Antes do final do mês de setembro, o Poder Executivo do Uruguai, através do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), realizará uma convocação pública de operadores de sistema de rastreabilidade e de fornecedores de identificadores, a qual será financiada com fundos do Banco Mundial e administrada através do Programa de Ajuda de Emergência à Febre Aftosa (Paefa).
O anúncio feito pelo engenheiro agrônomo Diego Payssé, titular do Paefa, na semana passada, durante o Ciclo de Conferências da Expo Prado 2002, permitirá um avanço consistente para o início de um sistema de rastreabilidade individual no Uruguai.
A apresentação de Payssé, que foi feita junto com o também engenheiro agrônomo Daniel De Mattos, levantou um tema que está sendo bastante discutido atualmente, com um aumento das exigências dos consumidores em poder contar com informações que garantam, entre outros dados relevantes, a procedência dos alimentos.
Os palestrantes abordaram o tema, expondo desde a apresentação da situação atual do país, passando por uma atualização sobre o tema e suas implicações no mercado mundial de alimentos, até o tratamento por parte dos órgãos internacionais, e dos países consumidores e competidores na produção de alimentos.
Ambos concordaram com a importância que terá para o avanço deste tema, no Uruguai, a definição de um Sistema Nacional de Informação Pecuária, sobretudo no que se refere “aos objetivos gerais e específicos que o governo quer atingir com esta proposta”, disse Payssé.
Relançamento
“Nas últimas semanas, o MGAP tem levado adiante o relançamento do tema rastreabilidade, mantendo reuniões com a Associação Rural do Uruguai (ARU), com as Cooperativas Agrárias Federadas (CAF), Fucrea, Instituto Nacional de Carnes (INAC) e também com a Associação da Indústria Frigorífica do Uruguai (Adifu) e CIF, concretizando uma série de encontros de discussão”, disse Payssé.
Todos os níveis da cadeia produtiva de carne do Uruguai consideram o tema rastreabilidade uma direção consistente que está sendo marcada no mercado mundial dos alimentos, em tudo que se refere à segurança alimentar, a partir dos casos de ‘vaca louca’ – encefalopatia espongiforme bovina – EEB -, das dioxinas e dos organismos geneticamente modificados (OGM). “Inclusive, as instituições internacionais o definiram como um dos seis temas mais importantes. Isto define a geração de uma cultura de rastreabilidade em todo o mundo, relacionada a todos os alimentos”.
Rastrear
“O sistema de rastreabilidade não é outra coisa que um atributo de um produto de origem animal ou vegetal que permita retroceder no processo de produção do mesmo e que nos dá informação de todas as suas características, sendo que o mais valioso é que a rastreabilidade permite formar um conceito de informação individual ou grupal, dependendo do produto. O que define a opção de fazer este sistema de forma individual são casos como o da carne bovina. No entanto, o que se pretende fazer no Uruguai é uma evolução, de forma que estamos propondo fazer uma boa rastreabilidade grupal que permita fazer uma individual em breve. O que seria feito é uma experiência piloto individual, que é o que está sendo projetando”.
Fonte: El Pais, adaptado por Equipe BeefPoint