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Uruguai: pecuaristas têm maiores ganhos pelo aumento dos preços

O grau de crescimento do rendimento nos estabelecimentos agropecuários dependerá muito de cada estabelecimento, mas, segundo o técnico do Instituto Plano Agropecuário (IPA), Carlos Molina, encarregado do Programa de Monitoramento de Empresas Pecuárias, "crescerão sem que haja uma maior produção", mas sim, "baseados nos aumentos dos preços internacionais". Os custos também acompanharão essa tendência.

O crescimento das divisas das empresas agropecuárias do Uruguai no exercício de 2010/2011 estará relacionado ao aumento dos preços internacionais e não tanto a uma maior produção, de acordo com o Instituto Plano Agropecuário.

O grau de crescimento do rendimento nos estabelecimentos agropecuários dependerá muito de cada estabelecimento, mas, segundo o técnico do Instituto Plano Agropecuário (IPA), Carlos Molina, encarregado do Programa de Monitoramento de Empresas Pecuárias, “crescerão sem que haja uma maior produção”, mas sim, “baseados nos aumentos dos preços internacionais dos produtos”. Os custos também acompanharão essa tendência.

O monitoramento é realizado ao longo do exercício e, a partir da semana que vem, os produtores começarão a apresentar os dados detalhados da gestão do estabelecimento ao Plano Agropecuário. “Todos os preços dos principais produtos acompanharam a recuperação e isso permitiu uma melhora na receita, com valores de produção por quilo de carne ou lã por hectare, que serão bastante parecidos com os do ano passado”, disse Molina.

Segundo ele, em média, os custos por hectare subiriam entre 15% e 20% com relação ao exercício econômico anterior, dependendo bastante de como a seca afetou as empresas (primavera/verão). Ele disse que os efeitos da seca foram muito heterogêneos. “Se os estabelecimentos foram muito prejudicados pela seca, talvez o aumento dos custos esteja próximo a 20%; caso contrário, serão inferiores. Os custos sempre continuaram subindo”. Porém, o aumento dos custos de produção foi atenuado por um aumento dos valores dos principais produtos.

“Esse ano, os preços venceram o crescimento da cotação de insumos, que não era o que ocorria nos anos anteriores. O valor também crescia, mas crescia mais em geral as cotações dos insumos durante esse ano. Se compararmos 2011 com os quatro ou cinco anos anteriores, as relações de preços foram as melhores para os pecuaristas”.

Segundo o levantamento primário do IPA, os produtores “precisaram de menos quilos de bezerros e novilhos para comprar insumos que em anos anteriores, não porque os insumos tinham subido, mas sim, porque os preços subiram muito mais”.

No caso do gado e dependendo da categoria, os valores subiram entre 40% e 45%. “A menor diferença foi em novembro-dezembro, na metade do exercício, e foi de 30% ou 32% para novilho e bezerro com relação a 2009/2010. Isso vai terminar de forma que, apesar do crescimento dos custos, o resultado final será superior ao do ano passado”.

As exportações de carne voltarão a cair – já caíram no ano passado, mas a tonelada exportada pelos frigoríficos uruguaios se valorizou e isso atenuou a queda no volume. Algo similar acontecerá nesse ano. Por outro lado, o exercício econômico do ano passado esteve marcado por um retrocesso no valor do dólar norte-americano (caiu em 13% entre 30 de junho de 2009 e 1 de julho de 2010). Nesse exercício, essa tendência à baixa se manterá por mais outro ano.

Em 2009/2010, os preços do novilho e do bezerro subiram em 25% e 45% (respectivamente), comparando-se com o exercício anterior, segundo dados do Programa de Monitoramento do IPA. Os preços do gado em 2010 foram os melhores dos últimos 20 anos. O novilho começou o exercício com uma cotação de US$ 1,16 por quilo vivo e finalizou a US$ 1,45 o quilo. O bezerro começou a US$ 1,16 e terminou a US$ 1,75 por quilo em pé.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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