O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira, 20, uma ordem executiva retirando as tarifas extras de 40% aplicadas ao café e à carne bovina. O documento divulgado pela Casa Branca inclui ainda frutas (abacate, goiaba, manga, banana, entre outras), nozes, cacau, café, chá, água de coco, açaí, especiarias, vegetais, raízes e tubérculos.
No entanto, a medida, segundo Welber Barral – colunista do Agro Estadão e ex-secretário de Comércio Exterior-, não contempla todos os produtos brasileiros taxados em agosto. O café solúvel, por exemplo, não teve alívio tarifário. “Houve queda para alguns itens que estão no Anexo I e no Anexo II. Alguns produtos industrializados ou de transformação, como o café solúvel, ficaram de fora”, disse.
Do governo ao setor produtivo, o clima é de comemoração com o fim das tarifas. Ao Agro Estadão, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua, disse que “talvez seja a melhor notícia do ano”. “Vamos voltar a comercializar com um mercado muito importante”, destacou.
De acordo com o secretário, o Mapa ainda está fazendo uma análise da lista, que tem 36 páginas, mas alguns produtos que o setor pedia não estão na lista. É o caso do café solúvel, do mel e dos pescados. “Vamos terminar de analisar para saber quais não foram incluídos e depois fazer o questionamento ao governo americano. Mas o momento agora é de comemoração”, completou o secretário à reportagem.
Outro ponto que o secretário lembra é que a medida é retroativa, ou seja, produtos desta listagem, importados a partir do último dia 13 de novembro, se beneficiam da queda da tarifa. “Vai ter um reembolso”, explicou Rua. A data é a mesma em que a retirada das tarifas recíprocas de 10% começou a valer.
Por meio de nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), celebrou a decisão do governo norte-americano. “A reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para a carne bovina brasileira”, destacou a entidade.
Os Estados Unidos são o segundo principal destino da carne brasileira. Até outubro, mesmo com o tarifaço, foram comercializadas mais de 231 mil toneladas de carne bovina para o país da América do Norte. No ano passado, foram 229 mil toneladas.
“A medida demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, que contribuíram para um desfecho construtivo e positivo. A Abiec seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença do Brasil nos principais mercados globais”, completou a associação.
Fonte: Estadão.