Uruguai ocupa espaço deixado pela Argentina

Pela primeira vez o Uruguai exportará mais carne que a Argentina. As barreiras às carnes argentinas contribuíram para o desempenho uruguaio. Segundo os analistas, as vendas argentinas chegarão ao final de 2006 na casa dos US$ 700 ou US$ 800 milhões, enquanto que as uruguaias atingirão a marca dos US$ 900 milhões.

As restrições argentinas para as exportações de carne, adotadas o início do ano, fizeram com que o Uruguai redirecionasse suas vendas externas. Há um ano, o Uruguai vendia 78% de sua carne aos Estados Unidos, Canadá e México. No mês passado, a metade dos cortes frescos e congelados do Uruguai foram vendidos ao Chile e à Rússia, respectivamente.

Notícia do Estadão/Agronegócios informou que o país também está deixando a Argentina para trás nos investimentos no setor. Há 15 dias, o segundo frigorífico do Brasil, Bertin, comprou o uruguaio Canelones (o sétimo em abate), por US$ 35 milhões, conforme estimativas do mercado.

Dos 20 grandes frigoríficos do Uruguai, somente sete concentram 60% dos abates no país. Destes, só três são de capital nacional. No mercado se comenta ainda que o inglês Therry Johnson, dono de AB&P na Argentina e do Frigoclass em Promissão/SP, estaria aguardando a autorização do município de Durazno para construir um novo frigorífico, de US$ 20 milhões, naquela localidade.