Durante os últimos doze anos, as políticas internas do Uruguai têm avançado consideravelmente em matéria de bem-estar animal, onde diversas instituições participam de uma comissão que investiga o assunto e gera medidas.
A médica veterinária, Stella Maris Huertas, docente da Faculdade de Veterinária da Universidade do Uruguai, que expôs sobre o assunto nas Jornadas de Buiatria, destacou que há 12 anos participou pela primeira vez da atividade para falar desse assunto com os veterinários presentes que a olhavam com “cara engraçada”, já que era um tema desconhecido.
Hoje em dia, dedica-se um simpósio inteiro sobre “Bem-Estar Animal”, que reconheceu que o Uruguai “é referencia regional nesse assunto devido ao compromisso e o envolvimento de todo o setor”.
Huertas disse que o Uruguai começou a pesquisar sobre o assunto em 2002, quando alguns animais “estavam em até 60% machucados”, o que gerava “perdas importantes para o vendedor”.
Estudos realizados recentemente na Faculdade de Veterinária através de uma pesquisa com 300 produtores do Norte de Río Negro mostraram que 88% dos produtores disseram não usar itens como paus, bastões elétricos, para mover os animais, segundo Huertas, que também é presidente do Centro Colaborador de Bem-Estar Animal da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Por sua vez, “53% não realiza a prática da descorna, porque criam animais sem chifres; 51% dos produtores disseram que castram seus bezerros nos primeiros meses de vida e 4% deles disse usar anestesia”, disse ela.
“Os consumidores na maioria dos países das Américas ainda não exigem altos padrões de bem-estar animal, nem estão tão conscientizados como em países europeus. No entanto, essa tendência já se observa em alguns segmentos da população”.
O certo é que, tanto a nível da indústria frigorífica, como nas fazendas, o respeito ao bem-estar animal está crescendo, mas falta aumentar a capacitação em outros setores.
“O veterinário é solicitado a desempenhar um rol enorme de tarefas em todos os âmbitos, promovendo a aplicação das normas da OIE e as boas práticas com animais, contribuindo para gerar uma maior consciência em todos os operadores e gerando maior qualidade do produtos”, disse ela.
Fonte: El País Digital e do Tardáguila Agromercado, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.