As exportações de carne bovina do Uruguai deverão aumentar cerca de 10 mil toneladas com relação a este ano, de acordo com um relatório especial feito pelo Serviço de Agricultura Exterior do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FAS/USDA).
O aumento das exportações seguirá uma maior estabilidade no consumo doméstico e a reabertura de mercados chave, após a crise gerada pela febre aftosa. A expectativa do FAS é que as exportações de carne bovina do Uruguai alcancem o volume de 250 mil toneladas, enquanto o governo uruguaio está trabalhando para erradicar a febre aftosa, sendo que o último caso da doença foi em 21 de agosto de 2001.
Atualmente cerca de 56 mercados de exportação já reabriram as carnes bovinas frescas sem osso do Uruguai. O Canadá deverá reabrir seu mercado até o final de 2002 e os EUA deverão fazer o mesmo até o final de 2003. O relatório informa que o Japão e a Coréia não deverão reabrir seus mercados à carne bovina uruguaia até que o programa de vacinação do país contra a doença esteja completo.
As exportações de carne bovina do Uruguai em 2002 deverão ficar em torno de 240 mil toneladas. Estas exportações aumentaram levemente para 118,387 mil toneladas de janeiro a junho deste ano, comparado com o mesmo período de 2001 – 102,205 mil toneladas (quase todos os mercados foram reabertos até abril). Este aumento foi resultado principalmente da reativação do setor de carne bovina uruguaio devido à reabertura de vários mercados de exportação, liderados pela UE e por Israel. O Uruguai teve que procurar agressivamente por mercados não tradicionais para compensar as perdas nos destinos mais importantes, como os EUA e o Canadá. A tabela abaixo inclui os principais mercados de exportação de carne bovina do Uruguai:
Principais mercados de exportação da carne bovina do Uruguai, de janeiro a junho de 2001 e 2002 (em 1000 toneladas)
As exportações de gado bovino do Uruguai deverão apresentar um leve aumento em 2003, com a reabertura de mercados tradicionais de exportação, e a recuperação gradual dos preços do gado na Argentina. As exportações em 2002 não deverão ser muito significantes devido à febre aftosa, mas também devido aos preços mais competitivos na Argentina – principal destino das exportações de gado vivo do Uruguai – o que forçará os pecuaristas do país a manterem seus animais no pasto. No caso da Argentina não há impedimentos sanitários para a exportação. Entretanto, a desvalorização da moeda argentina somada à falta de garantias comerciais devido à crise econômica, impossibilita a realização de negócios com o parceiro vizinho. Outros países que reabriram seus mercados ao gado bovino do Uruguai foram o Peru, a Venezuela e o Equador.
Uma vez que o Uruguai tem sido tradicionalmente um grande exportador de carne bovina, em 2003 a estimativa é que o país não importe volumes significantes de carne bovina. Fontes do setor privado uruguaio informaram que os supermercados do país estão importando carne bovina da Argentina, aproveitando-se dos baixos preços após a desvalorização, em janeiro de 2002. Esta tendência deverá ser temporária, uma vez que os preços da carne bovina na Argentina deverão aumentar.
Durante janeiro a julho de 2002, o Uruguai importou US$ 425 mil de carne bovina resfriada sem osso e US$ 200 mil de carne bovina congelada sem osso da Argentina, e US$ 105 mil de carne bovina termo-processada do Brasil e da Argentina. Em 2001 o Uruguai importou US$ 192 mil em carne bovina termo-processada do Brasil e da Argentina. O Uruguai tem 5,5% de desconto nas importações de carne bovina sem osso, 2,25% nas importações de carne bovina com osso e entre 4,5% e 6% nas importações de carne bovina termo-processada. Como um membro do Mercosul, o Uruguai aplica a tarifa externa comum, que varia de 3 a 23%. Em geral, o comércio entre países membros do Mercosul é livre de tarifas.
Fonte: MeatNews e FAS/USDA, adaptado por Equipe BeefPoint