União Européia defende rastreabilidade individual

A União Européia (UE) poderá entrar em contradição, a partir do próximo ano, no que diz respeito ao modo com que a rastreabilidade bovina é exigida pelos países-membros. A informação é do secretário de Agricultura de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, que esteve presente no Congresso Mundial de Carnes, realizado na última semana na Alemanha.

De acordo com Meirelles, a partir de 2003, devem ser incorporados ao bloco econômico dez novos países, entre eles Hungria e Polônia, dois importantes representantes da agropecuária. “Esses dois países não utilizam rastreabilidade individual e sim por lotes, ao contrário do exigido pela União Européia para exportação”, diz.

O bloco vai passar a importar a partir de julho, carne bovina apenas dos países que utilizam a rastreabilidade individual, fato que está exigindo uma adaptação por parte dos produtores brasileiros. “Não interessa uma análise individual dos animais, mas sim o coletivo”, defende Meirelles ao lembrar que alguns dos principais produtores mundiais, entre eles os Estados Unidos e a Austrália, apóiam a identificação em lotes.

Meirelles argumentou ainda que se as regras internacionais de qualidade forem cumpridas a identificação individual como forma de conceito para exportação perderia o sentido. “Se essas regras forem seguidas, o resto passaria a ser restrição comercial”.

Para o diretor da Organização Internacional de Agropecuária no Brasil (OIA), empresa privada de certificação, José Amaral Wagner Neto, a certificação por lotes é mais difícil em relação à individual. Ele diz que o sistema individual é mais seguro e que essa é uma exigência dos consumidores da UE.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Alexandre Inacio), adaptado por Equipe BeefPoint