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Ufrgs estuda mercado de terneiros no RS

Determinar quais os fatores que afetam o preço do terneiro na hora da venda é o principal objetivo de uma radiografia inédita que está sendo feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O mapeamento da qualidade e do preço será construído a partir de dados colhidos em 17 das 42 feiras deste outono no RS. A amostragem é significativa, pois representa 40% dos animais que estarão em pista durante a temporada.

Entre os itens, constam apresentação dos lotes, peso e cruzamento do animal, condições de pagamento e estratégias de marketing. A intenção é fornecer ferramentas para direcionar a produção à demanda do mercado. O coordenador do projeto, professor Júlio Barcellos, responsável pela área de sistema de produção do Departamento de Zootecnia, acredita que os frutos já poderão ser colhidos pelos produtores na primavera. A geografia é um dos critérios a serem considerados, diz Barcellos, que procura parceiros para a iniciativa, cujo custo é de R$ 15 mil.

As primeiras impressões apontadas na feira de Alvorada revelam que os prazos foram fundamentais. Sempre que houve prolongamento do vencimento, o preço do quilo foi superior. Os dados também indicam que a homogeneidade dos lotes determinou comercialização mais rápida (levaram quatro minutos para ser vendidos) e com preços até 6% superiores aos restantes. A busca do mercado por animais mochos foi evidenciada, assim como a preferência dos compradores por exemplares mais leves, limpos e sem pelagem.

A pesquisa prosseguiu no sábado (24), na 13a Feira de Terneiros e Terneiras de Quaraí, na fronteira oeste do estado. O trabalho, apesar de ainda em fase inicial, está sendo considerado vital para a profissionalização dos produtores de terneiro.

Os leiloeiros gaúchos não têm dúvida: está mais do que na hora do invernador trabalhar como uma empresa. A carência de dados é tamanha que o Guarany Remates fez este ano uma pesquisa entre os compradores para saber qual perfil de animal vem sendo procurado. “A região aplaude essas iniciativas”, afirma o leiloeiro Simão Paz Martins.

O leiloeiro Eduardo Knorr, da Knorr Remates, vê na iniciativa a possibilidade de melhorar o faturamento na comercialização de touros. “O terneiro é resultado de investimento em genética. Nosso produtor pode ser mais profissional no sentido de fabricar o que o mercado quer, a exemplo de outros segmentos”.

Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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