A União Européia proibiu permanentemente a importação de carne bovina tratada com hormônios dos EUA e Canadá. O bloco pediu aos dois países que eliminem as tarifas retaliatórias aplicadas sobre produtos de origem européia, como queijo roquefort e artigos de couro.
Os 15 países que efetuaram o bloqueio informaram que agora contam com evidência científica para justificar a proibição imposta em 1989, e declarada ilegal pela Organização Mundial de Comércio (OMC) em 1998. Os EUA, que exportavam carne para o bloco europeu no valor de US$ 500 milhões por ano, revidou aplicando tarifas no valor de US$ 116,8 milhões sobre as importações provenientes da Europa. O Canadá impõe tarifas no total de 11,3 milhões de dólares canadenses (US$ 8,5 milhões).
“Apelo aos EUA e ao Canadá para que revoguem suas sanções comerciais”, disse o comissário do Comércio da UE, Pascal Lamy, em Bruxelas. Os funcionários americanos se negaram a comentar o tema.
A proibição de importar carne bovina, que reflete a política de que mais vale prevenir que remediar em matéria de higiene alimentícia, adotada pelo bloco europeu, é conhecida como medida de precaução. A UE segue a mesma política em biotecnologia e proíbe a importação de alimentos transgênicos por motivos de segurança. Essa decisão provocou queixas da OMC, Estados Unidos, Canadá e Argentina.
Na disputa pela carne vermelha, a Comissão Européia informou que já possui provas suficientes de que a carne tratada com hormônios acarreta riscos para a saúde. Isso permite à UE fechar seus mercados sem violar leis comerciais internacionais.
Segundo o comissário da Saúde da Europa, David Byrne, “a UE realizou uma exaustiva análise de risco com base em conhecimentos científicos concretos, e respeitando plenamente suas obrigações internacionais”. Nos EUA, 95% da produção de carne bovina utilizam hormônios.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint