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Uruguai pode perder mercado para Argentina e Brasil

Os preços de exportação continuam firmes e em alta, ainda que vários fatores apontem para redução em alguns mercados fundamentais. A volta da Argentina, cujo governo hoje permite aos exportadores vender até 70% do que venderam no ano passado e a progressiva reabilitação de importantes estados brasileiros significa que o Uruguai terá novamente que competir com seus gigantes vizinhos nos mercados que são comuns.

As exportações de carne do Uruguai bateram, tanto em volume exportado como em preços médios obtidos, todos os recordes, superando as previsões mais otimistas feitas no início do ano. A produção, em parte aumentada pelo maior abate devido à seca, tem sido excepcional e os preços aumentaram devido à redução da participação da Argentina no mercado competitivo internacional.

Os preços de exportação continuam firmes e em alta, ainda que vários fatores apontem para redução em alguns mercados fundamentais. A volta da Argentina, cujo governo hoje permite aos exportadores vender até 70% do que venderam no ano passado e a progressiva reabilitação de importantes estados brasileiros significa que o Uruguai terá novamente que competir com seus gigantes vizinhos nos mercados que são comuns.

O Chile, por exemplo, já reduziu suas compras, o que causou efeitos imediatos no mercado de bovinos do Uruguai, porque é o principal comprador de carne de animais jovens sem excesso de terminação (novilhas e novilhos holandeses) que agora encontram alguma dificuldade de colocação e preços mais baixos.

A Rússia deverá reduzir as compras de carne do Uruguai, com a volta da Argentina e do Brasil. Este mercado, em setembro, ultrapassou os Estados Unidos e ficou no topo do ranking entre os compradores de carne do Uruguai. O mercado russo tem um grande potencial para as vendas de carne bovina do Uruguai – que agora está autorizada a entrar nos circuitos de consumo direto, como restaurantes e supermercados, e não tem porque entrar mais através da indústria. Também se destaca a possibilidade de vender miúdos a preços muito superiores aos mercados alternativos.

O México foi durante um bom tempo um mercado desejado, que fez inúmeras exigências antes de reabrir suas portas à carne uruguaia. Finalmente, quando abriu o mercado, os preços pagos eram inferiores aos dos demais compradores. Agora, os primeiros quatro contêineres de carne enviados já tiveram problemas: se a embarcação que transporta a carne faz escala em portos de países não habilitados – como Brasil e Argentina – para fazer transbordo a navios maiores, não pode entrar no México.

A reportagem é do El País.

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