O Tribunal de Contas do Uruguai deu um visto positivo final na quarta-feira passada ao resultado das licitações públicas internacionais vinculadas com a provisão e operação do Sistema Nacional de Informação Pecuária e a relacionada com o sistema opcional de rastreabilidade individual que será aplicada sobre o gado bovino uruguaio.
O novo esquema para o manejo da informação pecuária tem como objetivo “reunir a informação e fazer uma logística melhor do que se faz sobre estes dados, realizando um controle de qualidade superior e dispondo de resultados em tempo real”, explicou o diretor do Programa de Atenção de Emergência de Febre Aftosa (Paefa), Diego Payssé.
“Será como levar uma conta corrente com poucos dias de diferença de cada um dos estabelecimentos do Uruguai para que, frente a uma dúvida, revisando as informações passadas, se possa ver todo o movimento que um determinado gado fez, para onde foi, se mudou de dono, entre outras informações úteis”.
O “processo de aperfeiçoamento” da rastreabilidade por grupo de animais, que será feito no Uruguai através da Dirección de Contralor y Semovientes (Dicose) e que já está aprovado pelos mercados que exportam carne uruguaia, terá “maior rigor com relação à informação, possibilitando um acesso mais rápido e preservando dados que até agora se perdiam”.
Payssé considerou que esta valiosa informação que a guia de Controle e Trânsito do gado é perdida porque não é incorporada a nenhuma base de dados. “Anos atrás eram passadas à mão, mas depois, deixou de ser processada e praticamente estas guias estão amontoadas nas dependências de Sanidade Animal, no interior do país, sem processar”.
Através da segunda licitação, o governo uruguaio está comprando identificadores que serão destinados à identificação individual opcional, para entregar aos produtores que queiram entrar no esquema piloto de informação, segundo informou Payssé. Trata-se de um projeto piloto visando ao manejo melhorado do Sistema de Informação Pecuário com identificação individual.
O que se busca com esta iniciativa é ir ganhando experiência no manejo desta informação, sobre a base da informação individual, que permita, mais adiante e se os mercados requererem, passar a um esquema de identificação individual em nível nacional.
A entrega dos identificadores (brincos) – um deles terá mecanismos de radiofreqüência – será feita através de um chamado aos produtores que queiram participar do programa identificando seu gado e serão feitos diferentes grupos, de acordo com suas características.
O gado terá dois brincos: “um grande, com um número visual e o outro contará com um mecanismo de radiofreqüência que será lido por leitores individuais ou por leitores grupais, que também estão sendo comprados”.
Os produtores que fizerem parte deste projeto não terão que mudar nada em sua rotina habitual, mas, com este novo sistema, será agregado um controle maior e mais qualidade à informação, manejando inclusive informações que até agora se perdiam.
Para o Sistema Nacional de Informação Pecuária, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca selecionou o consórcio integrado pelas firmas Sonda Uruguay S.A., Choel S.A. e Gonda, Jodal e outro sócio, mas foram recebidas ofertas de 14 empresas, que apresentaram um total de 18 propostas. O montante da licitação é de US$ 3.830.657, mais Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e Contribuição ao Financiamento da Segurança Social (Confis).
Para participar no programa piloto de identificação individual dos gados, que será voluntário para os produtores pecuários, serão apresentadas 5 empresas. No entanto, o contrato para um milhão de dispositivos de identificação (brincos com chips) foi adjudicado à empresa Allflex Europe, enquanto a Gesinpex Comercial SRL foi selecionada para fornecer 300 leitores manuais por US$ 150.000 e 20 leitores de aglomeração, por US$ 30.000.
Fonte: El País, adaptado por Equipe BeefPoint