Um relatório divulgado pela UNICEF revela que 45% das crianças brasileiras menores de 5 anos tem anemia causada pela deficiência de ferro na alimentação.
Intitulado “Deficiência de Vitaminas e Minerais”, o relatório estuda a situação de 80 países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, cobrindo cerca de 80% da população mundial e revela dados assustadores sobre a situação do Brasil. Por exemplo, nossos números são piores que países reconhecidamente mais pobres, como Honduras, El Salvador, República Dominicana e Guatemala.
Ainda segundo o relatório, esse problema causa perdas de 2% no PIB dos países mais afetados e as conseqüências disso são muito mais graves do que era imaginado há 10 anos atrás.
Esses dados sobre o Brasil são tristes e alarmantes. Tristes porque muitas dessas crianças com anemia pertencem a famílias consideradas como estando “abaixo da linha de pobreza” e sem uma mudança estrutural no país, continuarão a ter deficiência não só de ferro, mas também de outros nutrientes essenciais. Alarmantes porque uma parte dessas crianças é de famílias que teriam condições de proporcionar uma nutrição adequada a seus filhos.
Muitas vezes, pais mal informados tentam impor à seus filhos uma dieta diferenciada, com restrições à carne bovina, pensando dessa forma estar contribuindo para a saúde da criança. Essa decisão tem que ser tomada com muito critério e com acompanhamento constante de nutricionistas, visto que suprir as necessidades de ferro sem a presença da carne na dieta se torna uma tarefa mais difícil, principalmente porque muitos dos vegetais com maiores teores de ferro não são bem aceitos pelo paladar das crianças.
A deficiência de ferro em crianças causa conseqüências como baixo rendimento escolar, aumento da susceptibilidade a infecções e, em casos mais severos, compromete o desenvolvimento intelectual.
A prevenção e o combate à anemia depende da ingestão e também da absorção de ferro. Assim é necessário não apenas fornecer ferro, mas também que esse ferro seja de uma fonte que proporcione boa absorção.
Cerca de 40% do ferro encontrado na carne é do tipo heme que tem elevada absorção. Nos alimentos de origem vegetal, encontra-se a forma não-heme, que sofre influência de componentes da dieta e resulta em baixa absorção.
É um grande paradoxo o Brasil, hoje o maior exportador mundial de carne bovina, ter 45% de suas crianças com anemia, visto que a carne tem um papel fundamental na prevenção e tratamento desse problema.
Só para se ter uma idéia de como a carne bovina pode ajudar a reverter esse quadro podemos citar um projeto desenvolvido pelos pesquisadores do Grupo de Estudos das Propriedades Funcionais dos Alimentos da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Esse trabalho, divulgado essa semana, mostra os resultados do uso de um salgadinho feito à base de pulmão bovino em uma população carente de Teresina-Piauí.
O salgadinho continha 78% de grão de bico, 12% de milho, e 10% de pulmão bovino seco e com sua gordura extraída. Os resultados foram surpreendentes. Sessenta por cento das crianças participantes (idades entre 2 e 7 anos) tinham anemia. Elas receberam 30 gramas do salgadinho por dia e ao final de 55 dias a porcentagem de crianças com anemia caiu para apenas 11,5%, índice semelhante ao dos países desenvolvidos.
Em 100 gramas do salgadinho estão contidos 10 mg de ferro, e o detalhe principal é que o ferro contido no pulmão do bovino tem aproveitamento 140% superior ao sulfato ferroso, presente nos medicamentos para combate da anemia.
Uma iniciativa como essa poderia ajudar a reduzir drasticamente os índices de anemia entre as crianças brasileiras de uma forma muito barata, porque 1 kg de pulmão bovino custa apenas R$0,20 (vinte centavos).
Essa é apenas uma forma de mostrar como a pecuária pode contribuir para o engrandecimento do Brasil.
É extremamente importante que lutemos para uma melhor qualidade de vida para aqueles que não tem o que comer, mas também é muito importante que seja realizado um trabalho de conscientização a respeito das características nutricionais da carne bovina evitando assim que mães e pais desinformados comprometam a saúde de seus filhos por desinformação ou adesão a modismos.
É para isso que existe o SIC, participe você também!
O endereço de contato do SIC é:
SIC – Serviço de Informação da Carne
Av. Francisco Matarazzo, 455
Prédio 29 – Parque da Água Branca
05001-900 – São Paulo – S.P.
Tel (11) 3872 2337
Fax (11) 3872 1297
E-mail: sic@sic.org.br