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15 de setembro de 2025

Treinamento que muda comportamento: o que realmente funciona na capacitação de equipes rurais

Na maioria das fazendas, quando se fala em capacitação, o que vem à cabeça é dar um curso, fazer uma palestra, passar um conteúdo técnico.

Mas quem vive a rotina do campo sabe: treinamento que só ensina, mas não muda comportamento, não serve.

Essa é a visão de Fernando Ferrari, especialista em liderança, comportamento humano e fundador do Instituto Ativa, com mais de 30 anos de experiência transformando pessoas em empresas, fazendas e até projetos internacionais. Durante a entrevista, Ferrari foi direto ao ponto:

“Treinar não é ensinar. Treinar é transformar.”

O maior erro dos treinamentos no agro

É muito comum encontrar treinamentos que falham por três motivos principais:

  1. São teóricos demais — o conteúdo não conversa com a realidade do campo.
  2. Desconsideram o perfil do time — linguagem complicada, distante.
  3. Não são acompanhados de prática e cultura — a equipe ouve, mas não aplica.

O resultado é frustrante: o gestor acha que está investindo, mas continua tendo que cobrar tudo. Nada muda.

O que um bom treinamento precisa gerar?

Segundo Ferrari, um processo de capacitação de verdade precisa, no mínimo, gerar dois efeitos.

O primeiro é o aumento da consciência. O funcionário precisa entender por que seu trabalho importa. Um exemplo real: um operador de herbicida que sabe como sua função influencia na qualidade final dos touros produzidos na fazenda.

O segundo é o aumento da capacidade de resposta. Ele precisa reagir melhor aos desafios do dia a dia, sem depender de ordens a todo momento.

Se isso não acontece, é só mais um evento bonito que some na rotina.

Dá para fazer isso com gente simples?

Sim. E esse é um dos pontos mais fortes da abordagem de Ferrari: não subestime quem está no campo.

Muitos colaboradores podem ter pouca escolaridade, mas são inteligentes, experientes e observadores. Basta respeitá-los e falar na linguagem deles.

“É papel do líder não pensar ‘será que ele entende?’, mas sim: ‘como eu posso me fazer entender?’”

Cinco pilares para capacitação que funciona

Ferrari resume sua metodologia em cinco pontos simples e 100% aplicáveis a qualquer fazenda:

  1. Propósito claro – cada um precisa entender como sua função afeta o todo.
  2. Respeito real – sem “nós aqui e eles lá”.
  3. Linguagem prática – sem termos técnicos difíceis.
  4. Acompanhamento contínuo – o gestor precisa reforçar o que foi treinado.
  5. Reconhecimento sincero – todo mundo quer ser valorizado pelo que faz bem.

Como saber se funcionou?

Você sabe que o treinamento deu certo quando o comportamento muda.

O funcionário cumpre sem ser cobrado.
Resolve problema sozinho.
Se orgulha do que entrega.
E, principalmente, consegue explicar com clareza como seu trabalho impacta a fazenda.

Se nada disso aparece, é hora de revisar o processo.

Quem participou da entrevista

  • Fernando Ferrari — Fundador do Instituto Ativa, especialista em liderança e comportamento humano, com mais de 30 anos de experiência no Brasil e no exterior.
  • Eduardo Amaral — Gestor que compartilhou práticas reais de transformação de equipe no campo.
  • Miguel Cavalcanti — CEO da BeefPoint, que trouxe provocações e conduziu a conversa.

O maior ativo de uma fazenda não está no pasto. Está nas pessoas.
Mas só floresce quando o gestor entende que treinamento não é evento. É processo.

Se o comportamento da equipe não muda, o que foi feito foi só barulho.

Quer ouvir essa conversa completa?
Assista à entrevista na íntegra no YouTube.
Estreia no dia 16 de setembro, às 7h da manhã.

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