Uruguai quer exportar carne moída para os EUA

Neste mês, chegará ao Uruguai uma missão dos Estados Unidos para dar um novo impulso ao Acordo Marco de Comércio e Investimentos (TIFA, sigla em inglês). Nesse marco, prevê-se acelerar a entrada de carne bovina moída para a indústria.

Neste mês, chegará ao Uruguai uma missão dos Estados Unidos para dar um novo impulso ao Acordo Marco de Comércio e Investimentos (TIFA, sigla em inglês). Nesse marco, prevê-se acelerar a entrada de carne bovina moída para a indústria.

Há mais de 15 anos, o Uruguai vem negociando com os Estados Unidos a abertura desse mercado para seus cítricos. O país também vem buscando abrir o mercado para carne bovina moída usada para fabricação de hambúrgueres na indústria norte-americana.

Tanto Canadá como Estados Unidos são os destinos tradicionais dos cortes de carne bovina produzidos no processo de desossa e que se conhecem como trimming. Esses cortes são destinados à indústria de hambúrguer, mas são moídos nas fábricas norte-americanas. A proposta que as autoridades sanitárias uruguaias fizeram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) se baseou em pedir a abertura do mercado para esses trimming moídos já no Uruguai.

O USDA pediu informações adicionais ao Uruguai e a Direção Geral de Serviços Pecuários do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) completou essas informações. Os Estados Unidos vêm se opondo à entrada de carne bovina moída uruguaia há anos, mas os frigoríficos uruguaios cumprem com o mesmo protocolo sanitário que as fábricas dos Estados Unidos no controle da Escherichia Coli O157:H7, que causou estragos nesse país e, inclusive, motivou o recolhimento de toneladas de carne no mercado local devido à contaminação. Essa bactéria está associada ao trato digestivo de animais criados em confinamento e não aos animais criados a pasto no Uruguai.

No entanto, pelo acordo, os Estados Unidos querem entrar com carne aviária e bovina. Na realidade, não há um interesse real em colocar carne bovina no Uruguai, mas os Estados Unidos querem que se abra essa possibilidade, já que o Uruguai é um país livre de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e os Estados Unidos não. Conseguir o certificado de entrada serve para fazer lobby nos mercados asiáticos (Coreia e Japão), que são os de mais alto valor em suas exportações.

Até 18 de setembro, os frigoríficos uruguaios exportaram aos Estados Unidos 24.458 toneladas de carne bovina, quando na mesma data do ano anterior, tinham vendido 28.480 toneladas, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC).

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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