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Uruguai: modelo de rastreabilidade bovina do país é inspiração para vários países da América Latina

Há 15 países da América Latina e do Caribe que estão interessados no modelo de rastreabilidade obrigatória aplicada pelo Uruguai sobre seu rebanho bovino – o único no mundo que não mede a escala dos produtores e em que o Governo fornece os identificadores.

A rastreabilidade obrigatória no rebanho bovino do Uruguai entrou em vigor na primavera de 2006, identificando todos os bezerros nascidos em cada estação de cria. Hoje, o Uruguai é o único país do mundo que tem todo o seu rebanho bovino identificado e rastreado. A rastreabilidade é um atributo que permite rastrear do produto até sua origem.

Nesse caso, unindo os dados do Sistema Nacional de Identificação Pecuária (SNIG), de forma que com as informações que a indústria pecuária passa ao Instituto Nacional de Carnes (INAC), é possível rastrear a história a partir de um pedaço de carne para trás, chegando ao animal vivo e, inclusive, conhecendo os produtores que foram proprietários do mesmo.

Isso chama muito a atenção internacional: como um país pequeno com forte tradição pecuária conseguiu desenvolver um modelo adaptado às suas possibilidades, que hoje é emblemática no mundo, quando outras potências com maior tecnologia ainda não conseguiram desenvolver. “Há 15 países da América do Sul e do Caribe que estão interessados no modelo de rastreabilidade aplicado no Uruguai”, disse a diretora do SNIG, María Nela González.

Há várias coisas que tornam a rastreabilidade do Uruguai única. “É uma política pública, é obrigatória e tem alcance nacional. Não é uma questão de escala, todo proprietário de gado tem que identificar e registrar seus animais. O que o faz único também é que todo o rebanho nacional está identificado e registrado”.

Agora, além da certificação de processos, a rastreabilidade é uma ferramenta formidável para o rastreio e controle de determinadas doenças, porque seus dados permitem tomar medidas mais rapidamente e muito mais acertadas em momentos difíceis.

Gozález disse que o modelo uruguaio é único também pelo fato de “incorporar um valor agregado através da informação a nossos animais, que não gera custos adicionais aos sistemas de produção, que não os altera, porque se segue produzindo a céu aberto, em pasto e sem hormônios, mas com a agregação de tecnologias”.

A rastreabilidade permite hoje que o Uruguai “possa estar certificando muitos processos na linha de produção que nos levou ao fato de que, há um ano, nossas carnes de excelente qualidade, tenham superado os preços da Austrália”.

Os nichos de alta exigência começam a buscar e querer consumir produtos uruguaios, porque a seriedade da produção, seu processo industrial e, principalmente, as certificações, são sérias e exigentes. Indiretamente, começa-se a ver o valor da rastreabilidade uruguaia.

Segundo a visão do representante da Associação da Indústria Frigorifica (Adifu), Gastón Scayola, na Junta Diretora do INAC, além dos avanços no acesso a mercados que a rastreabilidade obrigatória permite, “os mercados estão pagando uma diferença de valor por esse atributo”.
Ele disse que a rastreabilidade “é necessária” e admite que “transmite ordem”, mas o mercado “não está reconhecendo isso. No geral, todavia, não temos conseguido que se pague por isso”. Esse é um dos desafios que o Uruguai tem pela frente para conseguir valorizar mais sua carne.

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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