O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai retomará nesse mês as negociações diretas com as autoridades sanitárias da Coreia do Sul e do Japão referentes à entrada de carne bovina nesses mercados. "O cenário de hoje não é o mesmo de quatro anos atrás; agora, há muito mais demanda de carne que antes. Por isso, estou mais otimista que se possam remover as restrições para carne bovina fresca na Coreia do Sul", disse Muzio.
O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai retomará nesse mês as negociações diretas com as autoridades sanitárias da Coreia do Sul e do Japão referentes à entrada de carne bovina nesses mercados.
A partir de sábado, dia 23 e até o final do mês, o diretor geral dos Serviços Pecuários, Francisco Muzio, acompanhado pelo presidente da Divisão de Sanidade Animal, Federico Fernández, viajarão à Coreia do Sul e Japão para ampliar as informações enviadas pelo Uruguai, destinadas à análise de risco anterior à abertura do mercado.
Em ambas as nações, a carne bovina é admitida apenas processada, mas a meta do Uruguai é entrar com cortes in natura com processos de desossa e maturação. Com as autoridades sanitárias japonesas, o trâmite está quase em zero, pois somente foi feito o pedido pela Direção Geral de Serviços Pecuários para reabrir o mercado para carne fresca, já que o país permanece fechado desde 2001, quando foi registrada a última epidemia de febre aftosa no Uruguai.
No caso da Coreia, há um maior avanço e é onde o Governo é mais otimista em obter uma reabertura desse potencial mercado, onde produtos como músculos do peito, assim como cortes de menor valor, que têm dificuldades de colocação em outros destinos, são bem vindos e bem pagos.
As autoridades sanitárias da Coreia do Sul analisam atualmente um dossiê com mais de 500 páginas com informações adicionais sobre a condição sanitária do Uruguai, que informam elementos básicos para determinar se admite ou não a carne bovina fresca.
“O cenário de hoje não é o mesmo de quatro anos atrás; agora, há muito mais demanda de carne que antes. Por isso, estou mais otimista que se possam remover as restrições para carne bovina fresca na Coreia do Sul”, disse Muzio.
Tanto os japoneses como os coreanos hoje estão mais preocupados com a “vaca louca” do que com a febre aftosa por ter maior peso sobre a saúde dos consumidores. Ambos mantiveram fechadas suas fronteiras à carne procedente dos Estados Unidos durante anos, após esse país registrar a doença em dezembro de 2003.
O Uruguai tem a vantagem de ser um país livre dessa doença e esse é um valor agregado no momento de importar carne segura.
Segundo dados do Ministério das Finanças do Japão, o país importou 45.366 toneladas de carne bovina até agosto, 17% a mais que no mesmo período do a no anterior, o maior volume mensal desde outubro de 2009. Por outro lado, os norte-americanos buscam marcar maior presença com sua carne na Coreia do Sul, após a reabertura do mercado.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Japão e Coreia, juntamente com USA, são mercados que poderiam compensar a retração da UE. E a escala e penetração brasileira certamente permitem custear um esforço comercial maior que o uruguaio. Espero que nossos frigoríficos, apesar das dificuldades, aceitem o desafio de conquistar estes mercados. Toda a cadeia pecuária teria muito a ganhar com uma vitória.