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Uruguai: situação dos frigoríficos pode se agravar por falta de gado

Apesar de o Governo do Uruguai ter criado um regime especial de seguro desemprego de até um ano para os trabalhadores da indústria frigorífica, esses estão preocupados diante da falta de gado para abate. Já há frigoríficos que trabalham somente 3 ou 4 dias na semana. Esse problema poderia se agravar entre julho e setembro (na pós-safra) e ao se reduzir mais a oferta de gado.

Apesar de o Governo do Uruguai ter criado um regime especial de seguro desemprego de até um ano para os trabalhadores da indústria frigorífica, esses estão preocupados diante da falta de gado para abate. Já há frigoríficos que trabalham somente 3 ou 4 dias na semana. Esse problema poderia se agravar entre julho e setembro (na pós-safra) e ao se reduzir mais a oferta de gado.

Atualmente, há três plantas que reduziram os abates: a do grupo Marfrig em San José (Inaler), que estará fechada pelo menos por um mês; a da Breeders & Packers Meat Uruguay (Durazno), que deteve por duas semanas a atividade para capacitar o pessoal; e o Frigorífico Pando (Ontilcor), que está de licença para reformas. Outra planta que está fechada há vários meses é a Clademar S.A. (Flórida), empresa de capitais angolanos, e anunciou que não voltará a abrir (pretende vender).

Até o momento, os abates semanais estão próximas de 43.000 cabeças e a Federação dos Trabalhadores da Indústria de Carne (Foica) estima que se seguirá com esse ritmo, porque a oferta de gado não crescerá o suficiente.

“Veremos se a oferta cresce mais quando se acentuarem as geadas, mas quando chegar julho e agosto, a situação será muito mais complexa. Prevê-se uma pós-safra similar à do ano passado, mas a questão é que o gado segue saindo em pé”, disse o diretor da Foica, Ariel Yaques. Ele citou a exportação de gado em pé como um dos grandes temas a serem trabalhados.

No entanto, fontes oficiais asseguraram que a saída de gado em pé não é alarmante, porque “não estão superando as 30.000 cabeças por mês e, se o ritmo se mantiver, não chegarão a superar as 300.000 cabeças no ano”. O Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC) está levando adiante um trabalho específico que mede a incidência da exportação em pé. As conclusões dessa análise serão apresentadas nos primeiros dias do mês que vem, no Fórum da Carne, que será celebrado no Parlamento.

Ao mesmo tempo, o preço do gado gordo segue aumentando no mercado local, com um valor médio do novilho gordo de US$ 4,13 e subindo, mas no mercado se fala de negócios a US$ 4,17 ou mais por quilo de carne. No caso da vaca gorda, o preço médio é de US$ 3,81 por quilo de carne, com tendência de alta.

A indústria está mantendo reduzidas as entradas de gado negociado com os produtores e monopolizando a pouca oferta que sai à venda. Os novilhos seguem superando as vacas a nível de oferta e, em sua maioria, provêm da engorda em curral da própria indústria frigorífica para garantir uma oferta mínima de animais que lhes permita cobrir seus pontos de equilíbrio.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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