A UE sinalizou ao Brasil que aceita ampliar para 47% o corte médio nas tarifas agrícolas, dependendo das concessões que obtiver em troca em serviços e produtos industriais na OMC.
A oferta dos europeus que está na mesa de negociações é de redução média de 39%, mas o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, indicou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante encontro em Viena (Áustria), que o atual mandato que recebeu dos 25 países membros da UE lhe permite o aumento.
Amorim retrucou, porém, que a cifra de 47% continua sendo insuficiente para levar a um acordo agrícola. Inclusive porque não se aplicará inteiramente sobre produtos de maior interesse do Brasil, como carnes, que a UE quer designar como sensíveis (terão maior proteção).
O ministro insistiu que a base é a proposta do G-20, o grupo liderado pelo Brasil, que poderia permitir um consenso na OMC. O G-20 quer redução média de 54% nas tarifas agrícolas, acima do oferecido pelos europeus, mas abaixo dos 75% exigidos pelos EUA. A alíquota máxima que os países industrializados poderiam impor ficaria em 100%, comparado a taxas de 300% a 600% impostos na entrada de alguns produtos na UE, EUA, Japão e Noruega, por exemplo.
A matéria é de Assis Moreira, para o jornal Valor.