Em 2005, apenas 24% da indústria exportadora de carnes do Uruguai pertencia a capital internacional. No entanto, cinco anos depois, 37% do total das plantas habilitadas estão em mãos de grandes corporações brasileiras.
Segundo o integrante da Federação dos Trabalhadores da Indústria de Carnes (Foica), Luis Muñoz, “o Uruguai não tem regras claras para as multinacionais de carne e isso prejudica os trabalhadores”.
Em 2005, apenas 24% da indústria exportadora de carnes do Uruguai pertencia a capital internacional. No entanto, cinco anos depois, 37% do total das plantas habilitadas estão em mãos de grandes corporações brasileiras.
“Desde 2006 e, principalmente até 2009, produto dos lucros muito bons que tiveram os frigoríficos, as multinacionais e as empresas locais ampliaram as áreas de abate a um ritmo muito forte”.
Diante da falta de animais que em certa medida se mantém – inclusive estima-se que durante 2012 também haverá pouca oferta -, “as multinacionais, como mostram os números, mandaram os trabalhadores dos frigoríficos para seguro de parada”. Segundo ele, os frigoríficos de capital local, ao contrário, mantiveram os abates e os trabalhadores perderam menos salários.
Segundo dados oficiais, com os grandes investimentos feitos pelas empresas, a capacidade de abate passou de 2,2 a 2,5 milhões de cabeças anuais para 3,5 a 3,8 milhões de cabeças, gerando uma capacidade ociosa que hoje se estima em 30%.
Em 2010, o Uruguai exportou 520.000 toneladas de carne bovina e há mais de 100 mercados abertos para o produto, ainda que as empresas não vendam a todos, mas sim, vendam aos que pagam melhores preços.
O Uruguai tem 38 frigoríficos, mas somente 18 abatem 90% do total dos gados produzidos no país, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes (INAC).
Fonte: jornal El País Digital, raduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.