Não tem preço ver um terneiro nascer a partir de um planejamento humano – João Paulo Schneider (Kaju) [Prêmio BeefPoint Sul]
1 de abril de 2014
É muito melhor ser co-autor de muitos trabalhos e projetos brilhantes e de sucesso do que autor solitário de um trabalho medíocre – Pedro M. Lopes [Prêmio BeefPoint Sul]
1 de abril de 2014

Um líder é aquele que sai da zona de conforto, e instiga os demais pecuaristas a também saírem – Alfredo Drissen [Prêmio BeefPoint Sul]

No dia 4 de abril, será realizado o BeefSummit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O BeefSummit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o BeefSummit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença e têm paixão pela pecuária de corte no Sul do Brasil com o Prêmio BeefPoint Edição Sul. Há vários finalistas, em 13 categorias diferentes.

O público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Conheça Alfredo Bonet Drissen,  finalista na categoria Liderança Nova Geração (até 45 anos).

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Alfredo Bonet Drissen é médico veterinario pela UFSM. Atualmente é superintendente da ABHB, e gerente do Programa Carne Pampa, da mesma associação.

É natural de Santa Cecilia (SC), mas vive no Rio Grande do Sul, onde desempenha a maior parte de suas funções. Seu hobby é natação, e o livro preferido é Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marquez.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na pecuária do Sul do Brasil, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Sul 2014?

Alfredo Drissen: Na prática, o que tenho feito, é dar continuidade ao excelente trabalho desempenhado pela ABHB nos últimos anos, aproveitando o esforço de um time de mais de 25 funcionários que não poupam esforços para fazer com que a associação seja sempre vanguarda em seus projetos. Não posso deixar de citar aqui, o Fernando Lopa e o Guilherme Dias, ícones na pecuária do sul do Brasil, que contribuíram, e vem contribuindo muito para o desenvolvimento do setor.

Neste sentido, nossa filosofia de trabalho, é baseada na simplicidade e na eficiência. Trabalhamos em prol da cadeia da carne bovina, e nossas ações e projetos são sempre voltadas para uma maior clareza entre todas as partes envolvidas. Este posicionamento consequentemente direciona o meu trabalho para uma constante tentativa de contribuição da organização da cadeia pecuária, e eu fico muito feliz em poder fazer parte desta engrenagem.

BeefPoint: Em sua opinião qual o papel de um líder pecuário?

Alfredo Drissen: Alguém que constantemente sai da zona de conforto, e instiga os demais pecuaristas a também saírem. A busca por soluções inteligentes e criativas, a vontade de resolver problemas e clarear processos, são fundamentais. Além disso, a capacidade de compartilhar os conhecimentos adquiridos, ouvir as partes envolvidas e se empenhar para que novos conceitos sejam estabelecidos, são características que diferenciam um líder pecuário.

BeefPoint: Quais as principais diferenças, como maneiras de pensar e agir de um líder da nova geração (até 45 anos), comparado a um líder pecuário com mais de 45 anos?

Alfredo Drissen: Primeiramente, acho que um líder deve atender todas as gerações, pois o negócio pecuário é um só, e não segmentado por faixa etária. Mesmo assim, considero que a complementariedade entre a energia, mobilidade e imediatismo da juventude aliado a vivencia, paciência e sabedoria dos mais experientes, podem sim, ser características capazes de fazer a diferença.

BeefPoint: O que te traz mais resultados? 

Alfredo Drissen: O que traz mais resultados para o meu dia a dia, é assumir a importância de todos os players e projetos que entornam a ABHB; essa vivência, em diversas realidades, me dão segurança e certeza que estamos trabalhando no caminho certo.

Tendo isso claro, considero que projetos como o Programa Carne Pampa (onde estou diretamente envolvido), e o Brazilian Hereford e Braford (projeto de exportação de produtos e serviços, onde trabalho em paralelo), são de extrema importância para a cadeia, pois contribuem, respectivamente, para a agregação de valor à carne gaúcha, e posicionam o agronegócio brasileiro como referência em países onde a pecuária está em franco desenvolvimento (América Latina e África).

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Alfredo Drissen: Talvez, por ainda ser muito jovem, por vezes me faltou paciência. O imediatismo nos leva a gastar energia com processos que não nos trazem resultados esperados, e isso nos faz perder um ativo muito valioso, que é o tempo. Mas com certeza, a busca por parceiros e projetos que realmente tenham fundamento, foi o meu maior aprendizado.

BeefPoint: O que você considera mais importante na pecuária?

Alfredo Drissen: A constante busca pela eficiência. Sempre digo que cada vez mais precisamos de rentabilidade para que possamos sustentar a nossa paixão. Só baseado no amor, o negócio não se sustenta.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária do Sul do Brasil hoje?

Alfredo Drissen: No meu ponto de vista, o maior desafio da pecuária do Rio Grande do Sul, é se diferenciar do restante do país. O sul não possui mais o diferencial genético de anos atrás (isso se prova pelo constante aumento de venda de sêmen de raças britânicas no Brasil Central, principalmente da raça Angus). Porém, o diferencial de ambiente, de recursos forrageiros e de tradição pecuária, devem ser levados mais a sério, e transformados em valor.

Se somarmos o número de animais certificados dos dois maiores programas de qualidade do Rio Grande do Sul (Angus e Hereford), não ultrapassaremos 0,25% do abate nacional. O que quero dizer com isso, é que estamos trabalhando com algo realmente diferente. Tenho certeza que se soubermos contar uma história mais completa, e provar isso de maneira efetiva, conseguiremos nos sobressair em relação ao restante do país, que possui um poder de barganha maior que o nosso.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que precisamos inovar?

Alfredo Drissen: Existem trabalhos diferenciados hoje em dia na pecuária gaúcha. No próprio BeefSummit Sul, teremos muitos exemplos disso.

Gosto muito do trabalho do Felipe Dias, não pelo sistema empregado em si (pastoreio rotacionado), pois isso é uma escolha de cada um, mas pela capacidade de constantemente imprimir “o novo” em seus projetos. Além dele, admiro o Valter José Pötter e o Eduardo Eichenberg, que para mim são vanguarda no segmento.

A dedicação e o empenho deles, devem ser espelho para a pecuária gaúcha

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2014? E por quê?

Alfredo Drissen: Em 2014 faremos um intenso trabalho no Programa de Carne de Qualidade.

Vamos romper as fronteiras do Rio Grande do Sul, e pretendemos fazer essa expansão de forma equilibrada e com os pés no chão. Penso que qualidade é baseada em duas premissas principais; qualidade intrínseca do produto e constância de fornecimento. Nesse sentido é que nosso projeto se baseia, não no macro, mas sim no bem feito.

BeefPoint: Qual o exemplo de líder pecuário no Sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Alfredo Drissen: Admiro muito o trabalho do Fernando Velloso e do Fernando Lopa.  Para mim eles são referência na liderança da pecuária gaúcha.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Alfredo Drissen: Pensei muito em ações que possam estimular o aumento do envolvimento dos jovens na cadeia pecuária, creio que não se tem fórmula certa para isso.

No meu ponto de vista, é uma mescla entre paixão e resultados positivos. Vejo com bons olhos a nova geração que vem chegando, onde cada vez mais se baseia na técnica, no uso de tecnologia e na desmistificação de velhos conceitos.

Isso com certeza fará a diferença, e esse maior envolvimento será apenas uma consequência.

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Alfredo Drissen: Meu recado é de que devemos buscar diferenciação no processo como um todo, e que a única forma de tornar isso possível é pensando de forma conjunta, no sentido de agregar valor em todos os elos de produção.

Confira outra entrevista de Alfredo Drissen no BeefPoint:

Vamos em frente, com eficiência, e buscando sempre os melhores resultados para pecuária do Brasil – Alfredo Drissen (Profissional RS)

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Assista ao vídeo sobre o BeefSummit Sul

 

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