O Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC) instalou um software especial na indústria frigorífica. Os inspetores da Divisão da Indústria Animal do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MAGP) também podem identificar as carcaças e as vísceras de um animal através do número do identificador.
O Uruguai é o único país que pode garantir a rastreabilidade do gado, desde o animal vivo até chegar ao prato, unindo rastreabilidade de campo com a indústria. Inclusive, o funcionamento do sistema foi verificado por provas de DNA, que é uma marca biológica de identificação de um animal e uma prova científica impossível de alterar.
O gerente do Sistema Eletrônico de Informação da Indústria de Carnes (Seiic), Daniel Abraham, garantiu que com a instalação do sistema em grande parte dos frigoríficos exportadores, ocorre uma cobertura de 50% dos abates nacionais. A ideia é chegar a todos os grandes frigoríficos que exportam para cobrirem 80% dos abates e, no final do ano, ter todas as plantas rastreadas.
O país tem um sistema de rastreabilidade que liga os dados recebidos pelo Sistema Eletrônico nos frigoríficos com os identificadores do gado, podendo dar garantias máximas aos consumidores e países importadores de sua carne bovina.
As informações são trocadas com o Sistema Nacional de Informações Pecuárias (SNIG) todos os dias para que os inspetores da Divisão de Sanidade Animal possam baixar os dados de um bovino após ler seu identificador, para poder fazer o documento de destruição dos identificadores que garantem sua rastreabilidade, ou seja, caduca quando o animal é abatido.
Para dar esse passo, o Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC) instalou um software especial na indústria frigorífica. Os inspetores da Divisão da Indústria Animal do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MAGP) também podem identificar as carcaças e as vísceras de um animal, usando uma etiqueta que tem o mesmo número do identificador ao qual pertencia, apoiando-se nesse programa de computação.
Técnico do INAC afirmou que esse sistema está sendo aplicado em alguns frigoríficos de forma piloto e até o momento os resultados são satisfatórios. Através dos mesmos dados, pode-se revisar as informações fundamentais para o programa de resíduos biológicos através do MGAP, controlando a carne exportada e cumprindo com os requisitos estabelecidos pelos mercados de destino.
A informação recolhida pelos inspetores do MGAP também serve para ajudar na luta contra a tuberculose e a brucelose bovina. O diretor do Laboratório Genia de biologia molecular, Carlos Azambuja, explicou que a rastreabilidade é um conjunto de medidas que garantem que o que chega a um determinado destino é o mesmo que saiu da origem. A empresa que através de um projeto com o MGAP e com o INAC, provou por DNA que o sistema de rastreabilidade aplicado no Uruguai é seguro e altamente confiável.
Ainda de acordo com o diretor, o número de DNA de cada animal está inscrito em cada uma de suas células, o que permite reconhecê-lo em qualquer parte da cadeia. Não é uma técnica que se possa fazer universalmente, porque os custos não permitem. No entanto, através de uma amostragem, pode-se verificar que as coisas estão funcionando bem.
O laboratório quer ir mais além do plano piloto e dar passos que forneçam provas científicas das vantagens que as carnes uruguaias têm para os consumidores.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.