programas Regulatórios do USDA; Dra. Elsa Murano, nossa subsecretária de Segurança Alimentar; e Dr. Ron De Haven, nosso administrador de Serviços Veterinários no Serviço de Inspeção de Saúde Animal e nosso veterinário-chefe no USDA. Eles me ajudarão a responder a suas questões.
Hoje, recebemos dos Laboratórios do Serviço Nacional Veterinário do USDA, em Iowa, que uma vaca da raça Holandesa do estado de Washington foi testada como positiva para EEB, mais conhecida como doença da “vaca louca”.
A despeito dessa descoberta, continuamos confiantes na segurança de nosso abastecimento alimentar. O risco da EEB para a saúde humana é extremamente baixo. O animal testado era uma vaca prostrada ou com sinais não-ambulatoriais no momento do abate e foi identificada como parte do programa de inspeção dirigida pelo USDA.
A amostra foi coletada a 9 de dezembro. Foi testada e re-testada em nossa Ames facilidades usando dois testes incluindo imunohistoquímico, reconhecido como padrão “ouro” para detecção de EEB pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e OIE (Organização Internacional de Epizootias).
Uma amostra desse animal está sendo levada em um vôo militar ao laboratório veterinário central em Weybridge, Inglaterra, para confirmar a suspeita. Nosso rastreamento indica que o animal vem de uma fazenda em Mabton, Washington, cerca de 40 milhas ao sudeste de Yakima.
Como parte de nosso plano de controle, a fazenda foi colocada em quarentena. Depois que o animal foi abatido, a carne foi enviada para processamento na empresa Midway Meats em Washington. O Serviço de Inspeção de Segurança Alimentar do USDA trabalha rápido para determinar rigorosamente a distribuição final dos produtos desse animal.
Mesmo que os riscos à saúde humana sejam mínimos com base nas evidências, tomamos todas as medidas apropriadas com cuidado em excesso.
Desde 1990, o USDA tem tido um agressivo programa de inspeção para assegurar a detecção e uma rápida resposta em caso de entrada de EEB no país. Como parte desse programa, desenvolvemos um plano de resposta para ser usado se a EEB fosse identificada nos EUA.
Até o momento, este é um caso suspeito, no entanto ativamos nosso plano hoje. Estamos fazendo as apropriadas notificações e confirmações de acordo com o plano e as ações emergenciais se iniciam.
Contatei o secretário Ridge e enfatizei que, com base nas informações disponíveis, o incidente não se trata de ação terrorista nem se refere de maneira nenhuma ao estado de alerta da nação. Não posso me estender muito nesse ponto.
A segurança de nosso abastecimento e da saúde pública é alta prioridade nesta administração e para o USDA. No último ano, testamos 20.526 cabeças de gado para EEB, o triplo do nível registrado em 2001. A suspeita de hoje é resultado de um programa de inspeção agressivo. É uma clara indicação de que nosso programa de inspeção e detecção tem funcionado.
O USDA tem feito treinamentos e se preparado há vários anos para uma situação como esta. Continuamos a proteger o abastecimento dos EUA, a saúde pública e salvaguardado a agricultura norte-americana.
Em outubro, anunciamos descobertas do Centro de Análise de Riscos de Harvard que indicaram que se um animal infectado entrasse no sistema de pecuária dos EUA, o risco de propagação seria baixo com base nas salvaguardas e nos controles que temos implantado.
Como parte de nossa resposta a esta situação, fornecemos relatórios diários para deixar o público atualizado sobre seu status. Continuamos a fornecer a vocês toda a informação e da forma mais rápida possível.
Lançamos essa descoberta antes mesmo da confirmação final da Inglaterra por acreditarmos que o teste foi bem-feito, e com o interesse de proteger o abastecimento e a saúde pública. A informação está disponível em nosso site (www.usda.gov), e a atualizaremos freqüentemente. Também temos gravado as atualizações para vocês, disponíveis gratuitamente por telefone.
À medida que o incidente pode representar a primeira descoberta de EEB nos EUA, temos trabalhado arduamente para assegurar que nossa resposta é rápida e efetiva. Continuamos a trabalhar com parceiros como o FDA (Food and Drug Administration) e o Departamento de Segurança para proteger nosso abastecimento alimentar e a saúde pública.
Neste momento do ano, muitos norte-americanos estão fazendo planos para as férias e ceia de Natal. Não vemos a necessidade de as pessoas alterarem seus planos ou seus hábitos alimentares ou fazer algo além de ter uma feliz e saudável estação de férias. Pretendo servir carne bovina em minha ceia de Natal. E continuamos confiantes na segurança de nossos alimentos.
Eu queria agradecer a todos novamente por estarem aqui, nesse momento, e para uma notícia tão curta. Mas sentimos que seria importante atualizá-los sobre essa importante situação. Obrigada. Ficaremos satisfeitos de responder a suas questões.
Danielson, Bloomberg News pergunta: Há alguma conexão entre essa descoberta e o incidente de Alberta, Canadá? Essa vaca pode ter vindo do Canadá de alguma maneira?
Veneman: É muito cedo para dizer, mas eu penso que a situação de tentar colocar esses dois incidentes lado a lado seria duvidosa, primeiramente porque são diferentes tipos de animais. Esta era uma vaca Holandesa e a vaca canadense era da raça Angus.
Randy Fabi da Reuters pergunta: A senhora alertou algum de seus parceiros comerciais sobre o incidente e, se o fez, algum país reagiu contrariamente, fechando suas fronteiras às exportações de carne bovina dos EUA?
Veneman: Novamente, é muito cedo, Randy. Estamos em processo de notificação uma grande gama de pessoas neste ponto, incluindo nossos parceiros comerciais, e não posso neste momento antecipar o que eles poderão fazer em resposta a essa notícia.
Jonathan Salante, Associated Press pergunta: Que passos, ou quais, vocês darão especificamente para prevenir a disseminação da doença, e que garantias temos de que outras carnes não estão contaminadas?
Veneman: Bem, penso que é muito importante reconhecer que a doença não se prolifera facilmente. Uma das coisas que as pessoas confundem muito, e eu vi isso acontecer quando o Canadá teve um único caso de EEB, é que muitas vezes as pessoas não entendem que isto não é febre aftosa; não é uma doença altamente contagiosa que você vê se proliferar rapidamente como se viu na Inglaterra no começo de 2001 com a aftosa. É importante fazer essa distinção.
Temos dado alguns passos desde 1990 para proteger nosso abastecimento de carne bovina dessa doença. Temos implementado uma proibição alimentar; temos requerido a remoção de qualquer tipo de material que ofereça risco de um animal como este, um animal prostrado, e temos uma série de ações tomadas para reduzir, substancialmente, o risco para a saúde pública dessa doença se ela for encontrada. E é por isso que continuamos a acreditar que essa descoberta, embora lamentável, não impõe nenhum tipo significativo de risco para a cadeia alimentar humana.
Sara Nagel, Fox News pergunta: Vocês podem nos contar a quem isso afetará, quais as chances de que isso possa se alastrar nos EUA?
Veneman: Bem, eu penso que neste momento é difícil dizer, mas, novamente, a lamentável descoberta de um único caso no Canadá neste ano nos deu alguma experiência quanto à investigação que temos de fazer. Não sabemos quando a investigação do Canadá começou, de uma maneira ou de outra haveria mais casos ou seria apenas um caso isolado. De fato, após vários meses checando a situação, demonstrou ser um caso isolado. É muito cedo dizer se será ou não um caso isolado. O que podemos dizer é que estamos voltando à fazenda de onde essa vaca veio. Faremos uma investigação completa na fazenda e um rastreamento do animal até sua origem.
Audy Rivall, ABC News pergunta: Conte-nos um pouco mais sobre essa fazenda. O que vocês planejam fazer com os outros animais? Vocês dizem que estão em quarentena, e vocês testarão as outras vacas? E também, quão certos vocês estão de que a reação popular ao ouvir “vaca louca” nas ruas poderia gerar algum tipo de histeria coletiva associada ao fato? Quão certos vocês estão a esse respeito? E, certamente, vocês devem concordar que essa é uma possibilidade, ou não concordam?
Veneman: Bem, nós certamente esperamos que a população continue confiante no abastecimento alimentar. Como eu disse, de alguma maneira temos uma experiência como esta por causa do caso do Canadá.
O que descobrimos a partir de ações tomadas tanto no Canadá quanto nos EUA frente ao caso deste ano é que a demanda por carne não diminuiu em parte porque acreditamos que a população na América do Norte sabe que temos o mais forte sistema de segurança alimentar do mundo. Temos proteções locais e, novamente, eu pessoalmente não hesito ao recomendar a qualquer pessoa que a carne bovina é absolutamente segura para o consumo.
Quanto à fazenda, sua outra questão, novamente estamos em estágios precoces de investigação. Temos um registro completo de protocolos que estamos acompanhando com cuidado para que possamos chegar a um acordo se temos um surgimento de BSE. Temos acompanhado todos esses passos, inclusive conseguimos localizar a fazenda, ela está em quarentena e a investigação terá início. Novamente, é uma notícia muito recente, mas estamos dando todos os passos que podemos, e continuaremos a atualizar vocês, como indicamos.
Mr. Dunn, Washington Post pergunta. Vocês podem nos dar alguma opinião sobre a fazenda? Por que essa fazenda em particular está em estudo? Esse animal era significativo de alguma maneira que vocês realizaram testes nele? Quantos outros animais há nessa fazenda? Quantas outras fazendas próximas a ela?
Veneman: Primeiramente, o teste não foi feito na fazenda. Foi feito quando o animal foi apresentado no frigorífico, e é esse nosso procedimento-padrão, segundo o qual os animais devem ser testados se chegarem prostrados ao frigorífico.
A fazenda foi identificada desde quando tivemos os resultados do teste do animal. Então, fomos ao estabelecimento somente nesta tarde (ontem, 23), encontramos de onde o animal veio e assim começou a investigação no sentido de verificar se haveria ou não impacto nas vacas daquela fazenda. Neste momento, porém, a informação detalhada sobre a fazenda e as áreas em seu entorno é preliminar. Não temos essa informação neste momento.
Randy Fabi, Reuters pergunta: Qual a probabilidade de algo dessa vaca ir para algum abastecimento alimentar? Eu sei que vocês contactaram as empresas de abastecimento. Houve alguma devolução?
Veneman: Randy, é isso que estamos tentando identificar neste momento. Acreditamos que o produto desse animal foi para duas processadoras distantes. Esse frigorífico é muito pequeno. Abate poucos animais e, no nosso entender, novamente de maneira preliminar, o produto foi para processadoras distantes.
Insisto que o mais importante é lembrar que os cortes de músculo ou carne não oferecem risco. De fato, até onde a ciência investigou, eu sei que nada mostra que se pode transmitir EEB por meio de cortes de músculo ou carne. Portanto, o fato de que tenha ido para processamento não é significativo em termos de saúde humana. Entretanto, estamos rastreando. Estamos procurando traçar a rota que o produto seguiu. E tomaremos as medidas apropriadas para determinar onde o produto está e o que aconteceu com ele.
Dra. Murano complementa Veneman: Deixe-me reforçar o que a secretária Veneman disse. Vocês devem saber que os tecidos infectados em um animal com EEB são os tecidos do sistema nervoso central, o cérebro e a medula espinhal, e esses tecidos não entraram na cadeia alimentar. Esses tecidos são devolvidos. É muito importante saber disso. Os cortes de músculos, como disse a secretária Veneman, foram de um frigorífico para outro, que fez a desossa, o Midway Meats, como ela mencionou. Assim, acreditamos que o produto foi para dois frigoríficos. Um chamado Willamette e o segundo, Interstate Meat, ambos em Washington.
CNN pergunta: Vocês disseram que os riscos à saúde são mínimos se alguém comer a carne contaminada. Quais os riscos?
Veneman: Como a Dra. Murano indicou, não existe, virtualmente, nenhuma chance de a carne ter sido contaminada e os agentes de alto risco em qualquer animal foram removidos dessa vaca, portanto, acreditamos que o risco de qualquer efeito sobre a saúde humana é extremamente baixo.
CNN pergunta: Sim, mas e se encontrarem outro animal contaminado na fazenda?
Dra. Murano: Bem, devemos saber que o agente que causa a doença da “vaca louca” reside em alguns tecidos, os quais foram removidos desse animal e descartados, portanto, não estão na rede de abastecimento. A comunidade científica acredita que não há evidências que demonstrem que cortes de músculo ou carne de animais infectados com a doença sejam agentes.
Christopher, Reuters: Gostaria que vocês nos falassem um pouco mais sobre o que será feito na Inglaterra especificamente e qual o prazo para ter os resultados finais dos testes?
Veneman: A amostra foi levada a um laboratório na Inglaterra. É um dos melhores laboratórios de análise de EEB do mundo. E teremos os dados em alguns dias, provavelmente três a cinco dias. Estamos fazendo isso o mais rápido possível, mas os resultados que pudemos confirmar em nossos laboratórios nos levaram a pensar que tínhamos de agir.
Participante não identificado pergunta: Vocês disseram que colocaram a fazenda em quarentena. Impuseram algum tipo de quarentena no frigorífico ou nos três frigoríficos que estão sob suspeita?
Veneman: Bem, temos pessoas que foram aos frigoríficos assim como aos frigoríficos, começando a ver os registros, mas estamos fazendo uma completa investigação em toda a cadeia por onde esse animal pode ter passado. Não pensamos normalmente em impor quarentena no frigorífico, mas sim na fazenda. Entretanto, estamos investigando os frigoríficos para determinar exatamente onde o produto pode ter ido.
Veneman: Estamos tomando as ações apropriadas. Primeiro precisamos identificar onde o produto foi antes de começar a agir. Não estou dizendo que não estamos agindo, mas que tomaremos as ações apropriadas com base nas investigações. Decidimos que não poderíamos esperar para dar essa informação ao público, mas certamente não temos todas as respostas hoje. E continuaremos a atualizar nosso site e as gravações telefônicas. Obrigada.
Fonte: USDA, adaptado por Equipe BeefPoint