Relatório final da missão veterinária da Direção-Geral de Saúde e Proteção do Consumidor da Comissão Européia, apontou falhas no sistema de rastreabilidade brasileiro e reprovou a conduta de empresas certificadoras brasileiras, acusadas de "não agir dentro da legislação brasileira" e de não detectar "deficiências".
Relatório final da missão veterinária da Direção-Geral de Saúde e Proteção do Consumidor da Comissão Européia, apontou falhas no sistema de rastreabilidade brasileiro e reprovou a conduta de empresas certificadoras brasileiras, acusadas de “não agir dentro da legislação brasileira” e de não detectar “deficiências” que permitiriam o “uso fraudulento de brincos” para “driblar” as regras de permanência mínima do gado, previstas no sistema oficial de rastreamento de gado (Sisbov).
O documento também apontou falhas nos controles oficiais do movimento de gado, que “não serve para reforçar a garantia de exclusão do abate e embarque de animais de áreas não- aprovadas para a UE”. “A situação atual é tal que as autoridades brasileiras não conseguem dar as garantias a respeito da permanência em áreas [estados] aprovadas e sobre fazendas aprovadas requeridas pela União Européia”, afirmou o texto.
Apesar disso, os europeus reconhecem “melhorias” no combate à febre aftosa, campanhas de vacinação e controle de divisas estaduais e fronteiras internacionais. Mas criticam a falta, ao longo dos dez primeiros meses de 2007, de ações de vigilância sorológica no rebanho dos estados habilitados a exportar para checar a eficácia da vacinação.
Os europeus recomendaram correção dos problemas no combate à aftosa, adaptação a planos de contingência locais, tomar “medidas efetivas” para solucionar definitivamente os problemas com certificadoras, base de dados e controle de animais.
Na avaliação do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, que ainda não viu a versão final do documento, pelo texto preliminar submetido ao ministério, a situação já havia melhorado. “Se tivessem que escrever agora, certamente já considerariam outros aspectos. O clima hoje é bem outro, inclusive em função de visitas de autoridades européias ao país”, disse.
Segundo ele, as alterações no Sisbov estão em pleno processo. “Se não garante [as regras], não serve pra eles. Se inventarmos outro sistema, eles aceitam. Estamos preparando um sistema que garante”, avisou em reportagem de Mauro Zanatta e Assis Moreira, do jornal Valor Econômico.
Segundo notícia do jornal O Estado de S. Paulo, diplomatas brasileiros alegam que as informações que estão sendo publicadas são “velhas” e foram registrados avanços desde então.
A UE preferiu não comentar o resultado do relatório até que ele seja divulgado oficialmente. Mesmo assim, Bruxelas deixou claro que um novo documento começará a ser produzido pelos inspetores com base na viagem realizada em março.
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Resta saber que “bomba” vem do Ministério dessa vez. Tomara que não seja mais um engodo para os produtores.
Os europeus, infelizmente, vem nos mostrar como devemos trabalhar, quem passou por uma auditoria sabe muito bem disso. O rigor com os fatos mostram para nós o quanto devemos melhorar na gestão do nosso rebanho.
A verdade é que infelismente as autoridades brasileiras, querem solucionar o problema de cima para baixo, se eles pedissem a opnião dos produtores e técnicos de campo com certeza achariámos uma solução eficaz, pois ninguém melhor do quem está no campo para saber o que e como irá funcionar, enquato isso não acontece, continuaremos assistindo essa novela.