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UE faz pressão por carne sem aditivos

"O Brasil confirmou que a ractopamina e o zilpaterol não serão colocados em circulação antes da aprovação formal da Comissão Europeia sobre o sistema de segregação", afirmou Frédéric Vincent, porta-voz do comissário de Saúde e Política de Consumidores da UE. Além disso, "o Brasil informou à Comissão que o "split system" [sistema de segregação] ainda não está pronto, mas que vai submetê-lo a uma avaliação", disse Vincent.

O governo brasileiro prometeu à União Europeia (UE) que vai propor “o mais rápido possível” garantias de que a carne bovina exportada para os 27 países membros do bloco não terá a adição de duas substâncias de engorda para o gado proibidas na Europa (zilpaterol e ractopamina) para afastar a ameaça de veto aos embarques. A França foi um dos países que se pronunciaram sobre o reforço no controle da entrada do produto nacional depois que o Ministério da Agricultura brasileiro aprovou o uso dessas substâncias no país.

Em reunião bilateral realizada na semana passada, em Bruxelas, representantes da União Europeia reafirmaram que se houver pelo menos a identificação de traços de um dos aditivos, certamente ocorrerá o veto à entrada de toda a cadeia bovina nacional, desde produtos ou subprodutos in natura e processados. A delegação brasileira afirmou que está em negociação com o setor privado para que haja a implantação do protocolo de garantia de segregação da produção entre a carne com os aditivos e a que está livre das substância destinada à exportação.

Na sexta-feira (31), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) previu que a criação deste sistema de segregação deverá estar concluída em, no máximo, duas semanas. “O Brasil confirmou que a ractopamina e o zilpaterol não serão colocados em circulação antes da aprovação formal da Comissão Europeia sobre o sistema de segregação”, afirmou Frédéric Vincent, porta-voz do comissário de Saúde e Política de Consumidores da UE. Além disso, “o Brasil informou à Comissão que o “split system” [sistema de segregação] ainda não está pronto, mas que vai submetê-lo a uma avaliação”, disse Vincent.

Conforme já informou, o ministério fechou um acordo com as duas farmacêuticas responsáveis pela fabricação dos aditivos – as americanas MSD Saúde Animal e a Elanco – para iniciarem as vendas dos dois produtos somente após a Comissão de Saúde do Consumidor da UE (DG Sanco, na sigla em inglês) receber as garantias de que o Brasil possui o “split system”. Pelos termos do acordo, o setor privado ficou responsável pela criação do programa, que será auditado e certificado pelo Ministério da Agricultura. Só depois é que o “split system” será enviado para apreciação das autoridades europeias.

Além de exigir a inexistência de aditivos na carne, a União Europeia quer a garantia de que o rebanho não manteve contato com as substâncias. O mercado europeu sustenta sua posição baseado na segurança alimentar e na preferência dos consumidores. Por outro lado, certos negociadores avaliaram durante a reunião que os produtores brasileiros não vão poder abrir mão dos aditivos para não perder competitividade em relação a vários exportadores que fazem uso das substâncias.

Em todo caso, a posição nacional levada a Bruxelas foi considerada positiva por importadores europeus. “Estamos satisfeitos que as autoridades brasileiras deram garantias necessárias para manter os fluxos comerciais”, afirmou Jean-Luc Meriaux, secretário-geral da União Europeia do Comércio de Gado e de Carnes.

O Brasil não se comprometeu com prazos, mas os frigoríficos nacionais podem sentir a pressão europeia crescer se for feita uma aliança com a Rússia, outro grande comprador de carne bovina. O governo russo também ameaçou com a suspensão de importações se a ractopamina for usada pelos pecuaristas.

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

 

1 Comment

  1. Jonilson Aguiar disse:

    Nós brasileiros, somos os otários do mundo: produzimos alimento de qualidade somente para exportação. Para o mercado interno, só fica produto de terceira: vide café, açúcar, carne, etc. Tá na hora da mudança de mentalidade, de não aceitar porcaria, de parar com essa passividade. É sempre assim: os clientes estrangeiros vêm aqui, exigem produto sem aditivos, o serviço oficial veterinário fica na correria para fiscalização e nós, sempre subservientes a eles. Não é mais fácil proibir logo essas “drogas” no Brasil? Com certeza, para o serviço veterinário oficial, seria.