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Uruguai espera um cenário otimista para a pecuária

Ainda suportando os efeitos da seca, 2010 se apresenta com um panorama favorável para o setor de carne bovina do Uruguai e com uma perspectiva de exportação de cerca de US$ 940 milhões. De acordo com a Oficina de Programação e Políticas Agropecuárias (Opypa), 2010 será um ano de transição para a pecuária bovina uruguaia.

Ainda suportando os efeitos da seca, 2010 se apresenta com um panorama favorável para o setor de carne bovina do Uruguai e com uma perspectiva de exportação de cerca de US$ 940 milhões. De acordo com a Oficina de Programação e Políticas Agropecuárias (Opypa), 2010 será um ano de transição para a pecuária bovina uruguaia.

Isso devido às consequências da seca e da crise que atingiu o pico no final de 2008 e começo de 2009 e que deixará “sequelas que afetarão os fluxos de existência e abates e a evolução dos preços de reposição”.

O que a Opypa espera para 2010 é a manutenção dos níveis de abate, ficando em 2,2 a 2,4 milhões de cabeças, com uma produção total da ordem de um milhão de toneladas. Os produtores podem esperar níveis de preços para o gado gordo similares aos de 2009 e, inclusive, com uma tendência de alta.

O golpe da seca no rebanho uruguaio foi notável. No fechamento de 2009, o rebanho tinha 12,5 milhões de cabeças, com uma redução das vacas de cria no início da época de cruzamento da ordem de 2,5%. Na primavera de 2010, é de se esperar que nasçam entre 2,6 e 2,8 milhões de bezerros.

Por outro lado, os efeitos da baixa parição serão sentidos em 2011 e 2012. Nesses anos, o mercado se caracterizará por uma escassez relativa de animais terminados. O rebanho pode ter uma queda da ordem de 12% com relação a 2009, ficando abaixo de 11 milhões de cabeças no fechamento do exercício em junho de 2010. Os preços dos animais podem ser “razoavelmente bons” em dólares, alcançando níveis similares ou levemente superiores aos de 2006 e 2007.

Com relação às exportações medidas em dólares, a Opypa estima que 2010 fechará com um valor da ordem de US$ 900 a US$ 940 milhões em exportações de carne bovina. Trata-se de uma expectativa muito similar ao fechamento estimado de 2009, que ficou em US$ 930 milhões. Esses valores, embora sejam bem inferiores aos de 2008, estão entre os mais altos da década, segundo a Opypa.

A terra, um bem escasso e caro, continuará formando um mercado de preços altos, tanto para a compra como para o arrendamento. Esse elemento está condicionando os sistemas de produção, de forma que a Opypa estima que é necessário repensar “as estratégias de produção tradicionais e extensivas com base no fator terra”.

Quanto à expansão agrícola, invadindo terras essencialmente pecuárias, a Opypa vê como uma oportunidade de diversificação e complementaridade da atividade, aumentando inclusive a disponibilidade de alimentos para os animais.

O trabalho apresentado pela Opypa também prevê uma ampliação da capacidade industrial instalada como consequência da instalação do frigorífico Breeders & Packers em Durazno. Além disso, também cita o processo de investimentos de multinacionais da carne no Uruguai.

Nesse sentido, a Opypa admite que “nos últimos anos, tem havido um processo de ‘estrangeirização’ e concentração da indústria frigorífica”. Segundo o trabalho, em um cenário dessa natureza, “a exportação de gado em pé constitui um recurso importante para corrigir potenciais desequilíbrios nos mercados de animais para abate”. No exercício terminado em 30 de junho, 159.000 bovinos foram exportados em pé, principalmente ao Brasil, o que representa um aumento de quase 13% com relação ao exercício anterior.

O preço do novilho gordo mostrou valores relativamente estáveis ao longo de 2009, acima de US$ 2,20 por quilo de carcaça, segundo confirmaram os dados estatísticos do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC). Para a Opypa, os bons preços internacionais que recebeu a carne uruguaia se transferiram aos animais enviados pelos produtores aos frigoríficos, posto que o valor por quilo do novilho, incluindo o acumulado nas exportações, rondaria os US$ 2,47 por quilo de carcaça.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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