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Uruguai: falta identificar cerca de 2,5 milhões de bovinos adultos

Ainda faltam identificar no Uruguai, antes de junho de 2011, cerca de 2,5 milhões de bovinos que, em sua maioria, são vacas adultas. O MGAP, avaliou a primeira etapa, que começou em setembro de 2006, até agora como "muito positiva". "Temos o único sistema de rastreabilidade individual do mundo e estamos a caminho de completar 100% de identificação. Isso não é pouco".

Ainda faltam identificar no Uruguai, antes de junho de 2011, cerca de 2,5 milhões de bovinos que, em sua maioria, são vacas adultas. Serão utilizados os mesmos identificadores usados nos bezerros, mas outro alcance numérico.

Com a presença do próprio titular da Secretaria de Estado, Tabaré Aguerre, o ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai (MGAP), começou uma nova etapa de capacitação e educação dos operadores que trabalham assessorando os produtores sobre rastreabilidade obrigatória bovina.

Segundo a lei vigente no país, até 30 de junho de 2011, todo o rebanho bovino uruguaio deve contar com rastreabilidade, o que permitirá rastrear a história da vida do animal desde o seu nascimento, até que seu corte de carne esteja servido no prato do consumidor (do campo ao prato).

Nessa nova etapa do Sistema de Identificação e Registro Animal (SIRA), mediante a qual se recebe e guarda a informação gerada pela rastreabilidade obrigatória dos bovinos – que começou em setembro de 2006 com bezerros nascidos a cada ano -, o MGAP realizará várias reuniões com os produtores e operadores, informando e assessorando, para evitar erros que levem a perder animais que estão inscritos e rastreados.

“Faltam identificar uns 2,5 milhões de bovinos que são, principalmente, vacas adultas”, disse o diretor geral dos Serviços Pecuários do MGAP, Francisco Muzio. Esses animais serão identificados nessa nova etapa para cumprir a meta estabelecida pela lei. Em paralelo, o SIRA já tem registrados cerca de 8,5 milhões de cabeças sobre um rebanho de cerca de 13 milhões de bovinos, mas bovinos com rastreabilidade completa seriam cerca de 7,8 milhões.

“Na semana que vem já estarão sendo distribuídos os identificadores e se decidiu que não haverá um modelo diferenciado, mas sim, que serão os mesmos identificadores para os adultos e os bezerros”. O registro deverá ser feito por formulários separados, já que o bovino adulto não leva data de nascimento como o bezerro.

O MGAP, apesar das falhas no sistema do SIRA, todas corrigíveis, avaliou a primeira etapa, que começou em setembro de 2006, até agora como “muito positiva”. O ministro recordou que a porcentagem de animais que perdeu a rastreabilidade por diferentes erros foi de 6% a 7%, de forma que “deveríamos melhorar essa meta”. “Temos o único sistema de rastreabilidade individual do mundo e estamos a caminho de completar 100% de identificação. Isso não é pouco”.

A reportagem e do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Parabéns a todos. Realmente não é pouco o que o Uruguai vem fazendo. Ao invés de procurar culpados o Uruguai vem enfrentado e superando os erros. Em vez de atacar as empresas responsáveis pela difusão das regras e auxliio aos produtores, chamados operadores, se preocupam em capacita-los para a nova etapa do programa. E até ano que vem terão 100% do rebanho rastreado. O Brasil pode aprender muita coisa com seu vizinho.

  2. José Manuel de Mesquita disse:

    Cabe algumas perguntas:

    1 – Identificados ou rastreados?
    2 – O sistema de identificação é similar ao nosso Sisbov?
    3 – A identificação é dupla (Brinco e Botton)?
    4 – Existem registros dos Manejos Sanitários efetuados?

    Recordando… Identificar não é rastrear.
    A simples identificação não impede que carnes cheguem ao prato do consumidor com produtos proibidos, ou em concentrações maiores do que as permitidas pela legislação dos países consumidores…

    A prudência aconselha que antes de traçarmos paralelos, deveríamos conhecer os detalhes do sistema usado por nosso vizinho, afinal o sistema usado por ele pode ser racionalmente implantável (ao contrário do nosso).

  3. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Caro José Manuel de Mesquita,

    Já estive no Uruguai conhecendo o sistema de rastreabildade deles. Há algumas diferenças. O sistema é obrigatório e portanto não há diferencial de preços pelos animais rastreados. Os identificadotes utilizados são eletrônicos e cedidos graciosamente pelo governo. A movimentação dos animais é informada a base central. As balanças dos frigoríficos são interligadas ao sistema para controle de recolhimento de impostos. Os registros de tratos sanitários e controle de carência de medicamentos é feito fora do sistema.

    Att,

  4. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado José Ricardo,

    Parece que o sentido da palavra RASTREAR, está sendo deturpada, inclusive por nosso vizinho.

    Até onde entendi, o sistema usado por nosso vizinho, Identifica e registra a movimentação dos animais entre as propriedades por onde passaram: em vida até o abate.

    Não existe Rastreabilidade sem registros e controle do manejo sanitário, ocorrências como as do caso JBS/Bertin e importadores dos USA serão comuns neste sistema. Qualquer sistema que não controle o manejo sanitário não é “Rastreável” nem possui segurança sobre o que está sendo abatido.

    Isso não é Rastreabilidade, mais importante do que saber por onde passaram, é saber o que comeram, o que lhes foi ministrado em vida, e se tiveram seus prazos de carência respeitados.

    Ademais, 13 milhões é uma quantidade pequena comparada com o tamanho de nosso rebanho 180 a 200 milhões. Nossa extensão territorial, e as dificuldades de locomoção entre elas é outro fator que dificulta o sucesso de tal empreitada em nosso país.

    Ainda assim, de 7 a 8% de perdas nos identificadores é um índice muito alto, e desqualifica qualquer sistema que pretenda ser seguro ou confiável.

    Li alguma coisa aqui mesmo no BeefPoint, que no Estado de Santa Catarina havia um programa de identificação, onde o “estado” fornecia os identificadores (posso estar enganado, mas parece-me que também os aplicava nos animais) e nem por isso a coisa andava bem.

    De qualquer modo, as diferenças entre os 2 países são muitas, e aparentemente os problemas deles são como os nossos, apesar de cantarem aos 4 ventos que falta pouco para ter todo o rebanho “rastreado”. Os 8% de perdas nos identificadores, mostra que não estão assim tão bem como propagam.

  5. Geórgio Freesz Valadares disse:

    Esse é o grande problema dos sistemas atuais: funcionalidade.

    Existe aprimoramento mas ainda é uma grande “dor de cabeça”.

  6. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Prezado José Manuel de Mesquita,

    Idealmente quanto mais informações tivermos melhor será o controle sobre a produção. E mais caro e complexo o processo. Achar o ponto ideal é a questão. E o Uruguai é o pais mais avançou neste processo.

    Talvez, como coloca, mesmo lá ainda não se tenha chego ao ponto ideal, mas inevitavelmente precisamos começar pelo básico.

    E se há registro em uma base central dos locais por onde o animal passou há como, em caso de problemas, reagirmos rapidamente e focarmos os trabalhos de investigação. Certamente um avanço, ainda que não o mundo ideal.

    E se nestes locais por onde o animal passou houver registros complementares satisfatórios, por exemplo, sobre tratos sanitários, poderemos recuperar a informação desejada.

    Mas não tenho ciencia de nenhum sistema de rastreabilidade bovina nacional que seja tão avançado como propõe. Sei apenas de sistemas privados, como os nossos, que estão aptos a manter estes controles.

    Porém apenas sistemas locais não resolvem a questão. Pense num caso de infecção por aftosa. A ação precisa ser a mais rápida possível e só uma base centralizada permite isto.

    Acredito que para maiores avanços a tendência seja a adoção de sistemas privados complementares a sistemas nacionais.

    Att,

  7. Fábio Henrique Ferreira disse:

    DesBURROcratização para beneficiar FRIGORÍFICO e prejudicar PRODUTOR. É melhor o frigorífico ter um excesso de oferta e não pagar nada do que ter oferta reduzida e ter que pagar.
    O Cenário atual não é igual ao de 2008, o mercado é DINÂMICO, fica claro no texto que nossos “representantes” estão preocupados só com o valor numérico das exportações e não com o valor numérico agregado ao produtor, vantagens. Se querem volume, o mercado deve demandar, depois o frigorifico deve remunerar e consequentemente terão a oferta adequada e o número da exportação adequada.
    Os passos acima serão ideais para todos os elos, mas os “representantes” não estão preocupados com os produtores e sim com SEUS números que devem prestar contas e com os FRIGORÍFICOS que a cada dia se AGIGANTAM.

    Desburocratização a que custo??? Quem vai ganhar com a desburocratização???

    Não estão desburocratizando, estão criando um NOVO que TRARÁ PREJUIZO a TODOS e efetivamente TODOS os produtores. O POR QUE é muito simples, se o programa for de tamanha simplicidade e visa atender inclusive MERCADO INTERNO, deixemos de lado a segurança, PODEREMOS ter (produtores já estão cançados e o sistema em descrédito por tantas mudanças) um EXCESSO de animais rastreados e a CONSEQUENCIA será o DESÁGIO no valor do boi “O NÃO PAGAMENTO DE PREMIO”. Voltaremos aquela época onde o frigorifico só comprava se fosse rastreado. Ou seja, o produtor tinha que rastrear para vender pelo mesmo preço e o que não rastreava perdia, fácil raciocinio TODOS PRODUTORES perdem, SÓ OS FRIGORÍCOS GANHAM, foi a época em que mais ganharam dinheiro.

    Vamos concluir então se a DESBUROCRATIZAÇÃO (palavra bonita não é, mas a que CUSTO) será vantajosa para quais elos da cadeia.

    O BOI EUROPA em 2009 e 2010 seguiu o seguinte raciocínio:
    Primeiro semestre – preços a mais por @ de R$5,00 a R$7,00 reais.
    Segundo semestre – preços a mais por @ de R$2,00 a R$3,00 reais. OBSERVAÇÕES PERTINENTES E IMPORTANTES, no ano de 2010 esta diferença para baixo veio mais cedo, sendo o motivo saida de animais confinados e rastreados. Alguns produtores neste período com boi europa não tiveram diferencial, O MOTIVO É O SEGUINTE: Naquele dia que o frigorifico te disse que não estava pagando nada a mais pelo BOI EUROPA, com CERTEZA estava, com certeza tinha BOI EUROPA morrendo NAQUELE DIA com diferencial, o DETALHE é que os animais DAQUELE DIA foram negociados a alguns meses atrás, tendo preços da @ e do diferencial do BOI EUROPA travados. OU SEJA, o frigorifico já tinha o BOI DELE EM SEU PROPRIO CONFINAMENTO ou já HAVIA negociado um grande volume de um ou mais grandes produtores e assim conseguiu fechar a escala de alguns dias, semanas, meses para o produto “BOI EUROPA”.

    Amigo produtor este assunto eles não discutem e nem se preocupam em fazer como nos EUA, onde os frigorificos não podem ter animais para REGULAR MERCADO.

  8. Fábio Henrique Ferreira disse:

    Aparecem com DESBUROCRATIZAÇÃO (dá ibope né) mas não aparecem com nada com relação a cada ano que se passa os frigoríficos baixarem o diferencial do BOI EUROPA. NÃO QUEREMOS DESBUROCRATIZAÇÃO, inclusive fomos reauditados, estamos a quase dois anos na lista e já nos acostumamos.

    QUEREMOS diferencial a mais na @ que já nos pagaram até R$20,00 a mais na @ em 2008, eles podem nos pagar.

    Outro detalhe, se desburocratizar e muitos produtores entrar, e o preço do inicio do ano e do final do ano SUMIR, quero ver se “representantes” dos produtores que estão propondo ISTO vão aparecer para dar explicação a seguinte pergunta:
    GANHAMOS ATÉ 20,00 A MAIS NA @ EM 2008, EM 2010 GANHAMOS DE 2,00 A 7,00 A MAIS NA @ E COM ESTA DESBUROCRATIZAÇÃO TIVEMOS O DIFERENCIAL DE FATO SUMIU, VOCES FIZERAM ISTO PARA BENEFICIAR QUEM??? QUEM VAI PAGAR OS INVESTIMENTOS????QUEM VAI PAGAR MEU INVESTIMENTO???
    NO FINAL DAS CONTAS HAVERÁ NOVO DES-ESTIMULO DOS PRODUTORES JÁ CANÇADOS DE TANTAS MUDANÇAS E TANTAS POLÍTICAS QUE OS PREJUDICAM, QUE QUANDO ESTAO GANHANDO ALGUMA COISA, SEUS REPRESENTANTES TIRAM ATRAVÉS DE desBURROcratização.

  9. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Um ponto que esqueci de mencionar é que o processo de validação dos dados do processo de rastreabilidade é um pouco diferente do nosso.

    Ao invés de certificadoras eles possuem a figura do operador credenciado, que coleta os dados de cadastramento e movimentações e os transmite a base central.

    Existem empresas especializadas que prestam estes serviços aos produtores, mas é facultado ao produtor se credenciar para lançar dados diretamente na base central desde que atenda a determinados requisitos, entre eles possuir hardware e software especializados para leitura dos brincos eletrônicos.

    E o governo fiscaliza / audita por amostragem as propriedades.