A reabertura da Coreia para as carnes uruguaias será concretizada em menos de três meses e representa um mercado com forte possibilidade para colocar cortes de alto valor e, inclusive, como alternativo se as vendas efetuadas para a Europa forem afetadas pela crise, segundo revelaram fontes do Instituto Nacional de Carnes (INAC).
A reabertura da Coreia para as carnes uruguaias será concretizada em menos de três meses e representa um mercado com forte possibilidade para colocar cortes de alto valor e, inclusive, como alternativo se as vendas efetuadas para a Europa forem afetadas pela crise, segundo revelaram fontes do Instituto Nacional de Carnes (INAC).
Trata-se de um mercado que paga muito bem pelas carnes de alta qualidade e cortes com bom marmoreio, como por exemplo, as carnes procedentes da raça japonesa Wagyu e seus cruzamentos. O Uruguai exporta atualmente carne processada (cozida) à Coreia, mas vendeu diferentes carnes até o surgimento de febre aftosa em 2001. Em 2000, o país exportou US$ 12,6 milhões, dos quais US$ 11 milhões corresponderam à carne bovina e US$ 1,2 milhão a miúdos.
Esse ano, houve uma grande diversificação que incluiu cortes muito variados de dianteiro e traseiro de carnes com e sem osso. Em volumes menores, também foram vendidos ligamentos, tendões e membranas para uso industrial. Na alimentação coreana, a carne é um produto considerado de luxo. Os coreanos comem carne ultramacia e gordurosa, o que precisamente se obtém com carnes de bom marmoreio. A Coreia tem um consumo per capita de menos de 12 quilos anuais, extremamente baixo em relação ao Uruguai, que é o maior consumidor do mundo, com 60,2 quilos per capita.
Um estudo efetuado nesse país determinou que o consumidor coreano outorga grande importância à condição de produção natural das carnes. Para esse país, são relevantes os sistemas de produção do gado e, nesse marco, o marmoreio da carne se converte em uma característica importante. Esse fator é determinante, de forma que se registra uma maior demanda de gado alimentado com grãos.
Por outro lado, fontes da indústria local que valorizam a importância de reabrir esse mercado, consideram que o país está fortemente influenciado pela carne australiana, que é mais competitiva que a uruguaia, entre outras razões, porque tem gado e frete mais baratos. O gerente geral do frigorífico Tacuarembó/Marfrig, Marcelo Secco, disse que primeiro terá que ver quais são as condições de acesso a esse mercado, considerando que somente poderão entrar carnes desossadas.
No marco da visita efetuada por uma comitiva oficial do Uruguai à Coreia, o presidente do Banco da República do Uruguai (BROU), Fernando Calloia, assinou um convênio com o Korea Eximbank, que facilitará a troca de informação e cooperação que, além disso, compreenderá linhas de crédito para financiar investimentos em ambos os países. Em breve se estabelecerão linhas de crédito para que os investidores coreanos no Uruguai – e vice-versa – possam financiar seus negócios.
A reportagem é do El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.