O censo do rebanho bovino previsto na União Européia (UE) para o ano de 2002 é de um milhão de cabeças a menos do que no ano de 2001, chegando a 79,8 milhões de cabeças. Desde a crise gerada pelo surgimento da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) ou doença da “vaca louca” em rebanhos europeus, o número de bovinos vem decrescendo e, para o ano de 2003, as previsões apontam para um novo decréscimo, com a perda de mais um milhão de cabeças.
O aumento dos abates que motivou esta redução nos rebanhos ocorreu devido ao efeito conjunto do aumento da demanda por carne, devido à recuperação do consumo, bem como do abate de animais por causa da febre aftosa e à contínua redução do rebanho bovino leiteiro, segundo um informe realizado pelo Serviço Exterior Agrário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na Espanha, no entanto, as previsões para os rebanhos bovinos são de alta. Enquanto no censo de dezembro de 2001 o país tinha 6,3 milhões de cabeças, as estimativas para janeiro de 2003 são de 6,45 milhões de cabeças.
As importações de animais pela UE em 2002 deverão aumentar, chegando a 500 mil cabeças, e a expectativa é que esta tendência permaneça em 2003, devido aos acordos feitos com os países candidatos a entrar no bloco europeu. A Alemanha segue sendo o principal mercado destes animais.
As exportações também continuam em alta, uma vez que mais países estão abrindo seus mercados, com o objetivo de retirar as barreiras impostas devido à EEB e à febre aftosa.
A produção de carne em 2002 aumentou muito em relação a 2001, especialmente devido ao fato de que, no ano passado muitos animais foram retidos nas propriedades à espera de melhores preços. Em 2003, a previsão é que a produção se estabilize. Na Espanha, estima-se uma produção de 700 mil toneladas de carne em 2002 e de 712 mil toneladas em 2003.
As importações de carne aumentaram em 2002, especialmente na Alemanha, no Reino Unido e na Holanda, com relação à precária situação de 2001. Em alguns Estados Membros, a carne bovina procedente de países da América Latina tem substituído as tradicionais importações dos países africanos (Namíbia, Botswana e Zimbabwe) com cotas de importação preferenciais.
As exportações da UE estão aumentando em 2002 devido à reabertura de mercados, que antes estavam fechados, apesar de ainda haver importantes mercados com restrições, como por exemplo, a Rússia, que permanece fechada para certas regiões da UE, devido à febre aftosa; o Egito, que impõe medidas que acabam por tornar pouco rentáveis as exportações européias a este destino; a Arábia Saudita e os países do Golfo, que também continuam com restrições. Os níveis de exportação aumentaram especialmente na Espanha, na Irlanda e no Reino Unido.
O consumo vem se recuperando em 2002 e a expectativa é que, em 2003, o consumo atinja os níveis de antes da crise.
Fonte: Agrodigital, adaptado por Equipe BeefPoint