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5 de dezembro de 2008

Uruguai mira no mercado de carne dos EUA

O mercado de carne continua sem mostrar fluidez e com preços em baixa. Dentro deste cenário, os frigoríficos uruguaios começam a mirar os Estados Unidos para descongestionar os estoques de carne.

O mercado de carne continua sem mostrar fluidez e com preços em baixa. Dentro deste cenário, os frigoríficos uruguaios começam a mirar os Estados Unidos para descongestionar os estoques de carne.

A crise nos principais mercados compradores, em particular União Européia (UE) e Rússia, que têm estoques de carne comprada a valores muito superiores aos atuais e enfrentam uma queda na demanda de suas populações, impacta no mercado de carnes. A crise financeira global fornece um fator de incertezas que se traduz em redução do gasto nas sociedades ricas, surpreendidas pela dimensão e profundidade da crise. A carne bovina, além disso, é um produto relativamente caro, que pode ser substituído por outras carnes mais baratas, como frango, suína e também pescado.

Neste cenário, reaparece a opção do mercado norte-americano, que foi o principal cliente do Uruguai no ano passado e onde o país não enfrenta a concorrência dos países vizinhos da região, apenas dos exportadores da Oceania, especialmente Austrália. Particularmente neste país, que desvalorizou sua moeda em 50% frente ao dólar dos EUA e, por tanto, amortizou bastante a queda dos preços de exportação e que, além disso, conta com uma cota volumosa que não paga tarifas de entrada, tem podido aproveitar de forma eficaz a falta de competição e tem consolidado sua presença não somente nos EUA, mas também, nos outros países do Nafta.

No entanto, os EUA transitam por uma queda dos volumes importados e também dos preços que se pagam aos fornecedores de gado. O último dado do mercado de futuros de Chicago mostra um preço de US$ 1,92 por quilo em pé de novilhos corte, preço muito superior aos que hoje se pagam em nossa região, mas que está longe, 13% menor, dos US$ 2,20 que se pagavam em Chicago há alguns meses.

Essa baixa nos EUA, no entanto, não se compara à sofrida no Uruguai: a última cotação do novilho de corte do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), correspondente ao abate finalizado em 22 de novembro, foi de US$ 1,06 por quilo em pé. Esse preço já caiu um dólar desde que alcançou o pico mais alto há três meses e segue baixando.

Na última semana de exportações do Uruguai já se delineia o novo quadro de valores e destinos que deverá prevalecer nos próximos meses. Exportou-se um volume muito superior aos das semanas anteriores: 9.048 toneladas peso carcaça, por um preço notoriamente mais baixo que nas últimas semanas.

Na última semana, a cotação foi de US$ 2.382 por tonelada carcaça, US$ 1.000 a menos que a média das semanas anteriores. Outro dado relevante é que os EUA foram o principal destino, comprando mais da metade dos volumes físicos por um valor equivalente a 43% do total. Em uma só semana, os EUA compraram 12% em dólares e 16% em volume do que comprou o ano todo.

Agora, ao fechamento do ano, termina o prazo para o Uruguai cumprir a cota de 20 mil toneladas (peso produto) para vender ao mercado norte-americano, o que obrigou o pais a enviar de forma apressada os saldos que algumas empresas ainda tinham pendentes.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Airton Pando Rodrigues disse:

    Temos observado a entrada de gado em pé para abate no RS proveniente do Uruguai e uma forte pressão de baixa nos preços de gado gordo. Gostaria de saber se vocês tem alguma informação a respeito.