A oferta de gado no Uruguai cresce de forma moderada e as indústrias que estavam paradas retomam a atividade. O grupo Tacuarembó/Marfrig já tem três plantas operacionais e o Frigorífico Pando volta a abater na próxima semana.
A oferta de gado no Uruguai cresce de forma moderada e as indústrias que estavam paradas retomam a atividade. O grupo Tacuarembó/Marfrig já tem três plantas operacionais e o Frigorífico Pando volta a abater na próxima semana. No mercado aparece mais gado para abate e está em equilíbrio com a capacidade de venda que a indústria frigorífica diz ter hoje.
A cautela que se vê na oferta de gado se deve ao fato dos produtores estarem com muitas expectativas do que poderá ocorrer com o preço de reposição e com as chuvas. O déficit hídrico que afeta algumas regiões, devido à pouca chuva, reduz a oferta de boi gordo e, por outro lado, tampouco a indústria frigorífica dá sinais para que o volume de boi gordo voltado ao mercado cresça mais, porque diz que não tem possibilidades de vender mais carne devido à redução na demanda. São muito poucas as operações que se concretizam e o mercado está praticamente paralisado, principalmente na União Europeia (UE), como consequência da crise econômica que afeta vários países do bloco.
Muitos frigoríficos permaneceram abertos e abatem duas ou três vezes por semana. Na próxima semana, retoma a atividade do Frigorífico Matadero Pando (Ontilcor S.A.). O Frigorífico Tacuarembó, pertencente ao grupo brasileiro Tacuarembó/Marfrig, retomou os abates e tem três frigoríficos. O que permanece fechado é o Estabelecimento Colonia. Não se sabe se esse voltará à atividade em fevereiro, dependendo de como estará a oferta de boi gordo e o mercado de venda de carne.
A Federação de Trabalhadores e Empregados da Carne (Foica) está preocupada porque o Instituto Nacional de Carnes (INAC) e o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca, estimam que os abates anuais de bovinos em 2012 voltarão a estar na ordem de 2 milhões de cabeças, sendo muito similar ao registrado no ano passado. “É muito possível que, com a falta de chuvas e a quantidade de boi gordo que há no campo, em fevereiro possa crescer mais a oferta”. O problema é que se o panorama de vendas de carne bovina uruguaia no exterior não melhorar e não se fortalecer a demanda, os frigoríficos não comprarão. A Foica pedirá ao Governo que o seguro parcial de desemprego seja anual. Se isso se concretizar, “estaríamos trabalhando três ou quatro dias por semana e, para o Governo, seria muito bom”, porque as empresas seguiriam produzindo e os trabalhadores se veriam beneficiados também.
Segundo dados do INAC, os abates de 2011 foram de apenas 2.010.000 cabeças, o volume mais baixo registrado desde 2001. Porém, mesmo com menor quantidade de gado industrializado, a tonelada de carne exportada seguiu se valorizando ao longo dos meses.
A reportagem é do site El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.