Um ano depois de a União Europeia ter restringido as importações brasileiras de carne bovina in natura, o Ministério da Agricultura faz as contas do prejuízo que o embargo causou ao país em 2008. Estudo da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura estima que a restrição da UE gerou uma perda de US$ 586 milhões em exportações do produto.
Um ano depois de a União Europeia ter restringido as importações brasileiras de carne bovina in natura, o Ministério da Agricultura faz as contas do prejuízo que o embargo causou ao país em 2008. Estudo da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura estima que a restrição da UE gerou uma perda de US$ 586 milhões em exportações do produto.
Em 2007, exportamos ao bloco 195.240 toneladas de carne bovina in natura para a UE, volume que em 2008 recuou paras 36.218 toneladas. Isto é, o país deixou de exportar 159.022 toneladas para seu melhor cliente. Enquanto o preço médio nas exportações para a UE, que compra principalmente cortes nobres, foi de US$ 7.471 por tonelada este ano, para os demais destinos ficou em US$ 3.786 por tonelada, uma diferença de US$ 3.685 por tonelada.
A forte queda nos volumes embarcados à UE em 2008 foi provocada, sobretudo, pela decisão do bloco de exigir do Brasil uma lista com fazendas certificadas para fornecer animais para abate e venda aos países-membros. De fevereiro de 2008 até hoje, o número de fazendas certificadas soma 814 estabelecimentos no país. Mas o crescimento é lento.
“Não vejo possibilidade de recuperação este ano [nas vendas para a UE]. O fato é que perdemos nosso principal cliente”, afirma Pedro de Camargo Neto, pecuarista e presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
A expectativa de Kroetz é de que a lista de fazendas cresça, uma vez que os europeus têm reconhecido a melhoria no sistema de certificação, segundo ele. Conforme comunicado do ministério, a missão da UE que encerrou visita ontem ao país considerou “amplamente satisfatória” a situação dos frigoríficos, “assim como para a certificação da carne bovina in natura“. Também considerou que melhoras significativas foram adotadas em relação à supervisão e auditoria nas propriedades aprovadas para a UE. Kroetz avalia que isso abre caminho para flexibilização das exigências pelo bloco.
Ontem, na Fiesp, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, disse que o segmento já enfrenta preços baixos no mercado internacional e oferta restrita de bovinos. Além disso, “há notícias de que os frigoríficos não querem remunerar o produtor pelo animal rastreado”, disse. Se o rastreamento for desestimulado, afirmou, os embarques de carne bovina para a UE podem cair ainda mais.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Seria interessante que o MAPA fizesse um estudo para demonstrar se a UE teve um custo maior para suprir a ausencia da carne brasileira, pois foi mostrado quanto o Brasil deixou de ganhar e deveríamos saber também quanto a UE gastou a mais.
O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Brasil sempre teve um trabalho exemplar e não melhorou após a última visita da missão européia, mas devemos aceitar seus elogios, os quais demonstram que levando em conta custo x benficios a carne brasileira se faz necessária por lá.
Concluindo nossa carne é a mais ecologicamente correta do planeta e deveríamos ter um preço melhor por ser a de menor risco sanitário também.
Sobre “prejuizos” causados devido às restrições Européias a carne brasileira acredito terem acontecidos, agora como citou o Lauro Fraga, não temos essa dimensão.
Por pior que possa parecer, nem sabemos se tiveram prejuizos ou se compraram mais barato, talvez de Austrália ou Uruguai.
O que é evidente é que o interesse em nosso “boi verde” ainda persiste, pois senão, deixariam de nos vistoriar depois do embargo.
O que impera é a indecente atitude de frigoríficos que não valorizam os esforços de produtores que buscam a excelência em confinamento bovino. Alguns centavos a mais no preço da @ não cobrem nem de longe os investimentos, as vezes “salgados”, que fizemos.
Há de se pensar em novos índices para esta relação PRODUTOR x FRIGORÍFICO.