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Uruguai: INAC diz que dificuldade no negócio de carnes “é conjuntural”

O presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Luis Alfredo Fratti, disse que as dificuldades para fazer negócios que estão sendo registradas no mercado de carnes "são conjunturais". "A demanda no mundo poderá ter alguns momentos mais fracos", mas o que se observa é que "continua aumentando", disse ele.

O presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Luis Alfredo Fratti, disse que as dificuldades para fazer negócios que estão sendo registradas no mercado de carnes “são conjunturais”. “A demanda no mundo poderá ter alguns momentos mais fracos”, mas o que se observa é que “continua aumentando”, disse ele.

O mercado internacional de carne está em baixa e diante da maior volatilidade financeira no mundo e da queda do preço de algumas commodities – como é o caso dos grãos -, os importadores de carne estão paralisando suas compras.

Vários operadores uruguaios consultados pelo El País confirmaram que é normal que a demanda se retraia, mas garantem que não é normal que seja tanto como agora. Muitos operadores disseram que viram um cenário semelhante em 2008. “Quanto um produto infla muito em seu preço, chega um momento em que se desinfla”, disse um operador. Só há uma diferença: em 2008, havia muitos motivos para que os preços caíssem, como a crise internacional. “Hoje não há tantos”.

No entanto, o presidente do INAC assegura que a paralisação momentânea dos negócios pode se dever a problemas “de oportunidade” e garantiu que é normal que, às vezes, “ocorram alguns vaivéns. O que está claro é que, em médio prazo, a demanda continuará sendo importante”.

Fratti também reconheceu que os números para a indústria frigorífica “são bastante justos, de acordo com os preços da tonelada de exportação e pelo aumento do preço do gado gordo. Não é novidade para ninguém e tampouco é a primeira vez que ocorre”. Isso tem gerado problemas, levando ao fechamento temporário de algumas plantas.

Segundo Fratti, como em outros momentos, “houve lucros muito importantes, nesse caso, os frigoríficos estão com algumas dificuldades pelos preços e pela falta de gados”.

Na Rússia, principal mercado para a carne bovina uruguaia e para onde se colocam vários cortes de dianteiro, o Chuck & Blade (corte sem osso do quarto dianteiro) caiu de US$ 4.700 por tonelada para não mais de US$ 4.500 a US$ 4.450 por tonelada.

Por um lado, a carne uruguaia ficou cara e hoje vale mais, inclusive, que a produzida nos Estados Unidos, no Brasil e em outros grandes produtores mundiais. Por outro lado, há uma maior presença da carne brasileira e paraguaia no mercado russo e a um preço menor que a uruguaia. Tudo leva à previsão de que nos próximos meses a presença da carne bovina brasileira e paraguaia na Rússia aumente.

Outro operador disse que os países árabes estão comprando alguns cortes de carne, mas a poucos volumes. O Egito está comprando um pouco de bife ancho a bons valores e a Palestina está comprando muitos fígados bovinos a preços muito bons, já que vão de US$ 1.800 a US$ 1.850 a tonelada. Enquanto os preços da carne baixam, os dos miúdos curiosamente se mantêm altos.

Até agora, a tonelada de carne bovina uruguaia vem se valorizando cada vez mais e ninguém sabe quando chegará ao topo. Segundo dados do INAC, a tonelada bovina se valorizou 39,33% até 14 de maio, comparado com o mesmo período do ano anterior. Em 2010, a tonelada valia US$ 2.794 e, até agora nesse ano, chegou a uma média de US$ 3.893.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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