Bruxelas está acenando que tomará medidas nos próximos dias que barrarão parte da exportação brasileira de carne por problemas sanitários a partir de 2008. Uma delas seria a limitação significativa do número de empresas e frigoríficos com autorização para exportar.
Bruxelas está acenando que tomará medidas nos próximos dias que barrarão parte da exportação brasileira de carne por problemas sanitários a partir de 2008. Uma delas seria a limitação significativa do número de empresas e frigoríficos com autorização para exportar.
Frente aos problemas verificados em inspeções no mês passado, o bloco havia dado seis meses para o país colocar seus controles em dia, o que não teria ocorrido.
Bruxelas, porém, terá que equilibrar o embargo à pressão dos departamentos econômicos do bloco que temem que as limitações possam acabar provocando uma inflação no preço dos alimentos na Europa.
Segundo reportagem de Jamil Chade, do jornal O Estado de S.Paulo, pelos os produtores irlandeses e ingleses a notícia foi comemorada, já que poderá representar maiores vendas desses países.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), disse que por enquanto o assunto é “especulação”. “É difícil comentar qualquer coisa neste momento. Precisamos esperar o relatório oficial da missão européia”, afirmou.
Reportagem de Mauro Zanatta, do Valor Econômico, informou que a imposição de uma “cota branca” para os embarques brasileiros deve passar pela adoção da obrigatoriedade de habilitação dos frigoríficos exportadores por auditores europeus. O modelo, visto como um retrocesso na relação comercial bilateral, é adotado por alguns parceiros do Brasil, como Rússia e México, também em outros produtos.
“É protecionismo, mas pode atender aos interesses internos deles”, disse um dirigente do ministério. Dessa forma, a UE reduziria o volume exportado por meio da limitação das autorizações a poucas unidades industriais.
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De acordo com o prezado ex-ministro Marcus Pratini de Morais, “Precisamos parar de preencher questionários”.
Se quiserem adquirir nossa carne, deve ser de acordo com nossa realidade!
Faz muito tempo que estou querendo chutar o pau da barraca e colocar nas indústrias a responsabilidade principal pelos produtos que elas adquirem, processeam e vendem.
No momento estamos na pior das alternativas, onde o país é o responsável, mas as indústrias e os produtores sofrem as consequências.
Precisamos nos integrar e verticalizar como produtores e indústrias, e o governo deve facilitar, organizar e fiscalizar a segurança alimentar no país inteiro e promover um sistema de classificação de carcaça, o que pode melhorar a distribuição das riquezas sobrando mais para os produtores que fornecem produtos de qualidade e devidamente identificada.
Do jeito que está pagaremos caro pelo muito pouco, e de certa maneira, o que está sendo visto como retrocesso pode de fato ser o inicio de uma nova era para o pecuaria brasileira.
Reinventar é uma boa prática, que é para mim a resposta adequada para quem quer limitar a nossa força.
Parece outra “truta” montada para derrubar o preço da @ do boi gordo. Já tivemos no passado recente o “problema da aftosa”; se “colar” esta nova maldição, nós produtores não poderemos esperar coisa boa.
Isso esta cheirando assunto especulativo de preços, temos que separar o joio do trigo, temos Frigorifigos que estão acima e muito das exigencias por eles solicitadas, agora temos alguns Frigorificos na lista que realmente não estão ainda preparados, e nesse embargo eles vão fazendo pressão: De Preço, Qualidade, etc…
Bastaria terem lido com a devida atenção as minhas entrevistas ao BeefPoint, ao Produtor Rural e as declarações à mídia brasileira para entender que a “morte anunciada” estava para ser estabelecida pela UE em relação as importações de carne bovina in natura oriundas do Brasil.
Nas minhas análises e declarações faltavam somente o “conteúdo” e o “timing” que a UE deve anunciar oficiosamente ainda esta semana, uma vez que o Comissário Kyprianou já tem há algum tempo o “draft” do relatório da missão do FVO de novembro passado no Brasil e já discutiu a proposta relativa ao Brasil com os Comissários europeus na semana em curso. Tudo indica que a decisão final seja tomada na próxima quarta-feira (19/12/2007).
Patriotismo e nacionalismo a parte chegou a hora de mudar o enfoque, inclusive buscando atuação pró-ativa nas capitais de interesse do setor, especialmente em Bruxelas, com investimentos em PR e PA uma vez que são áreas que o nosso atual governo demonstrou também não ser capaz de atender as necessidades do setor. Produtores e exportadores devem amadurecer esta questão com urgência!
Aproveito a ocasião para desejar Feliz Natal e um excelente Ano Novo à equipe do BeefPoint e aos assíduos leitores deste importante ponto de encontro dos especialistas do setor.
Jogi Humberto Oshiai
Director for Latin America Trade to the EU
O´CONNOR AND COMPANY
O trabalho dentro da porteira esta sendo muito bem feito mesmo com custos altos e baixa renda, mas fora da porteira a esculhambação é muito grande, não há fiscalização, não há interesse, não há etica, não há nada, isto está acontecendo com produtos industrializados dirigidos ao mercado interno e externo, está ficando difícil tranferir novas tecnologias.
Entendemos que, em muitas situações, exista protecionismo e interesse comercial em nível internacional (barreiras comerciais) com argumentos sanitários.
Contudo, nossa visão atual é de negligência generalizada, diminuindo o nivel de qualidade (higiênico-sanitária e tecnológica) da cadeia produtiva como conseqüência de uma política agropecuária primária e secundária totalmente desvinculada de conceitos técnicos e tecnológicos, embora tenhamos técnicos altamente capacitados em todos os segmentos da mencionada cadeia.
O que importa é a vontade política (leia-se “falta de vontade” ou politiqueira). Poderíamos ainda mencionar o segmento auxiliar (controle laboratorial, cuja rede nacional foi degradada).
Claro que o fechamento do mercado europeu para o Brasil vai causar uma grande pressão da parte dos frigoríficos contra nós pecuaristas. Mas não podemos ceder, até porque
1) A oferta de boi é muito escassa, no momento.
2) O mercado interno é comprador forte nesta época de festas e férias.
3) A carne vai continuar sendo exportada via criativas operações triangulares, pelas quais a Europa vai receber carne da Índia, Egito, África do Sul etc. Toda ela Made in Brazil, of course. E todos vão fingir que não sabem de nada.
Sorte destes países que eles não se puseram de joelhos, tolamente, perante o senhor europeu. Assim, vão faturar uma boa grana nas costas dos “inventivos” brasileiros.