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UE: cooperativas querem embargo à carne brasileira

As organizações agrárias e cooperativas da Europa denominadas COPA-Cogeca (Comitê de Organizações Agrícolas Profissionais na União Européia (UE) - Confederação Geral de Cooperativas Agrícolas da UE) solicitaram que a Comissão Européia proíba as importações de carne bovina procedentes do Brasil até que se garanta a segurança da carne. Segundo o site Eurocarne, as cooperativas agrárias européias consideram que existem riscos sanitários.

As organizações agrárias e cooperativas da Europa denominadas COPA-Cogeca (Comitê de Organizações Agrícolas Profissionais na União Européia (UE) – Confederação Geral de Cooperativas Agrícolas da UE) solicitaram que a Comissão Européia proíba as importações de carne bovina procedentes do Brasil até que se garanta a segurança da carne. Segundo o site Eurocarne, as cooperativas agrárias européias consideram que existem riscos sanitários.

O COPA-COGECA recorda que já foram concedidos longos períodos de tempo para que pudessem ser resolvidas as insuficiências detectadas pelas missões da Oficina Alimentar e Veterinária (OAV) no Brasil.

0 Comments

  1. Fábio Perez Tanner disse:

    Sou à favor do total cancelamento de vendas para a UE. Já deu muito pano para manga.

    O Sr. Pratini de Moraes, mesmo após trabalhar apoiando a rastreabilidade, dando chance de mais embargos sem motivos, já percebeu que essa novela não terá fim, a não ser que o “the end” parta do Brasil.

    Vamos partir para novos mercados, não precisaremos vender muito para que recuperemos os míseros 3% que perderemos no fim das exportações para a UE.

  2. César Augusto de Freitas disse:

    A questão é: quando iremos valorizar nosso produto? Acredito que devemos realizar os procedimentos de acordo com nossa realidade, não alucinar em normas que dificilmente cumpriremos (produtores e indústrias) e assim estaremos sempre apresentando nossas falhas, pois o papel aceita e na prática torna-se complexo.

    Atenção CNA e ABIEC, formulem procedimentos palpáveis e práticos, pois somos o maior produtor de alimento do mundo, não necessitamos implorar para que nosso produto seja comercializado com este (bloco) ou qualquer outro Pais.

  3. Gustavo Gomes Dell disse:

    Sou pecuarista e agente de exportação.

    Neste último embargo que sofremos devemos refletir sobre o seguinte: que legitimidade tem uma comissão da UE para nos sentenciar com uma pena de embargo? Qual qualificação técnica possui essa comissão para emitir um pareceer unilateral e fazer-nos acatá-lo?

    Obviamente trata-se de ato de cunho meramente político pois a carne que produzimos hoje é a mesma de 2007, ano em que batemos todos os recordes e carne foi comecializada e aceita na Europa. Somos excelentes em produção e isso incomoda produtores de outros países que são unidos aos seus governos para nos imporem este tipo de medida. Talvez nos falte essa mesma união para promover nossa defesa.

    As tradings e distribuidoras européias confiam na nossa carne, conquanto a compra em alta escala suprime o produtor europeu que, data venia, é fraco em volume. Então a saída deles é criar um problema para nosso produto por meio de seus governos. Bastaria uma consulta aos compradores de lá para saber que receberiam nossa carne a qualquer momento de braços abertos e pagando um bom preço. O Embargo é político e em política, agente ainda é um pequeno país.

  4. Cesar de Castro Alves disse:

    Entendo o sentimento dos colegas pecuaristas pois também sou e também tenho vontade de embargar os europeus.

    De fato as exigências dos consumidores e produtores europeus são absurdas e realmente parecem puro protecionismo comercial. Precisamos lembrar também que falhamos em entregar o Sisbov como foi prometido. Engolimos regras absurdas imaginando que empurraríamos os europeus com a barriga eternamente, pois somos os principais exportadores.
    Porém, a coisa não é tão simples assim.

    Apesar de a participação do bloco europeu nas nossas exportações de carne in natura (fresca + congelada) ser de apenas 15% em quantidade, para a carne fresca (a mais cara, nosso melhor filão) esse percentual chegou a 64% em 2007. Isso faz com que, a receita total de carne in natura vendida aos europeus represente 31% (isso não é pouco). Note-se que enquanto vendemos ao Oriente Médio carne fresca por US$ 3100/t em dezembro/07, enchendo nosso saco, os europeus nos pagaram no mesmo mês notáveis US$ 6800 pela tonelada do produto fresco, dado que são cortes frescos de melhor qualidade.
    Imagine quantos poucos brasileiros – mesmo a renda crescendo e o consumo a mil – poderiam pagar por esse produto. Ou seja, a participação relativa da União Européia na receita é bem superior ao volume que eles nos compram.

    É superficial pensar que o mercado europeu não é tão importante para o Brasil, por sermos os únicos players no mundo capaz de responder rapidamente a um aumento de demanda, por termos imensa participação no comércio internacional ou por sermos responsáveis pela maior parte das compras européias de carne bovina.

    O pulo do gato está no fato de que eles são grandes produtores. As importações do bloco respondem por apenas 8,5% do consumo total deles, sendo o Brasil responsável por apenas 5% de seu consumo total de carne bovina, ou seja, se não comprarem do Brasil terão dificuldade sim em adquirir de outros fornecedores, mas poderão ou migrar para o frango ou suíno (sua principal vocação) ou simplesmente, por terem bala na agulha, pagar um pouco mais caro (como já estão fazendo) pelo que aparecer no varejo.

    Já nós amargaremos fortes perdas de receita sem o gigante chato comprador, e o governo sabe bem disso, haja vista o mutirão de técnicos que está a campo para dar conta de levantar a bendita lista das fazendas aptas até o prazo por eles estabelecido.

    Ou seja, nessa estória toda quem depende somos nós. Claro que os primeiros a amargarem num eventual embargo serão os frigoríficos, pois estão na ponta da cadeia. Mas não tenha dúvida que caso as exportações se mantiverem em queda os preços pagos pelo boi gordo também sofrerão impacto negativo.

    A coisa não é tão simples assim!

    Abraços a todos

  5. Louis Pascal de Geer disse:

    As vezes está se apresentando um oportunidade fantástica para a Abiec, junto com o MAPA, convidar uma representação de COPA-COGECA para conhecer a nossa realidade, as garantias mínimas que podemos dar e colocar o SiSBov como meta que pode ser atingida a longo prazo.

    A mensagem é que a carne brasileira tem muito menos riscos para a saúde pública do que a carne produzida no União Européia.

  6. José de Barros Vieira disse:

    Prezado Sr César de Castro, muito bem ditas as suas palavras e, se puder, gostaria de acrescentar o seguinte: quem tem qualidade atestada, vende em qualquer lugar do mundo!

    Um abraço

  7. José de Barros Vieira disse:

    Outa coisa Sr. César de Castro, o oriente é responsável pela compra de inúmeros conteineres de miúdos (nosso maiores compradores de miúdos), isso tem que ser levado em conta, ok?

    Abraço.

  8. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Como disse o José de Barros Vieira sobre os miúdos, cuidado com as estatísticas, pois o Oriente Médio compra carnes de dianteiro, e a Europa só de traseiro. Bendito o cliente que compra dianteiro.

    Repito novamente, reforçando o que disse o Fabio Perez: Para quem não ouviu ainda, a gravação completa da audiência pública na Câmara Federal no último dia 13 pode ser encontrada em:

    http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=00011351

    Transcrevo aqui parte dos comentários do dep. Ronaldo Caiado:

    “… Não vamos deixar nada debaixo do tapete. Custe o que custar. Vamos lancetar o tumor, vamos oxigenar, vamos criar um clima de assepsia, porque o que está montado é uma farsa. O sistema é uma farsa. O sistema é uma fraude. Essa é a realidade. Vejam os senhores. Vejam bem. E aí nós vamos ter que interrogar duramente o Ministério da Agricultura. Qual é a função do Ministério da Agricultura? Tem que ser duramente interrogada aqui. Vejam bem. Dados oficiais.

    O consumo interno… o brasileiro consome 6,507 milhões de toneladas de equivalente-carcaça por ano. Os brasileiros. Nós exportamos 2,1 milhões de toneladas de equivalente-carcaça por ano. A União Européia importa 528 mil toneladas de equivalente-carcaça por ano. Menos de 10% do que nós consumimos internamente. Mas desses 528 mil, 208 mil são industrializadas. Então não precisam de rastreabilidade. É carne cozida. In natura (eles importam) 328 mil toneladas. Isso significa… o que é que a União Européia importa? Apenas 3,6% da produção nacional. Agora, me disse o dr. Nelmon (chefe do DIPOA, n.t.), os outros países também promovem importação se nós estivermos cumprindo as mesmas regras da União Européia. História da carochinha, doutor. Vou contar a V. Exa., sabemos muito bem a verdade. Rastreabilidade não garante controle sanitário…”