A União Européia entregou ao Mercosul, na última quarta-feira (12), seus pedidos de melhora da oferta do bloco sul-americano para liberalização comercial. Os pedidos do Mercosul estavam prontos, ontem, para serem encaminhados a Bruxelas. Segundo um negociador brasileiro, o bloco deve pedir aos europeus melhoras em praticamente tudo o que a UE propôs. Alguns itens de interesse do Brasil estão de fora da proposta européia, como açúcar.
Para carne de frango, a proposta européia é de exportação de 75 mil toneladas de frango ao ano pelo Mercosul com redução tarifária. Como o Brasil já exporta, com tarifa cheia, 260 mil toneladas, a oferta não é vista com grande ânimo.
A Comissão Européia (CE) considera, por sua vez, a possibilidade de aumentar em 100 mil toneladas o volume de carne bovina que o Mercosul poderá exportar para a União Européia (UE) sob a cota Hilton e elevar em um bilhão de toneladas a cota de etanol, derivado da cana, segundo informaram, ontem, fontes do bloco europeu.
Bruxelas, que negocia em nome da UE, estuda incluir os dois itens no que considera como oferta melhorada, que apresentará nos próximos dias ao Mercosul, durante as negociações entre os dois blocos para tentar chegar a um Acordo de Associação. Os números “ainda não são definitivos e poderiam mudar na proposta final”, embora estejam entre os documentos discutidos, segundo as fontes.
Falta determinar que tipo de tarifa se aplicaria às novas cotas, tanto de carne bovina quanto de etanol, embora no caso da cota Hilton “se estuda estender o sistema atual”, segundo fontes da CE.
A UE fez ontem uma proposta de descartar subsídios agrícolas para exportação que afetam os preços do mercado agrícola mundial. Isso poderá ser o suficiente para animar as conversações internacionais que andam estagnadas, antes do prazo final, em 2005, informaram ministros de países como Egito e Quênia.
Os ministros do Comércio de países ricos e pobres reúnem-se em Paris para dirimir diferenças, antes da reunião em Genebra, em julho, quando irão redigir uma minuta para um acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC), que injetará US$ 500 bilhões na economia mundial. “A UE faz um esforço significativo para ser flexível”, disse Mukhisa Kituyi, ministro da Indústria e Comércio do Quênia. “É a base para prosseguirmos”.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Cláudia Mancini), adaptado por Equipe BeefPoint